quarta-feira, maio 7, 2025

Óleo de Soja: A Revolução Verde que Está Transformando o Biodiesel no Brasil


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Brasil: segundo maior exportador de óleo de soja do mundo

O Crescimento do Óleo de Soja na Produção de Biodiesel no Brasil

O óleo de soja está se destacando cada vez mais no Brasil, especialmente no que se refere à sua utilização como matéria-prima na produção de biodiesel. Com uma safra recorde em 2025, o Brasil se prepara para aproveitar o momento, além de enfrentar uma diminuição na oferta de sebo bovino, que é um insumo importante para os produtores de biocombustíveis. Essa conjuntura faz com que o óleo de soja tenha uma crescente relevância.

Demanda Internacional e Alta nos Preços

De acordo com a consultoria Argus, os Estados Unidos são o maior consumidor do sebo bovino brasileiro, uma vez que valorizam essa matéria-prima devido ao sistema de créditos focado em insumos sustentáveis. Essa demanda está promovendo uma alta nos preços do sebo, que costuma ser mais barato que o óleo de soja.

  • O sebo bovino está superando o preço do óleo de soja, tanto no mercado interno quanto nas exportações.
  • Recentemente, o sebo foi cotado a R$ 6,950 por tonelada, comparado aos R$ 6,7 por tonelada do óleo de soja.
  • Para exportação, o sebo apresentou um salto de cerca de 20% em relação a abril de 2024, enquanto o óleo de soja ficou em torno de 1.035 dólares por tonelada.

A Participação do Óleo de Soja no Biodiesel

Em fevereiro recente, o óleo de soja representou mais de 75% das matérias-primas utilizadas para a produção de biodiesel no Brasil. Essa fatia inclui 13% de “outros materiais graxos” e apenas 6% de sebo bovino. Historicamente, o cenário era diferente. Em 2023, o óleo de soja tinha apenas 64% de participação, enquanto o sebo alcançava quase 10%.

Crescimento da Produção e Exportação

Embora a participação interna do sebo tenha diminuído, as exportações deste insumo cresceram exponencialmente. Somente em março, o Brasil exportou quase 45 mil toneladas de sebo bovino, quase três vezes mais do que no mesmo mês do ano anterior. Este aumento se deve principalmente à demanda dos Estados Unidos, onde o mercado paga um prêmio por esse produto na produção de biocombustíveis.

  • A exportação de sebo bovino no Brasil subiu de 245 mil toneladas em 2023 para 320 mil toneladas em 2024.
  • No primeiro trimestre de 2024, foram 78 mil toneladas, um leve aumento em relação a 74 mil do ano anterior.

Expectativas para o Futuro

Com sede em um futuro otimista, muitos especialistas, incluindo Amance Boutin da Argus, acreditam que, apesar de incertezas quanto à continuidade de apoio governamental nos EUA, a demanda pelo sebo bovino deverá continuar. Afinal, diversas indústrias investiram na produção que utiliza este insumo, fazendo pressão para manter as políticas que favorecem a sustentabilidade.

Além disso, o Brasil, sendo o segundo maior exportador global de óleo de soja – atrás apenas da Argentina – projeta exportar 1,4 milhão de toneladas do produto em 2025, um aumento em relação ao ano anterior. A combinação de uma safra recorde e a elasticidade nos mercados permitirá que o Brasil atenda à demanda local por biodiesel, mantendo as exportações de óleo ativas.

O potencial do óleo de soja para o biodiesel está em alta, e a quantidade disponível no mercado permitirá atender tanto a demanda interna quanto as exigências internacionais. Assim, o Brasil segue firme em seu compromisso com um futuro sustentável e promissor.

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