A Nova Ordem Mundial de Trump: O Impacto do Nacionalismo na Política Internacional

Donald Trump não apenas deixou sua marca na política americana, mas também influenciou o equilíbrio da ordem global. Desde Ronald Reagan, nenhum presidente foi tão dominante na paisagem nacional ou redefiniu tanto o cenário ideológico dos Estados Unidos. Agora, em um possível segundo mandato, Trump pode reformular a ordem mundial em profundidades ainda maiores.

Pax Americana e Seus Desafios

O sistema internacional atual, liderado pelos Estados Unidos e muitas vezes chamado de Pax Americana ou ordem baseada em regras, surgiu de um século marcado por conflitos brutais na Eurásia. As grandes batalhas do século XX disputavam o controle do supercontinente euroasiático e causaram um estrago imenso à humanidade. Contudo, também resultaram em uma ordem internacional que, até o momento, provou ser a mais bem-sucedida da história. Esse sistema trouxe paz entre grandes potências, prosperidade e um comprometimento com a democracia que gerou benefícios globais amplamente subestimados.

Após a vitória do Ocidente na Guerra Fria, Washington buscou tornar essa ordem global e permanente. Entretanto, atualmente, uma nova batalha pela Eurásia está em andamento, e a ordem estabelecida enfrenta ameaças em diversas frentes.

A Ameaça dos Estados Revisionistas

Nas margens dinâmicas da Eurásia, estados revisionistas, como China, Irã, Coreia do Norte e Rússia, estão avançando. Esses países atacam as bases regionais da estabilidade e formam alianças baseadas na hostilidade a um sistema liberal que desafia seus regimes autoritários. O clima de guerra e suas ameaças aumentaram significativamente, colocando em risco as normas de um mundo pacífico.

• China: Buscando uma esfera de influência robusta na Ásia, evidenciando suas aspirações militares no Pacífico.
• Rússia: A guerra na Ucrânia representa uma tentativa de reconstruir um império pós-soviético, desafiando as normas de segurança atuais.
• Irã: Envolvido em conflitos com Israel e os EUA, almejando fortalecer sua posição regional, especialmente em relação a armas nucleares.

Esses países, ao desafiar a ordem liberal, criam um ambiente propício para repressão e predatórios.

O Papel de Trump na Defesa da Ordem Americana

Embora Trump não seja o defensor ideal da ordem americana, ele possui uma intuição que muitos internacionalistas liberais parecem esquecer: a ordem surge do poder e, sem ele, é difícil preservá-la. Em seu primeiro mandato, essa percepção levou os EUA a uma adaptação, enfrentando as complexidades de um mundo competitivo. Em seu segundo mandato, ele poderia usar essa compreensão para moldar uma política externa que não apenas defenda aliados, mas também pressione adversários, fortalecendo assim as defesas do mundo livre.

No entanto, essa abordagem requer que Trump mantenha suas melhores intuições geopolíticas, mesmo quando os instintos mais destrutivos o tentarem. Se ceder a esses instintos, o resultado poderá ser um superpoder dos EUA menos engajado globalmente, mas mais agressivo e unilateral. O perigo é que os EUA deixem de ser um estabilizador da ordem mundial para se tornarem um agente de caos global.

A Luta Histórica pela Eurásia

A Eurásia sempre foi o centro crucial da política global, armazenando a maioria dos recursos econômicos e potencial militar do mundo. Conflitos ao longo da história, como as duas guerras mundiais e a Guerra Fria, mostraram como disputas nessa região podem transformar o cenário global. Os EUA, ao longo dessas guerras, formaram alianças que não só frearam agressões, mas também estabeleceram padrões de cooperação que prolongaram a paz e promoveram valores democráticos.

Exemplos de Conflitos Recentes

• Primeira Guerra Mundial: O império alemão buscava expansão territorial, dando origem a uma guerra devastadora.
• Segunda Guerra Mundial: Uma aliança fascista dominou a Europa e a Ásia, levando a uma luta titânica.
• Guerra Fria: A União Soviética tentou espalhar seu império ideológico, desafiando o mundo ocidental.

Esses eventos históricos não apenas causaram destruição, mas também geraram oportunidades para a construção de uma ordem global mais estável.

O Papel da Aliança Americana

As alianças americanas ajudaram a dissuadir agressões e promoveram a estabilidade em regiões estratégicas, como a Europa Ocidental e o Leste Asiático. A ordem econômica liderada pelos EUA diminuiu as tensões entre as potências, e o poder americano foi crucial para criar um ambiente onde a democracia pôde florescer.

Contudo, o avanço de estados autoritários, alimentados pela prosperidade do sistema liderado pelos EUA, sugere que a paz permanece ameaçada. A nova era geopolítica está repleta de desafios e um reforço nas alianças, assim como um foco na defesa de interesses americanos, se tornam fundamentais.

Preparação para o Conflito

Em um mundo em constante mudança, Trump tem a oportunidade de adotar uma postura mais assertiva. Isso envolve:

1. Aumento no investimento militar: É urgente que os EUA expandam suas capacidades militares, assegurando que estejam prontos para responder às ameaças emergentes.
2. Reforço das alianças: Assegurar que os aliados compartilhem responsabilidades e fortaleçam suas próprias defesas, adaptando as expectativas em tempos de crises.
3. Uma estratégia agressiva com respeito aos adversários: Trump pode não ser um defensor convencional da ordem liberal, mas sua inclinação para a assertividade pode ser útil se direcionada corretamente.

O Futuro sob a Liderança de Trump

A presidência de Trump chega com desafios significativos, mas também com a abertura de potencialidades. Sua abordagem não será a de um amante da ordem liberal, mas pode resultar em uma defesa pragmática dos interesses americanos. Se souber canalizar suas tendências de forma construtiva, pode frear as agressões e formular uma estratégia que foque em prevenir que os conquistas da ordem liderada pelos EUA sejam desmanteladas.

• Aumento de gastos em defesa: Uma prioridade para lidar com múltiplas ameaças simultâneas.
• Desenvolvimento de coalizões robustas com aliados: Crucial para a contenção de potências revisionistas.

Porém, o caminho é repleto de contradições. A capacidade de Trump em equilibrar suas políticas e interesses será vital para evitar uma deterioração maior da ordem internacional. A questão permanece: será que Trump saberá reformar ou irá revolucionar a política externa americana? As consequências de suas ações afetarão não apenas os EUA, mas o mundo todo.

Considerações Finais

A possibilidade de uma estratégia focada pode promover a estabilidade, mas também existe o risco de um descarrilamento que levará a um aumento da autocracia e desestabilização global. Enquanto o mundo assiste ao desenrolar dos acontecimientos, a necessidade de um debate aberto e constante sobre os caminhos que os EUA devem seguir é mais importante do que nunca. O futuro da ordem internacional pode depender não apenas de ações, mas do espírito que elas representam: um mundo onde a liberdade e a democracia ainda têm espaço para prosperar. Isso vai além do simples fechamento de acordos; é sobre a liderança dos Estados Unidos em um cenário global repleto de desafios.