Netanyahu e o Futuro de Israel: Um Jogo de Poder

Em 13 de outubro de 2025, os israelenses estavam sintonizados em seus dispositivos eletrônicos, acompanhando um momento decisivo na história do país. O cessar-fogo em Gaza havia acabado de entrar em vigor, e os últimos 20 reféns israelenses retornaram da cativa Hamas. A ocasião foi acompanhada por um discurso de Donald Trump, que, ao lado do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, proclamou: “Este não é apenas o fim de uma guerra, mas o fim de uma era de terror e morte, e o início de uma era de fé e esperança.”

A Retomada do Poder

Netanyahu, que há dois anos enfrentou uma das maiores crises de seu governo após o ataque de outubro de 2023, parecia ter encontrado uma forma de resiliência surpreendente. Naquela ocasião, 1.200 civis e soldados israelenses haviam perdido a vida e 251 pessoas foram sequestradas. O esperado seria que Netanyahu, após tal tragédia, deixasse o cargo. Contudo, ele conseguiu se manter no poder, evitando uma investigação sobre falhas de segurança e atribuindo a culpa ao sistema militar e de inteligência.

À medida que Trump elogiava sua liderança, Netanyahu já estava pensando nas próximas eleições programadas para outubro de 2026. Ele planejava se apresentar como o líder que triunfou em meio ao caos, transformando a narrativa do conflito em uma vitória grandiosa, enquanto marginalizava seus críticos, que chamou de inimigos internos. O primeiro-ministro, com isso, renovou suas tentativas de consolidar o poder, visando transformar Israel em uma autocracia, minando a independência do judiciário e dominando as instituições do governo.

O Referendo sobre Netanyahu

As próximas eleições representaram um referendo sobre o governo de Netanyahu. Desde seu retorno ao poder em 2009 — após uma primeira passagem de 1996 a 1999 — cada eleição parece confirmar uma divisão política intensa em Israel. Apesar das criticas, escândalos de corrupção e a incapacidade de cumprir promessas, Netanyahu ainda mantém uma base sólida de apoiadores.

Um Coração Partido

Os apoiadores veem Netanyahu como um salvador, um lutador do front cultural. Eles apreciam sua perspectiva conservadora e nacionalista. Por outro lado, seus críticos o consideram um demagogo corrupto, pronto para sacrificar a civilidade em troca de controle. Essa polarização define o panorama político israelense e intensificou-se nos últimos anos.

• Fatos sobre a Popularidade de Netanyahu:
  • Netanyahu resistiu, mesmo não conseguindo a “vitória total” prometida contra Hamas.
  • Ele ainda enfrenta processos por corrupção que pairam sobre sua administração.
  • Apesar das polls desfavoráveis, Netanyahu goza de uma leal base de apoiadores.

A Guerra Cultural e a Autocracia

O governo de Netanyahu não hesitou em implementar medidas que buscavam reduzir o poder do judiciário, apresentando-as como necessárias para uma governança eficaz. Essas reformas, vendidas como ações para fortalecer a governabilidade, na verdade, eram vistas como um ataque aos direitos civis e à democracia em Israel.

Um Clamor nas Ruas

A resistência não tardou a surgir. Milhares protestaram contra as reformas judiciais, culminando em uma das maiores mobilizações sociais da história israelense. No entanto, a guerra contra Hamas mudou a dinâmica, e Netanyahu se viu forçado a suspender suas reformas enquanto formava um gabinete mais amplo para lidar com a situação.

Entre a crítica e a defesa, Netanyahu reafirmou sua posição, demitindo chefes de segurança e inteligência que não estavam alinhados com seu pensamento, e avançou com uma agenda ainda mais polarizadora.

O Oponente Improvável

Na arena política, seu principal rival parece ser Naftali Bennett, ex-primeiro-ministro que teve uma breve passagem pelo cargo. Ambicioso e com um passado de empreendedorismo no setor tecnológico, Bennett navega entre o nacionalismo religioso e o pragmatismo secular.

O Dilema dos Eleitores

Bennett deve apresentar uma proposta que una as diferentes facções de um eleitorado cansado e dividido. Com o slogan “Netanyahu divide, eu uno”, ele tenta captar a insatisfação popular com a atual liderança.

No entanto, o cenário não é simples para Bennett:

• Desafios enfrentados por Bennett:
  • Precisa reunir um time político coeso.
  • A exclusão de partidos árabes pode limitar sua capacidade de formar uma coalizão.
  • Ele terá que lidar com a resistência dos partidos ultraortodoxos, que preferem Netanyahu.

O Futuro em Aberto

Enquanto Netanyahu continua sua luta para centralizar o poder e dar sequências a suas reformas autoritárias, Bennett e seus aliados batalham para desmantelar o domínio de Netanyahu. A luta pelo futuro de Israel é não apenas uma questão de liderança, mas de identidade nacional e democracia.

A realidade é de um país ainda abalado pela guerra e pela polarização. A administração de Netanyahu, com suas controvérsias e medidas autocráticas, enfrenta um potencial desgaste significativo. Contudo, ele também pode utilizar o clima de insegurança para consolidar seu poder e se apresentar como o único capaz de proteger Israel diante de ameaças externas.

Política e a Voz do Povo

Para os israelenses, a próxima eleição será mais uma reavaliação de suas prioridades. Entre a segurança e a democracia, o que o eleitorado irá priorizar? Essa é uma pergunta que permanece no ar enquanto os contendores se preparam para a batalha de suas vidas políticas.

O que o futuro reserva para Israel? Será que Netanyahu conseguirá manter seu domínio em meio a tantas crises? As respostas podem ser moldadas nas próximas eleições, e o resultado pode influenciar não apenas a política interna, mas também as relações internacionais do país.

É um momento crítico e fascinante na história de uma nação que, apesar de suas divisões, continua a lutar por um futuro melhor. Como você vê essa situação? O que você acha que será necessário para restaurar a unidade em Israel? Compartilhe suas opiniões, pois o diálogo é fundamental para a construção de um futuro que atenda às aspirações de todos os israelenses.