quarta-feira, abril 23, 2025

Perseguição Religiosa na China: Como a Polícia Alvo Praticantes do Falun Gong


A Luta pelo Falun Gong: Uma História de Coragem e Perseverança

Matéria adaptada da versão em inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.

Na véspera das festividades do Ano Novo Lunar na China, Lin Suzhen preparava-se para receber amigos em sua casa, localizada na província de Guangdong. O que deveria ser um momento de celebração e união rapidamente se transformou em um pesadelo.

A Reunião Interrompida

Em 21 de janeiro, Lin e seus quatro amigos se reuniram para uma leitura do Zhuan Falun, que é o núcleo dos ensinamentos do Falun Gong, uma prática que promove a verdade, compaixão e tolerância. No entanto, no meio de sua reunião pacífica, a porta foi abruptamente arrombada pela polícia, que levou todos sob custódia. Apenas um praticante foi libertado após duas semanas; Lin e dois de seus amigos permanecem detidos no Centro de Detenção da Cidade de Jieyang.

Esse incidente se insere em uma série de repressões desencadeadas pelo Partido Comunista Chinês (PCCh) contra o Falun Gong, uma prática de autocultivo que, até 1999, era amplamente aceita e até promovida por seus benefícios à saúde. Ao perceber o crescimento exponencial de seu número de praticantes – estimado entre 70 e 100 milhões – o governo decidiu, de maneira abrupta e violenta, proibir e perseguir essa prática.

A Campanha de Perseguição

Desde 1999, a repressão ao Falun Gong tomou proporções alarmantes. O PCCh empregou sua vasta máquina de segurança para identificar, prender e até torturar a praticantes. Segundo o Minghui, uma organização que monitora a perseguição ao Falun Gong, mais de 5.190 mortes de praticantes foram confirmadas como resultado direto desta campanha. No entanto, o número real de prisões e abusos pode ser muito maior, dado o rigoroso controle sobre a informação no país.

Nos primeiros meses deste ano, 136 novos casos de prisão de praticantes foram reportados, refletindo a continuidade desse triste cenário.

Relatos de Tortura e Abuso

O sofrimento dos praticantes se estende muito além das detenções. Muitos casos de tortura e abuso foram documentados. Um exemplo recente é o de Song Huilan, uma mulher de 73 anos que foi presa em 16 de janeiro. Sem qualquer aviso, mais de uma dúzia de policiais invadiram sua casa em Jiamusi, no norte da China. Durante a abordagem, Song foi arrastada para fora de casa, sem se preocupar com sua dignidade ou integridade física. Ao ser levada a um hospital para um exame físico, os médicos identificaram hipertensão, mas a polícia optou por continuar com sua prisão e, sem consideração, injetou uma substância desconhecida.

Essa não foi a primeira vez que Song enfrentou tal violência. Nos últimos 26 anos, ela passou por múltiplas detenções e, em sua queixa ao Supremo Procurador do PCCh, descreveu o sofrimento que passou, incluindo episódios de abuso químico que resultaram em sérias consequências para sua saúde, como a perda do pé direito.

O Horror das Drogas Desconhecidas

O uso de substâncias químicas em praticantes de Falun Gong se tornou uma tática comum de tortura. Com histórias angustiantes como a de Song, onde drogas foram injetadas forçosamente, é evidente o quanto essa prática está entrelaçada na estratégia do PCCh para silenciar dissidentes e forçar a renúncia de suas crenças.

A Resposta Internacional

A brutalidade da campanha contra o Falun Gong não passou despercebida fora da China. Nos últimos meses, a preocupação internacional cresceu, levando os Estados Unidos a impor sanções a vários oficiais do PCCh responsáveis por essa repressão. Durante uma cúpula internacional sobre liberdade religiosa, o vice-presidente JD Vance enfatizou o compromisso da nação em defender a liberdade religiosa, tanto dentro quanto fora de suas fronteiras.

"Inclusive, nossa administração acredita que devemos defender a liberdade religiosa não apenas como um princípio legal, mas como uma realidade vivida", afirmou Vance em fevereiro. Além disso, legisladores americanos, como o senador Ted Cruz e o deputado Scott Perry, estão propondo a “Lei de Proteção ao Falun Gong” para combater a extração forçada de órgãos, um dos aspectos mais sombrios dessa perseguição.

Ação em Nível Local

A conscientização também se reflete em ações mais locais. Três estados americanos já aprovaram leis que restringem a complicidade no abuso em órgãos relacionados à China. A Assembleia Legislativa do Arizona também está considerando legislações nesse sentido, o que demonstra uma mobilização crescente para proteger os direitos humanos.

A Luta Continua

Enquanto as histórias de opressão e resistência continuam a se desenrolar, milhões de praticantes de Falun Gong enfrentam diariamente o medo, mas também a coragem de manter suas crenças diante da adversidade. Essas experiências coletivas, repletas de dor e injustiça, revelam não apenas a brutalidade do regime, mas também a resiliência do espírito humano.

Um Apelo à Reflexão

A perseguição ao Falun Gong não é apenas um problema interno da China; é um desafio que clama por reconhecimento e ação global. O que podemos fazer, enquanto cidadãos do mundo, para apoiar aqueles que lutam por seus direitos e por liberdade? Conversar, informar-se, compartilhar e amplificar essas histórias pode fazer toda a diferença.

Fica o convite: reflita sobre a sua posição e a importância de defender os direitos humanos em todo o mundo. A liberdade e a dignidade são valores universais que merecem ser defendidos, e todos nós temos um papel a desempenhar nessa luta.

Dorothy Li e Eva Fu colaboraram nesta reportagem.

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