Ações da Petrobras (PETR4) Intensificam Queda Após Pedido de Redução de Preços
Petrobras (PETR4). Foto: iStock
As ações da Petrobras (PETR4) enfrentaram um dia difícil na B3 nesta segunda-feira, 7 de outubro. Em meio a um cenário instável, exacerbado por fatores internacionais e um pedido do governo para reduzir o preço dos combustíveis, os papéis da empresa aprofundaram sua desvalorização. A notícia, divulgada pela CNN Brasil, apontou que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, se reuniu com a estatal para discutir a possibilidade de cortar os preços.
Impacto no Mercado
Somente neste dia, a Petrobras viu seu valor de mercado encolher em impressionantes R$ 23,1 bilhões. Após sua quarta queda consecutiva, o valor da empresa despencou para R$ 445,8 bilhões. As ações ordinárias (PETR3) caíram para R$ 35,63, uma queda de 5,57%, enquanto as preferenciais (PETR4) foram negociadas a R$ 33,18, o que representa uma perda de 3,97%. Além disso, a ADR da Petrobras na Bolsa de Nova York também sofreu, sendo negociada a US$ 11,19, resultando em uma queda de 5,73%.
Argumentos do Governo
De acordo com informações apuradas pelo Estadão/Broadcast, o ministro Silveira argumentou que a diminuição nos preços dos combustíveis poderia ser viável, com base na expectativa de aumento da produção de petróleo pelos países da Opep e aliados. Para o próximo mês, foi anunciado um aumento de 411 mil barris por dia (bpd), reforçando a ideia de "fundamentos saudáveis" e uma "perspectiva positiva" no mercado.
O cenário de queda nos preços do petróleo no mercado internacional também está ligado ao temor de uma recessão, exacerbado por um recente aumento de tarifas anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e as retaliações que se seguiram.
Comportamento do Preço dos Combustíveis
O analista Vitor Sousa, da Genial, destaca que tanto a gasolina quanto o diesel estão com preços superiores à paridade internacional, cerca de 5%. Ele acredita que há espaço para cortes, mas menciona a preocupação com a volatilidade do preço do petróleo, que afeta diretamente o mercado. "O grande desafio é entender a situação do Brent", diz Sousa, referindo-se às flutuações nos preços internacionais.
Reação da Petrobras e do Governo
Embora o Ministério de Minas e Energia e Silveira tenham sido procurados para comentar a situação, não houve retorno. A Petrobras, por sua vez, não se manifestou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e evitou dar qualquer previsão sobre o preço dos combustíveis, mantendo uma postura cautelosa.
Desafios e Perspectivas
Apesar das dificuldades, o analista Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, aponta que é habitual que a Petrobras não transfira completamente a volatilidade dos preços para o mercado interno. No entanto, com o dólar em alta e acima de R$ 5,90, as chances de um novo reajuste se tornam mais complicadas.
Com a queda de quase 13% nos preços do petróleo ao longo do mês, o cenário se complica ainda mais. Apesar da alta do dólar, a economia brasileira está de olho numa possível diminuição nos preços dos combustíveis. A gasolina, por exemplo, está há 272 dias sem alteração. O analista ressalta que um eventual corte no preço da gasolina pode acontecer, mas a influência da alta do dólar nas operações também é um aspecto crítico.
Preços dos Combustíveis e Expectativas
Em julho, a Petrobras anunciou um aumento de R$ 0,20 por litro na gasolina. No fechamento da última semana, o preço médio da gasolina no Brasil estava 5% acima do que é praticado no Golfo do México, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). Com a gasolina e o diesel ainda em queda no mercado internacional, há uma pressão para que a Petrobras considere um novo ajuste, apesar da resistência da estatal em alterar os preços.
No dia 1º de abril, a empresa já havia reduzido o preço do diesel em R$ 0,17, mas a gasolina permaneceu inalterada. Atualmente, o diesel ainda está 5% mais caro no Brasil em comparação com o mercado internacional.
Situação das Importações
Nos polos de importação, como Itacoatiara, no Amazonas, e Aratu, na Bahia, os preços da gasolina superam os preços internacionais em 7% no fechamento da última sexta. Este panorama mostra que, apesar da queda nos preços globais, as refinarias brasileiras continuam a praticar valores que refletem uma margem considerável em relação ao mercado internacional.
Conclusões e Reflexões
Em um cenário marcado pela guerra comercial e incertezas econômicas, o futuro da Petrobras e os preços de seus combustíveis permanecem em constante análise. A presidente da empresa, Magda Chambriard, já mencionou anteriormente que pode haver ajustes se os preços brasileiros ficarem muito elevados em relação aos preços internacionais.
Em suma, o mercado de combustíveis brasileiro enfrenta um momento delicado, necessitando avaliar com cautela as variáveis globais e locais. É importante acompanhar as movimentações da Petrobras e entender como as decisões governamentais impactam não apenas os preços dos combustíveis, mas também o valor das ações da estatal. O que você acha que a Petrobras deve fazer nesse cenário? Suas opiniões e comentários são sempre bem-vindos!