Matéria adaptada e traduzida do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
A Revolução nas Empresas: O Fim das Políticas de DEI?
O último inverno trouxe uma reviravolta inesperada para o mundo corporativo norte-americano. Após anos de intensas campanhas promovendo Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), diversas grandes empresas começaram a reavaliar suas abordagens. O que parecia ser uma tendência crescente começa a desmoronar, e isso pode ser uma boa notícia, tanto para o consumidor quanto para os milhões de trabalhadores que se sentiam desconfortáveis em ambientes de trabalho cada vez mais politizados.
Executivos de grandes empresas se deram conta de que o foco deveria ser a criação de valor real para os acionistas, em vez de promover ideologias sociais que dividem. Essa mudança de comportamento vem como resposta a pressões crescentes de investidores e consumidores, que exigem uma abordagem mais centrada na eficiência operacional e na qualidade dos produtos e serviços.
No centro desse movimento, empresários como Robby Starbuck apontaram que as iniciativas de DEI não contribuem para o lucro ou a eficiência das empresas. Ao contrário, estas políticas tendem a consumir tempo, dinheiro e recursos de maneiras que não trazem benefício direto. Para muitos, não é necessário ter diretores de diversidade ou realizar treinamentos de sensibilidade para conseguir contratar e reter os melhores talentos.
Desistindo das Iniciativas DEI
No decorrer deste ano, várias empresas emblemáticas tomaram a decisão de encerrar seus esforços e políticas relativas ao DEI. Exemplos incluem:
- Tractor Supply: Cancelou suas iniciativas de diversidade em resposta ao feedback negativo de seus clientes.
- John Deere: Anunciou a descontinuação de suas atividades em DEI, reafirmando seu compromisso com os clientes e a qualidade em suas operações.
- Ford: Optou por não participar da pesquisa anual de ambiente de trabalho da Human Rights Campaign (HRC).
- Lowe’s: Também decidiu não participar de pesquisas de diversidade da HRC e eventos relacionados a causas LGBTQ+.
- Toyota: Realinhou sua filantropia, focando em educação e desenvolvimento profissional ao invés de patrocinar eventos LGBTQ+.
Esses movimentos não se restringiram apenas a algumas empresas. Juntas, elas representam mais de um milhão de trabalhadores e quase um trilhão de dólares em valor de mercado, refletindo uma tendência crescente de desapego em relação à DEI nas corporações.
Nova Abordagem às Iniciativas Corporativas
Tradicionalmente, as empresas se engajam em iniciativas para melhorar sua imagem e reputação nas comunidades onde atuam. Isso muitas vezes inclui doações para parques, museus e programas educacionais, além de envolvimento em causas de interesse público, como saúde e treinamento profissional.
No entanto, a partir de 2020, um número crescente de corporações começou a direcionar suas ações para causas controversas, como desfiles LGBTQ+ e movimentos sociais. A reversão das políticas DEI mostra que as empresas estão agora optando por se concentrar em suas práticas filantrópicas mais tradicionais, evitando participar de eventos que possam polarizar a opinião pública.
O Impacto da Human Rights Campaign (HRC)
A Human Rights Campaign (HRC) tem sido uma das principais defensoras do DEI, buscando mudar as práticas de recrutamento e contratação nas empresas, especialmente em relação à comunidade LGBTQ+. A HRC utiliza questionários para classificar empresas em um índice de “direitos humanos”, influenciando sua reputação e investimentos.
No entanto, muitas empresas que decidiram abandonar suas políticas de DEI também optaram por não participar mais desses questionários, assim como eliminaram toda a linguagem e diretrizes relacionadas ao DEI de suas operações.
- Remoção de termos e objetivos referentes ao DEI nas contratações;
- Descontinuação da participação em pesquisas da HRC;
- Afastamento de financiamento de eventos sociais de “conscientização”.
Um Novo Rumo para o Futuro Empresarial
As grandes empresas vieram a perceber que compromissos e iniciativas que não geram lucro estão fora de moda. Muitas delas, como Microsoft e Google, têm diminuído suas referências ao DEI, enquanto até mesmo líderes tradicionais do ESG, como Larry Fink, da BlackRock, se distanciaram do termo por considerá-lo excessivamente político.
Essa mudança de foco reflete uma compreensão de que a busca por uma boa governança e ações ambientais podem, muitas vezes, ser prejudicadas pela insistência em políticas sociais que não ressoam com todos os colaboradores e consumidores. A ideia de que iniciativas sociais devem ser prioritárias está sendo reavaliada sob o prisma de resultados e eficácia.
Entretanto, o DEI ainda permanece em algumas instâncias, em especial nas burocracias governamentais, como escolas e universidades públicas, que continuam a advogar por uma abordagem de diversidade e inclusão de maneira mais ativa. Contudo, essa insistência está sendo desafiada por uma onda crescente de ceticismo por parte da sociedade e do setor privado.
A Reflexão Final Sobre DEI e ESG
É importante perceber que o movimento DEI faz parte de um cenário maior que inclui questões de Ambiental, Social e Governança (ESG). Porém, a falta de clareza em sua definição e aplicação suscita questionamentos sobre a real eficácia desses programas. Iniciativas que deveriam complementar-se frequentemente se contradizem, criando confusão e frustração.
Por fim, a retirada das políticas de DEI pode ser vista como um sinal de que o ambiente corporativo está em transformação. À medida que nos aproximamos de 2025, é provável que ainda mais empresas optem por abandonar políticas que não se mostrem produtivas, focando em suas competências essenciais e na criação de valor palpável para seus acionistas e clientes.
A reflexão que fica é: até que ponto as empresas devem se envolver em questões sociais sem comprometer seus objetivos fundamentais? Abrindo o debate, convidamos você a compartilhar suas opiniões e reflexões sobre essa nova perspectiva no mundo empresarial.
Instituto Americano de Pesquisa Econômica (AIER)
As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times.