O Futuro do Banco do Brasil e o Agronegócio: Expectativas e Desafios
O Banco do Brasil, conhecido pela sua atuação no setor agrícola, mantém uma perspectiva otimista em relação aos desafios do agronegócio em 2025. Tarciana Medeiros, a presidente-executiva da instituição, destacou, em uma recente coletiva, a expectativa de que o risco de crédito na sua carteira agrícola comece a se estabilizar, especialmente considerando a previsão de uma safra recorde para o ano de 2025. No entanto, apesar dessa expectativa, as ações do banco apresentaram um desempenho abaixo do esperado, apresentando uma queda de 2,74%, com cada unidade a R$ 28,09, posicionando-se entre os piores resultados do Ibovespa às 12h (horário de Brasília).
Perspectivas para o Agronegócio
Durante a coletiva, Tarciana afirmou que “com o crescimento previsto para a safra, o Banco do Brasil tende a melhorar bastante a qualidade da carteira do agronegócio.” Esses comentários ocorreram em meio a uma análise dos resultados do quarto trimestre de 2024, onde a necessidade de acompanhamento e suporte ao setor agrícola foi enfatizada.
Geovanne Tobias, vice-presidente de Gestão Financeira e Relações com Investidores, também abordou a situação, enfatizando que “a crise no agronegócio é muito pontual” e expressou confiança na capacidade dos agricultores que enfrentaram endividamento para se reerguerem com o aumento da produção. Atualmente, o banco administra uma carteira de R$ 400 bilhões direcionados ao agronegócio.
Aumento da Inadimplência no Agronegócio
No entanto, nem tudo é positivo. O quarto trimestre de 2024 revelou um preocupante aumento da inadimplência na carteira de agronegócios. O índice de inadimplência acima de 90 dias subiu para 2,45% em dezembro, comparado a 1,97% em setembro e apenas 0,96% há um ano. Esse aumento representa um sinal de alerta para a instituição.
Felipe Prince, vice-presidente de Controles Internos e Gestão de Riscos, explicou que a situação do setor continua comprometida por fatores como a “advocacia predatória” em recuperações judiciais e pela compressão das margens de lucro, especialmente no mercado de soja e milho, que está majoritariamente concentrado na região Centro-Oeste do Brasil. Apesar deste cenário, Medeiros ressaltou que o banco não observou um aumento significativo de novos casos de recuperação judicial no setor agrícola, destacando que tinha 210 casos no terceiro trimestre e, ao final do quarto trimestre, esse número subiu para 270. “Estamos investindo em um trabalho robusto de orientação e suporte”, disse Medeiros.
Recursos e Dividendos
A presidente-executiva do Banco do Brasil reforçou o compromisso de distribuir 100% dos recursos igualizados destinados ao banco no Plano Safra, mencionando que o ritmo de desembolso está ocorrendo de forma eficiente. Além disso, o CFO também anunciou um intervalo de payout entre 40% e 45%, que foi aprovado pelo conselho de administração. Esse intervalo visa proporcionar flexibilidade na gestão do capital do banco, assegurando atratividade de remuneração aos investidores. “Nosso objetivo é alcançar o limite superior desse intervalo até o final do ano”, afirmou Prince.
Crescimento no Crédito Consignado
O banco enxerga uma grande oportunidade para expandir o crédito consignado no setor privado, especialmente com os planos do governo de criar uma plataforma unificada no e-social. Essa iniciativa está projetada para fortalecer a concessão de crédito com desconto em folha de pagamento, beneficiando trabalhadores com carteira assinada. “Nosso objetivo é um crescimento acima do mercado nessa área”, afirmou Tarciana Medeiros, ressaltando que há grande potencial para atuar nesse segmento atualmente dominado principalmente pelo Santander e Itaú.
Expectativas para 2025
No que diz respeito ao guidance para 2025, o Banco do Brasil prevê uma expansão de 5,5% a 9,5% para sua carteira de crédito, que no ano passado cresceu 11,7%. Para o segmento de pessoa física, as expectativas giram entre um avanço de 7% a 11%. Esta projeção mostra um compromisso com um crescimento saudável e sustentável, alinhado com as realidades macroeconômicas do país.
Retorno Sobre Patrimônio Líquido (ROE)
Sobre o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), a instituição acredita que uma taxa em torno de 20% é ideal, considerando a situação do mercado e os negócios em que atua. No quarto trimestre, o ROE caiu para 20,8%, comparado a 21,1% no trimestre anterior e 22,5% no mesmo período do ano anterior. No total do ano, a taxa ficou em 21,4%. Tobias observou que o foco do banco é o crescimento com qualidade, evitando uma busca insensata por números que não sejam sustentáveis a longo prazo.
Reflexões Finais
Diante desses desafios e oportunidades, o Banco do Brasil se posiciona como um agente fundamental no suporte ao agronegócio brasileiro. Os próximos meses prometem ser cruciais, com a safra recorde se aproximando e as expectativas de melhora na qualidade da carteira de crédito. A continuidade do foco no crédito consignado e nas iniciativas de suporte ao agronegócio será essencial para navegar os desafios que se apresentam no horizonte. Assim, o banco busca manter sua relevância e a confiança dos investidores nesse cenário volátil.
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