Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Protestos em Tel Aviv: a demissão de Gallant provoca comoção em Israel
A recente decisão do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de demitir o ministro da Defesa, Yoav Gallant, gerou uma onda de protestos em várias partes do país. Na terça-feira, a notícia da demissão provocou uma grande manifestação que paralisou o centro de Tel Aviv, onde milhares de pessoas se reuniram para expressar sua indignação.
O momento da decisão
No mesmo dia em que os olhares estavam voltados para a eleição presidencial dos Estados Unidos, Netanyahu surpreendeu a todos ao anunciar a substituição de Gallant pelo atual ministro das Relações Exteriores, Israel Katz. A repercussão nas ruas de Tel Aviv foi imediata, com manifestantes interrompendo o tráfego, acendendo fogueiras e tocando tambores, muitos deles segurando bandeiras de Israel.
Protestos se espalham pelo país
Os protestos não se limitaram a Tel Aviv; várias outras cidades também se tornaram palco de manifestações. Na frente da residência de Netanyahu em Jerusalém, milhares de pessoas se reuniram em sinal de descontentamento, e as câmeras dos canais de televisão israelenses registraram confrontos entre policiais e manifestantes. A tensão cresceu rapidamente, revelando um descontentamento profundo com a condução política do primeiro-ministro.
Divergências sobre a guerra em Gaza
A saída de Gallant da Defesa está ligada a desavenças entre ele e Netanyahu sobre como lidar com a guerra em Gaza. O primeiro-ministro afirmou que sua decisão foi motivada por uma “crise de confiança”. Essa situação se agrava pelo fato de que Gallant havia, apenas um dia antes de sua demissão, autorizado um pedido do exército para convocar mais 7.000 soldados ultraortodoxos. Essa questão é extremamente polêmica, uma vez que os parceiros de coalizão de Netanyahu defendem isenções de serviço militar para esse grupo, gerando ainda mais tensão na coalizão governamental.
Histórico de discórdias e as palavras de Gallant
Vale lembrar que essa não é a primeira vez que Gallant se vê em uma situação delicada com Netanyahu. Em março de 2023, um outro pedido do ministro para suspender as reformulações judiciais controversas que estavam sob análise levou a protestos maciços. Na coletiva de imprensa que se seguiu à sua demissão, Gallant fez declarações contundentes, expressando sua desacordo com o primeiro-ministro em relação a três pontos fundamentais, que incluem:
- O fim das isenções de serviço militar para homens ultraortodoxos;
- A necessidade urgente de estabelecer um acordo para a liberação de reféns;
- A criação de uma comissão oficial de inquérito sobre as falhas de segurança que culminaram nos ataques do dia 7 de outubro de 2023, que resultaram na morte de 1.200 israelenses.
Prioridade na proteção dos reféns
Em seu discurso, Gallant enfatizou a “obrigação moral de trazer nossos filhos e filhas sequestrados de volta para casa”. Ele destacou a importância de agir rapidamente para garantir a vida dos reféns, um tema sensível em meio à crise atual. Netanyahu, por outro lado, se mostrou resistente a fazer concessões ao Hamas e se opôs a um inquérito sobre os eventos de 7 de outubro até que a guerra fosse encerrada.
Atualmente, Israel estima que cerca de 100 reféns ainda estejam em cativeiro, com apenas aproximadamente 65 deles acreditados como vivos. Esse número alarmante aumenta a pressão sobre o governo e torna a situação ainda mais crítica.
A saída de Gallant e a postura de Netanyahu
Em sua coletiva de imprensa, Gallant se despediu reconhecendo o sacrifício dos soldados e dos cidadãos afetados pelo conflito. Ele expressou seu respeito por aqueles que combatem pelas Forças de Defesa de Israel e por suas famílias. Enquanto isso, Netanyahu abordou a demissão de Gallant, salientando a necessidade de confiança total entre o primeiro-ministro e o ministro da Defesa numa situação de guerra.
O novo ministro da Defesa: Israel Katz
Com a saída de Gallant, o cargo de ministro da Defesa foi assumido por Israel Katz, antigo ministro das Relações Exteriores. Embora Katz tenha um histórico político respeitável, sua experiência militar é considerada limitada. Netanyahu descreveu Katz como um “trator” por sua eficácia e determinação, qualidades que são vistas como essenciais para a gestão da atual campanha militar.
Reações à demissão de Gallant
A demissão de Gallant não passou despercebida no cenário político. O líder da oposição, Yair Lapid, criticou severamente a ação de Netanyahu, descrevendo-a como “ato de loucura”. Segundo ele, a decisão do primeiro-ministro representa uma política de sobrevivência às custas da segurança de Israel e dos soldados do exército israelense.
Impactos para o governo e possíveis desdobramentos
Com as trocas ministeriais, o governo enfrenta um ambiente ainda mais volátil. A pressão para garantir a segurança do país, enquanto se lida com a insatisfação popular, pode se intensificar enquanto o novo ministro da Defesa, Katz, se adapta às exigências de sua nova posição. O clima político em Israel está repleto de incertezas, e as próximas semanas podem ser cruciais no futuro da administração Netanyahu.
Reflexão sobre a situação atual
O cenário atual em Israel reflete não apenas uma batalha militar, mas também um embate político significativo que influencia diretamente a vida de seus cidadãos. A demissão de Gallant é apenas um capítulo em uma história repleta de tensões e desafios. Os desdobramentos dessa crise política e social certamente continuarão a ser um tema de debate e análise, tanto dentro do país quanto em todo o mundo.
A situação nos faz refletir sobre a importância da confiança entre líderes em momentos de crise e como decisões podem reverberar não apenas na política, mas na vida de muitos. Convidamos você a acompanhar e a compartilhar suas opiniões sobre esse tema tão relevante para o futuro de Israel.
A Associated Press contribuiu para este artigo.
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