Produção de Carne Bovina no Brasil: Análise do Primeiro Trimestre de 2025

Carne bovina nas gôndolas do varejo – Getty Images

A produção de carne bovina no Brasil registrou um recuo de 1,9% no primeiro trimestre de 2025 em comparação ao quarto trimestre de 2024, atingindo 2,486 milhões de toneladas. Essa queda vem acompanhada de um aumento no número total de animais abatidos, conforme os dados divulgados nesta quarta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Que Está Por Trás da Queda na Produção?

Embora o total de abates tenha aumentado, esse crescimento foi impulsionado principalmente pelo aumento de fêmeas abatidas, que, por serem mais leves que os machos, resultaram em um peso total de carne menor. Além disso, a oferta de bois para os frigoríficos teve uma ligeira redução.

A Sazonalidade e Seus Efeitos

Ângela Lordão, analista do IBGE responsável pelas pesquisas na pecuária, mencionou que a elevação na quantidade de fêmeas abatidas é uma tendência sazonal esperada. Após a estação de monta, as fêmeas não produtivas — aquelas com problemas de prenhez ou idade avançada — são frequentemente direcionadas para o abate, o que eleva a sua participação na oferta de carne no primeiro semestre.

Esse fenômeno se desdobra em números impressionantes: no total, houve 9,87 milhões de abates, um recorde para um primeiro trimestre, com um aumento de 1,9% em comparação ao quarto trimestre de 2024. Quase metade desses abates, no entanto, foram de vacas e novilhas.

Comparativos Importantes

Em relação ao primeiro trimestre do ano anterior, o aumento nos abates foi de 4,6%, refletindo um crescimento de 2,2% na produção de carne. No entanto, o peso médio das carcaças bovinas caiu para 251,86 kg, uma redução de 2,3% em relação ao mesmo período de 2024 e de 3,7% se comparado ao trimestre anterior.

Essa queda é diretamente ligada ao aumento nos abates de vacas (que subiram 23,1% em relação ao quarto trimestre) e à diminuição no número de bois abatidos, que reduziram em 14,5% e 1,7% nas mesmas comparações.

Fatores Contribuintes

• Sazonalidade: A saída de bois confinados no quarto trimestre leva a uma menor oferta imediata no início do ano seguinte.
• Menor Disponibilidade de Machos: A queda na quantidade de machos prontos para o abate é um fator relevante, sugerindo que a disponibilidade de animais tende a diminuir ao longo do tempo devido ao abate elevado de fêmeas nos últimos anos.

O Panorama do Mercado de Frangos e Suínos

A situação da pecuária não se limita apenas à carne bovina. O abate de suínos no primeiro trimestre de 2025 cresceu 1,6% em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, registrou uma leve queda de 0,8% comparado ao quarto trimestre de 2024. Esse aumento resulta no melhor primeiro trimestre da série histórica, que começou em 1997.

Em contrapartida, o abate de frangos subiu 2,3% em relação ao primeiro trimestre de 2024 e 1% em comparação ao quarto trimestre anterior, com dois meses iniciais de 2025 se destacando como os melhores já registrados.

Chamado para Ação

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Com um entendimento mais claro sobre a dinâmica da produção de carne bovina, suína e de frango, você pode perceber a complexidade do setor agropecuário no Brasil. Vamos juntos acompanhar essas transformações e suas implicações no nosso dia a dia!