Eletrobras: Alterações na Avaliação e Perspectivas de Dividendos
Recentemente, o Itaú BBA apresentou um novo relatório sobre a Eletrobras (ELET3), onde houve uma revisão no preço-alvo das ações, que passou de R$ 59,60 para R$ 54,90. Apesar disso, a recomendação da instituição financeira permanece como outperform, o que indica que os analistas acreditam que as ações têm um bom potencial de valorização. Um dos pontos destacados no relatório é o notável potencial para pagamento de dividendos da empresa, um aspecto que merece mais atenção.
O Que Mudou e Por Quê?
A redução no preço-alvo reflete um contexto macroeconômico mais complexo, que inclui o aumento do custo de capital, passando de 8% para 9%. Essa atualização também considera ajustes na valoração da Eletronuclear e mudanças na análise sobre créditos fiscais e Juros sobre Capital Próprio (JCP).
Aqui estão algumas razões mais detalhadas para a revisão feita:
Aumento do Custo de Capital: A mudança no custo de capital afeta diretamente a avaliação de qualquer empresa, e no caso da Eletrobras, essa elevação impacta as expectativas de retorno sobre investimentos futuros.
Ajustes na Valoração da Eletronuclear: A Eletronuclear, importante braço da Eletrobras na geração de energia, passou por revisões em sua valorização, refletindo a necessidade de reavaliar investimentos no setor nuclear.
- Análise de Créditos Fiscais: A forma como a Eletrobras lida com seus créditos fiscais e o pagamento de JCP também foi revista, o que pode ter impactos significativos na sua capacidade de oferecer dividendos sustentáveis aos acionistas.
Embora essas alterações possam parecer negativas à primeira vista, existem fatores que balanceiam essa percepção.
Potencial de Dividendos Atraente
Apesar da redução no preço-alvo, o Itaú BBA acredita que as ações da ELET3 ainda têm forte potencial, especialmente em relação ao pagamento de dividendos. A Eletrobras se posiciona para ser uma das líderes em dividendos no setor elétrico brasileiro, apresentando algumas características vantajosas:
IRR Atrativo: Atualmente, a empresa tem um IRR implícito de aproximadamente 14,8%, bem acima do que o mercado costuma utilizar como referência, que é de 10%. Essa métrica sugere que a Eletrobras pode oferecer retornos interessantes para os investidores.
Perspectivas de Baixo Imposto de Renda: O relatório indica que tanto a Eletrobras Holding quanto a Furnas devem pagar praticamente zero em impostos nos próximos anos, devido a deduções significativas, como os pagamentos compulsórios, que totalizam cerca de R$ 3,8 bilhões anuais até 2030. Este cenário cria um ambiente propício para o aumento dos dividendos pagos aos acionistas no futuro.
- Utilização de Créditos Fiscais: Após o término dos pagamentos compulsórios, a Eletrobras poderá utilizar os créditos fiscais acumulados para aumentar os pagamentos de JCP, reduzindo ainda mais sua base tributária. Isso representa uma oportunidade valiosa para a empresa expandir sua política de dividendos.
Avanços nas Negociações
Outro ponto a ser observado é o progresso nas negociações entre a Eletrobras e o governo federal sobre os direitos de voto. Essa disputa tem sido um obstáculo significativo para a empresa e a sua resolução pode trazer estabilidade e clareza sobre a governança corporativa.
Além disso, a retirada de discussões sobre pagamentos antecipados relacionados à CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) é vista como um avanço. Esse passo pode liberar recursos que seriam utilizados para dívidas de alto custo ou permitir o aumento direto dos dividendos pagos aos acionistas.
Um Cenário Favorável para o Futuro
A solidez financeira da Eletrobras, com uma posição de caixa robusta atualmente em torno de R$ 30 bilhões, reforça a estratégia de crescimento e dividendos. A alavancagem da empresa está sob controle, com uma proporção de 1,7x EBITDA ao final do terceiro trimestre de 2024, o que indica uma disciplina financeira que pode sustentar investimentos produtivos e o pagamento de dividendos para os acionistas.
Expectativa de Dividend Yield
Os analistas do Itaú BBA projetam um dividend yield superior a 9% a partir de 2026, assumindo um payout de 100%. Essa previsão é atraente considerando o cenário de taxas de juros elevadas que condicionam o retorno sobre investimentos, principalmente no setor elétrico.
Recomendação de Compra
Diante de todas essas considerações, o Itaú BBA reafirma a recomendação de compra para os papéis da ELET3. Com um valuation atrativo — que inclui um IRR implícito em torno de 15% — e um ambiente de crescimento positivo para as tarifas de energia, os investidores têm um horizonte otimista em relação à valorização das ações e ao aumento dos dividendos.
Vantagens em um Contexto de Juros Altos
A Eletrobras se destaca em comparação com seus pares do setor elétrico, especialmente em um cenário de juros elevados. A combinação da alavancagem mais baixa com uma estrutura de dívida de menor duração posiciona a empresa de forma favorável, tornando-a uma opção segura e rentável para investidores que buscam dividendos e estabilidade no longo prazo.
Reflexões e Oportunidades
À medida que o setor de energia elétrica continua a evoluir e que a Eletrobras se adapta a novas realidades econômicas, os investidores devem estar atentos às oportunidades que surgem. A resiliência da Eletrobras e seu potencial de geração de dividendos a mantêm no radar de muitos investidores.
Convidamos você a refletir sobre as informações apresentadas: Como você vê o futuro da Eletrobras e o papel que os dividendos irão desempenhar na sua estratégia de investimento? Compartilhe suas opiniões e continue acompanhando as novidades do mercado para tomar decisões bem-informadas.