Copasa: Resultados do 4T24 Abaixo das Expectativas do Mercado
A Copasa, conhecida pelo código de ações CSMG3, divulgou seu balanço do quarto trimestre de 2024 (4T24) e o cenário não é dos melhores. A empresa de saneamento apresentou um lucro líquido de R$ 271,9 milhões, o que representa uma queda de 23,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Após a divulgação dos resultados, as ações da Copasa sofreram uma retratação significativa de 8,24%, sendo negociadas a R$ 21,49.
Reações do Mercado às Resultados
O Bradesco BBI não hesitou em classificar os resultados da Copasa como fracos, enfatizando que eles ficaram aquém de suas expectativas e das projeções de mercado. Uma característica interessante a ser observada é a sensibilidade das ações da empresa no dia seguinte à divulgação dos lucros (D+1). Historicamente, quando os resultados superam as estimativas, as ações tendem a se valorizar, e quando são abaixo do esperado, ocorrem quedas. Diante desse cenário, é esperado que o dia seguinte à divulgação traga mais volatilidade para os papéis da Copasa.
Apesar dos resultados negativos, o Bradesco BBI manteve sua recomendação de compra com um preço-alvo de R$ 25. Esse movimento demonstra uma visão de longo prazo, mesmo diante dos resultados trimestrais conturbados.
Desempenho do Ebitda e Fatores Influenciadores
A Copasa apresentou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado de R$ 641 milhões, o que representa um crescimento de 6% em relação ao ano anterior, mas ainda foi 20% inferior às estimativas do Bradesco BBI.
De acordo com o JPMorgan, a performance fraca pode ser atribuída a alguns fatores-chave:
Crescimento Negativo nos Volumes: A comparação com o 4T23 foi desafiadora, resultando em um desempenho negativo para a Copasa.
- Tarifas Médias Reduzidas: Um mix de clientes que gerou tarifas médias mais baixas também contribuiu para o impacto negativo nas receitas.
Além disso, o aumento das despesas com terceiros superou as expectativas do JPMorgan em 15%, destacando um ponto de preocupação nas contas da empresa.
Aspectos Positivos e Expectativas do Mercado
Apesar das dificuldades, houve um ponto positivo no relatório: a inadimplência foi R$ 25 milhões abaixo do previsto. No entanto, o JPMorgan ainda prevê uma reação negativa por parte do mercado e, consequentemente, manteve sua recomendação de venda, com um preço-alvo de R$ 23,50.
Análise da Despesa e Custos
O Itaú BBA também sublinhou que o resultado do Ebitda da Copasa ficou muito abaixo do esperado, o que foi impulsionado por uma receita líquida menor, originada da combinação de volumes mais baixos e tarifas médias reduzidas. A análise das despesas também revelou que algumas despesas operacionais ficaram acima do que era previsto, especialmente em categorias como pessoal e serviços.
O banco não se esquivou em prever uma reação negativa do mercado, reforçando sua avaliação cautelosa.
Insights do Morgan Stanley
O Morgan Stanley, alinhado com seus colegas, destacou a fraqueza do Ebitda (excluindo renda variável), que alcançou R$ 641 milhões, inferior à sua previsão de R$ 730 milhões, em virtude de despesas mais elevadas do que o esperado e volumes aquém do pretendido. O lucro líquido de R$ 272 milhões, por outro lado, se apresentou em linha com as expectativas do Morgan, já que o Ebitda fraco foi compensado por despesas financeiras melhores do que o projetado.
O Morgan Stanley também reiterou sua recomendação neutra, fixando o preço-alvo em R$ 22.
A Visão da XP Investimentos
A XP Investimentos também avaliou que os resultados da Copasa no 4T24 ficaram abaixo do que o mercado esperava. A corretora apontou que as receitas foram inferiores às estimativas, em virtude de volumes medidos fracos e tarifas médias abaixo do ideal. As despesas operacionais superaram as expectativas, especialmente as referentes a pessoal e serviços. Por isso, a XP reafirmou sua recomendação de compra, com um preço-alvo de R$ 26 por ação.
Análise da Genial Investimentos
A Genial Investimentos também compartilhou sua análise, apontando que os resultados aquém do esperado se devem principalmente a custos administráveis e não administráveis superiores, que impactaram negativamente as receitas em comparação ao 4T23. Para a Genial, o potencial de valorização da Copasa ainda depende de eventos significativos, como a sua possível privatização. Embora a companhia esteja cotada a 4,0 vezes o valor da firma (EV)/Ebitda para 2025, a Genial considera outras alternativas mais atraentes no setor, como a Sabesp. Assim, mantiveram a recomendação neutra e o preço-alvo de R$ 24, acompanhando os desdobramentos dessa tese.
Considerações Finais
Após a divulgação dos resultados do 4T24, a Copasa se vê em um cenário desafiador, com a queda nos lucros e análises variadas do mercado, que refletem preocupações quanto ao desempenho financeiro da empresa. Embora haja recomendações de compra e uma visão positiva em termos de preço-alvo em algumas instituições financeiras, a maioria dos analistas apresentou uma visão cautelosa, com previsões de quedas nos papéis.
Agora, resta acompanhar como a Copasa irá reagir a esses resultados e quais medidas tomará para reverter essa tendência negativa. O futuro próximo será essencial para definir a trajetória da empresa no complexo cenário do mercado de saneamento. Você acredita que a Copasa conseguirá se recuperar e voltar a ser uma opção sólida para investidores? Compartilhe suas opiniões nos comentários!