Investimento em Biocombustíveis: Grupo Potencial Apresenta Megaprojeto em Lapa (PR)
Um passo audacioso na bioenergia
O Grupo Potencial, uma empresa que já se destaca no cenário nacional, está prestes a dar um grande salto na produção de biocombustíveis. Com um investimento planejado de R$2 bilhões, a companhia vai construir uma usina para produção de etanol de milho em Lapa, no Paraná. Segundo Carlos Eduardo Hammerschmidt, vice-presidente do grupo, esse projeto ambicioso visa transformar a região em um verdadeiro megacomplexo de biocombustíveis, aproveitando a rica produção agrícola do estado.
Essas iniciativas não são apenas uma resposta à crescente demanda por bioenergia, mas também à posição estratégica do Paraná como um dos principais produtores de grãos do Brasil. Com uma colheita recorde de milho prevista para 2024/25, o estado deve alcançar 20 milhões de toneladas, representando uma oportunidade significativa para empresas do setor.
Ampliação das operações: um futuro promissor
O Grupo Potencial está em fase avançada de construção de uma esmagadora de soja, que deverá ser finalizada no primeiro semestre de 2026. Essa estrutura não apenas fornecerá matéria-prima para a fábrica de biodiesel em expansão, mas também abrirá caminho para uma planta de combustível sustentável de aviação (SAF) no futuro.
Hammerschmidt destacou que o objetivo final é estabelecer o maior complexo de biocombustíveis do mundo. Com os novos investimentos, a empresa deverá acumular cerca de R$6 bilhões em aportes na região desde 2012, um forte indicativo de seu compromisso com o crescimento e a sustentabilidade.
Demandas e expectativas
A necessidade da nova fábrica de etanol de milho é vista como fundamental para atender às demandas do mercado. A estimativa é de que a usina consuma cerca de 1,2 milhão de toneladas de milho por ano, o que equivale a 6% da produção do estado. A crescente utilização de álcool anidro na gasolina, com uma mistura de 30% em vigor desde agosto, só faz aumentar essa necessidade.
No entanto, vale ressaltar que o Paraná, por suas características, também precisa importar biocombustíveis de outros estados. Ao abordar essa questão, Hammerschmidt disse que: “O agronegócio brasileiro está em plena expansão, especialmente na produção de grãos. O Brasil possui uma capacidade excepcional de cultivar milho, que agora está sendo melhor aproveitada.”
Mudanças no uso do milho: a “safrona”
Uma mudança significativa no cenário atual é a transformação da famosa “safrinha” em uma produção sólida que gera resultado. O milho, antes usado para cobrir custos da colheita de soja, agora é uma fonte considerável de matéria-prima para a produção de etanol. Hammerschmidt enfatiza como essa mudança é crucial para a viabilidade do projeto.
Benefícios adicionais
Além do etanol, a usina gerará um coproduto crucial: o farelo de milho, conhecido como “DDG”. Este material pode ser utilizado na alimentação animal, integrando ainda mais a produção de bioenergia e alimentos.
- Parceria entre setores: A conexão entre biocombustíveis e a indústria alimentícia tem um impacto direto:
- O farelo de soja, derivado do processamento, é usado em rações.
- Biocombustíveis sustentam o setor de carnes no Brasil.
Hammerschmidt conclui que “Os biocombustíveis proporcionaram um avanço significativo no mercado de carnes, tornando a produção ainda mais viável.”
A ampliação da biodiesel e infraestrutura
O crescimento da fábrica de biodiesel também é um ponto de destaque. Com uma capacidade de produção crescente de 900 milhões para 1,62 bilhão de litros por ano, o Grupo Potencial está preparando sua estrutura para ser mais robusta e competitiva no mercado. A esmagadora de soja em Lapa terá um processamento estimado de 1,2 milhão de toneladas anualmente.
Adicionalmente, o grupo planeja construir dois dutos interligando Araucária e Lapa, para o transporte de etanol e biodiesel, com um investimento de R$200 milhões. Essa infraestrutura garantirá que os biocombustíveis sejam entregues eficientemente nas bases distribuidoras de combustíveis locais.
Olhando para o futuro: Sustentabilidade e inovação
A trajetória do Grupo Potencial tem raízes profundas, começando na década de 1950, com uma pequena rede de postos de combustíveis no Sul do Brasil. Atualmente, a empresa não só se adapta às necessidades do mercado, mas também se posiciona como um líder em soluções sustentáveis.
Embora a ideia de investir em combustível sustentável de aviação (SAF) esteja em análise, Hammerschmidt explica que “o interesse existe, mas o investimento é elevado e a demanda ainda é restrita”. Estima-se que o projeto SAF possa custar de R$3 a R$4 bilhões, e a companhia está avaliando o timing para esse passo.
Reflexão sobre o potencial dos biocombustíveis
Os biocombustíveis são uma alternativa promissora para a matriz energética do Brasil, contribuindo não apenas para a economia rural, mas também para a sustentabilidade do setor energético. O investimento do Grupo Potencial na usina de etanol de milho é um passo significativo que pode gerar empregos, reduzir a dependência de combustíveis fósseis e impulsionar a economia local.
Perguntas para refletir
- Como você vê o papel dos biocombustíveis na matriz energética brasileira?
- Quais são os desafios enfrentados por empresas que desejam investir em energia sustentável?
O caminho para a energia limpa e renovável está apenas começando, e as próximas décadas serão cruciais para determinar como o Brasil pode se tornar um líder global em biocombustíveis. Agora é a hora de olhar para o futuro e pensar: o que você faria para contribuir com essa transição energética?
Vamos ficar de olho nas próximas novidades do Grupo Potencial e no impacto que suas ações terão no mercado de biocombustíveis. O que está por vir nos surpreenderá?