quinta-feira, abril 24, 2025

Recuperação Financeira: 5 Estratégias Infalíveis Para Virar o Jogo nas Apostas


O aumento das apostas no Brasil tem gerado preocupações entre especialistas em saúde mental e profissionais do mercado financeiro. Entretanto, quem realmente enfrenta as consequências dessa nova realidade são os apostadores. De acordo com uma pesquisa do Instituto Locomotiva, 86% deles acabaram contraindo dívidas, e 64% estão com o nome sujo na Serasa.

Como se recuperar financeiramente após as apostas?

Apostar não é a melhor maneira de administrar suas finanças. Mas, se você já se deixou levar pelas bets e perdeu dinheiro, como pode reverter essa situação?

O primeiro passo, de acordo com psicólogos e planejadores financeiros, é reconhecer que existe um problema. Pesquisas da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) mostram que cerca de 64% dos apostadores utilizam sua renda principal para fazer apostas.

Esse comportamento leva muitos a abrir mão de despesas essenciais, como roupas novas, alimentação, produtos de higiene e até cuidados com a saúde. Para a psicóloga Vera Rita de Mello Ferreira, essa situação pode ser compreendida pela teoria do prêmio do vencedor, elaborada por Daniel Kahneman, Prêmio Nobel de Economia. Segundo ela, “as pessoas tendem a correr riscos porque não têm clareza sobre as probabilidades de perdas, e não por um desejo inerente de arriscar.”

O mais difícil, de acordo com ela, é reconhecer os gastos compulsivos. O apóstolo precisa entender suas motivações para apostar.

O que leva alguém a fazer apostas?

A pesquisa do Instituto Locomotiva indica que a vulnerabilidade financeira é um fator que impulsiona as apostas. Para 53% dos entrevistados, a principal motivação é “ganhar dinheiro”, seguida por “diversão” (22%), e a busca por adrenalina (10%) e entretenimento (7%).

Encarar as apostas como uma fonte de renda é uma armadilha. O neuropsicólogo Rodrigo Maciel explica que esse comportamento resulta em um ciclo de dependência: “Quando uma pessoa aposta, a liberação de dopamina, o hormônio do prazer, faz com que o cérebro associe a atividade a recompensas.”

Os perigos dos pequenos ganhos

Esse ciclo se intensifica quando o apostador obtém pequenas vitórias, levando-o a acreditar que pode ganhar cada vez mais. “Após uma perda, a tendência é aumentar as apostas para tentar recuperar o que foi perdido, criando um ciclo vicioso”, alerta Vera Rita.

Esse comportamento pode distorcer a percepção da realidade, levando o apostador a ignorar dados relevantes e a se fixar no viés de confirmação. Este fenômeno psicológico impede o reconhecimento das consequências de suas ações, alimentando a ideia de que o sorteio da vez pode trazer fortuna.

Apostas em futebol: um vício crescente

A pesquisa da SBVC revelou que 77% das apostas são voltadas para o futebol, seguidas por jogos de slot (50%), cassino ao vivo (25%), basquete (21%) e vôlei (20%). Na hora de apostar, os fatores considerados incluem um atleta ou time favorito (53%), lesões de jogadores (29%), influenciadores de apostas (25%), entre outros.

Rodrigo Maciel aponta que as pessoas se sentem atraídas pelas apostas por curiosidade, mas múltiplos gatilhos emocionais entram em cena. “Muitas recorrem às apostas, álcool ou comida para regular suas emoções, até que o cérebro condicione essa busca por recompensa.”

Aposta: um novo ‘Boi Gordo’

Apesar da popularidade das bets, a crença em soluções rápidas para enriquecer não é novidade na análise do comportamento financeiro. Cláudia Yoshinaga, pesquisadora da FGV, relaciona o embalo atual com o esquema do Boi Gordo, que causou prejuízos a milhares de investidores nos anos 90. Ela observa que, embora esses esquemas tivessem barreiras de entrada mais rígidas, as apostas se tornaram mais acessíveis com a digitalização.

A explosão da popularidade das bets

As apostas estão onipresentes: nas redes sociais, na televisão, e nos eventos esportivos, alcançando uma variedade crescente de pessoas. Mirella Martins de Castro Mariani, supervisora do Ambulatório do Jogo do Hospital das Clínicas, observa um aumento alarmante no número de casos de dependência por apostas.

O perfil dos pacientes que procuram tratamento está se expandindo. Anteriormente, as pessoas que buscavam ajuda tinham idades entre 40 e 45 anos. Desde 2018, a faixa etária diminuiu significativamente, abrangendo também crianças e adolescentes.

Entendendo as apostas online

As apostas online têm se popularizado no Brasil com a expressão “bet”, que remete a um ato que pode parecer menos arriscado. Cláudia Yoshinaga argumenta que a linguagem utilizada nas campanhas publicitárias transforma a percepção das apostas em uma atividade lúdica e divertida.

De acordo com Clay Gonçalves, planejadora financeira da SuperRico, é necessário enxergar as apostas com seriedade: “Quando as chances de enriquecer são mínimas, é crucial tratar as apostas como um jogo, sem comprometer seus objetivos financeiros a longo prazo.”

O vício em apostas: um problema generalizado

Praticamente todos estão suscetíveis a desenvolver vício em apostas, independente da idade ou histórico. O acesso fácil a esses jogos, agora na palma da mão, exige que todos fiquem atentos aos sinais de alerta.

Segundo o Instituto Locomotiva, 45% dos jogadores admitiram que as apostas já causaram danos financeiros, enquanto 37% confessaram ter utilizado dinheiro destinado a outras necessidades. Além disso, 30% relataram prejuízos em suas relações pessoais.

Mais que dinheiro, as apostas consomem tempo

Os problemas provocados pelo vício em apostas não se restringem apenas ao dinheiro. Quando a pessoa começa a priorizar as apostas em detrimento de outras atividades, isso indica uma dependência crítica. A psicóloga Vera Rita enfatiza a importância de identificar as prioridades e reconhecer o impacto das apostas na vida cotidiana.

Identificando os sinais do vício em apostas

Caso você esteja em dúvida sobre a existência do vício, observe as consequências. Um levantamento do Ambulatório do Jogo da USP aponta sinais comuns, que incluem:

  • Dificuldades de relacionamento;
  • Problemas de saúde (nível de estresse elevado, insônia, ansiedade);
  • Sofrimento emocional (depressão, tristeza);
  • Complicações financeiras, como dívidas e dificuldades para pagar contas;
  • Queda no desempenho acadêmico ou profissional.

Escalonando a recuperação financeira

Passo 1: Reconhecer o problema

A primeira etapa é sempre o reconhecimento. Discussões abertas com amigos e familiares podem ajudar, mas essa consciência também pode ser um processo íntimo. Lembre-se: não existem fórmulas mágicas para enriquecer rapidamente; as promessas são, na maioria das vezes, enganosas.

Passo 2: Buscar ajuda

Se você já compartilhou suas dificuldades com pessoas próximas, torna-se mais fácil formar uma rede de apoio solidária. Além disso, contar com assessoria profissional é um passo importante para evitar o risco de acreditar excessivamente em seu autocontrole.

Passo 3: Comunicar-se com alguém de confiança

É essencial buscar interagir com amigos ou familiares sobre o problema, pois isso oferece uma camada adicional de suporte emocional e accountability.

Passo 4: Interromper as apostas

Reconhecer o vício é um começo, mas é fundamental parar as apostas de uma vez por todas. Mirella Mariani, psicóloga, afirma que “não existe uma forma controlada de jogar”. Assim, bloquear aplicativos e sites de apostas é o ideal.

Passo 5: Reorganizar a vida financeira e estabelecer novos planos

Se você se encontra sobrecarregado por dívidas, é hora de observar suas finanças com um olhar crítico e fazer as adaptações necessárias. Um planejador financeiro pode ser seu aliado nesse processo, ajudando a redirecionar seus recursos.

Recursos disponíveis para ajuda financeira

Para quem está em uma situação financeira crítica, pode ser desafiador reservar um fundo para consultas. Porém, existem recursos disponíveis. Universidades e faculdades de psicologia frequentemente oferecem tratamentos gratuitos. Assim, vale a pena entrar em contato com a instituição mais próxima.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece atendimentos psicológicos gratuitos, incluindo os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS AD), que são especializados em tratamentos para dependências. Adicionalmente, grupos de apoio como Jogadores Anônimos oferecem suporte valioso para aqueles que precisam compartilhar suas experiências e buscar a recuperação.

Se você reside em São Paulo, considere buscar o programa de transtornos impulsivos da USP, que disponibiliza uma gama de serviços desde a triagem até tratamento psicológico. É um percurso que pode levar tempo, mas a recuperação é viável, e existem redes de apoio à disposição.

Além disso, iniciativas como o “Tamo Junto” da SuperRico oferecem suporte a famílias em dificuldades financeiras, proporcionando acesso a planejadores financeiros que podem ajudá-los a se reerguer.

Por fim, instituições como a FGV, Febraban e B3 têm investido em cursos gratuitos voltados para a educação financeira, capacitando as pessoas a lidarem melhor com suas finanças e a evitarem situações de inadimplência no futuro. Não hesite em buscar essas oportunidades!

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