quarta-feira, junho 25, 2025

Refugiados em Terra de Acolhimento: A História Inspiradora da Comunidade Ucraniana em Portugal


Um Olhar Sobre os Refugiados: A Iniciativa da Acnur em Lisboa

No Jardim Vasco da Gama, em Lisboa, uma tenda da Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) capta a atenção de passantes, servindo como um espaço para conscientização sobre a realidade dos deslocados forçados. Este projeto visa humanizar a experiência de quem precisa deixar o lar à força.

Quando os visitantes adentram a tenda, são convidados a vivenciar um pouco do drama enfrentado por milhões de indivíduos ao redor do mundo. "Oferecemos uma experiência sensorial onde é possível ouvir os sons de conflitos e guerras, recriando o que um refugiado escuta momentos antes de sua fuga: explosões, gritos, caos", explica Soraya Ventura, diretora-geral da Fundação Portugal com Acnur, que atua em parceria com a ONU.

Chegada e Acolhimento em Portugal

Dentro da tenda, montada para representar a realidade de uma família de até sete pessoas, o foco é sensibilizar os que passam nas proximidades sobre a realidade das pessoas que fogem de suas nações. A forma como Portugal tem acolhido os refugiados, especialmente os ucranianos, afegãos e sírios, é digna de destaque: mais de 68 mil refugiados, incluindo 60 mil originários da Ucrânia, encontraram abrigo no país.

As políticas adotadas por Portugal vão além da simples acolhida. O país oferece:

  • Documentação facilitada
  • Mecanismos de proteção
  • Programas de integração, com ênfase no aprendizado do português, iniciativas educacionais e inserção profissional

Educação e Inclusão nas Escolas

O Acnur não atua apenas na proteção, mas também foca na educação e na inclusão. "Em todos os países onde estamos presentes, oferecemos apoio com tradutores e intérpretes, e isso não é diferente em Portugal", afirma Soraya. Iniciativas visando a alfabetização em português são fundamentais para garantir a inclusão social e profissional dos refugiados.

As escolas têm sido essenciais nesse processo. Universidades e autarquias participam ativamente, promovendo atividades educativas que contextualizam a figura do refugiado. "As crianças demonstram grande curiosidade: querem entender de onde vêm seus colegas e por que estão aqui", comenta Soraya.

Explorando a Realidade dos Refugiados

A Fundação Portugal com Acnur não apenas busca arrecadar fundos, mas também trabalhar na conscientização da população. As equipes estão presentes nas ruas de Lisboa, Porto e Braga, onde abordam diversos temas:

  • Quem são os refugiados?
  • Quais são as emergências do Acnur?
  • Por que é tão importante entender a situação de quem foge?

Esse trabalho vai além da arrecadação, pois busca criar um laço emocional e humano com a comunidade, enfatizando as histórias frequentemente ignoradas.

A Escala Global da Crise dos Refugiados

A crise dos refugiados não é limitada a Portugal. De acordo com dados da ONU, em 2025, mais de 122 milhões de pessoas estarão deslocadas à força no mundo. Deste total, mais de 40 milhões são reconhecidas como refugiadas, e aproximadamente 40% delas são crianças.

Para refletir sobre essa realidade:

  • 1 em cada 67 pessoas no planeta vive uma situação de deslocamento forçado.
  • O Relatório de Tendências Globais 2025 mostra um aumento de 6% em relação ao ano anterior, com 7 milhões a mais de deslocados.
  • As principais nacionalidades afetadas incluem sudaneses, sírios, afegãos e ucranianos.

Viver Sem Medo: O Caso do Sudão e Outros Conflitos

A tragédia no Sudão é destacada como a maior crise de deslocamento atual, com cerca de 15 milhões de pessoas afetadas. Além disso, situações complicadas em Gaza, Líbano, Mianmar, Haiti e Ucrânia contribuem para um quadro alarmante.

Apesar de tudo, o desejo de retornar ao lar é um sentimento compartilhado por todos os refugiados. "Pergunte a qualquer um deles sobre seu maior sonho, e a resposta sempre será a mesma: voltar para casa, contanto que seja em paz, sem medo, sem perseguições, e com dignidade", resume Soraya.

O Apelo à Solidariedade em Portugal

No Dia Mundial do Refugiado, celebrado em 20 de junho, o Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, fez um apelo à solidariedade em relação aos refugiados. “Momento oportuno para demonstrarmos nossa empatia e acolher aqueles que chegam em busca de proteção”, afirmou em mensagem divulgada no site oficial da Presidência.

Ele enfatizou a importância de honrar as histórias dos refugiados e demonstrar apoio inabalável à sua causa, afirmando que isso deve ser considerado um dever moral que promove a humanidade compartilhada.

Considerações Finais

Em um mundo onde os desafios sociais e humanitários são cada vez mais complexos, a solidariedade e o acolhimento são fundamentais. O trabalho da Acnur e da Fundação Portugal com Acnur exemplifica um esforço coletivo para criar um espaço seguro e acolhedor para aqueles que necessitam. Portanto, cada um de nós pode fazer a diferença, seja através de ações diretas ou da disseminação de informação.

Que possamos refletir sobre estas histórias e nos tornarmos defensores da paz e inclusão, construindo um futuro onde todos possam viver dignamente, independentemente de suas origens. O que você pode fazer hoje para ajudar? Compartilhe suas ideias e inspire outros a se juntarem a esta causa.

Sara de Melo Rocha é correspondente da ONU News em Lisboa.

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