quarta-feira, março 12, 2025

Resultados Surpreendentes: O Que os Números Revelam Sobre 2025?


Análise dos Resultados da Ambev: Desafios e Oportunidades

A Ambev (ABEV3) divulgou seus resultados do quarto trimestre de 2024 e, como todos sabemos, no mundo dos negócios, os números podem ser tanto uma luz no fim do túnel quanto uma sombra sobre o futuro. Neste artigo, vamos explorar os principais pontos dos resultados, as expectativas para o futuro e o que isso significa para investidores e consumidores.

Desempenho Financeiro Surpreendente

Em um cenário de incertezas, a Ambev registrou um EBITDA ajustado de R$ 9,6 bilhões, superando em 12% as projeções do Itaú BBA, impulsionado em grande parte pelo desempenho robusto nas vendas da América Latina Sul (LAS). É interessante notar que esse resultado veio em meio a uma série de dificuldades enfrentadas, especialmente na divisão de cervejas, a qual tem enfrentado uma competição acirrada no Brasil.

Ambev (ABEV3)
Ambev enfrentou desafios, mas resultados internacionais trouxeram novas perspectivas.

Perspectivas em Contraste

Apesar do desempenho positivo em alguns setores, a unidade de cervejas no Brasil viu suas vendas diminuírem em 3,9% em comparação ao ano anterior. Isso levanta questionamentos sobre a competitividade da Ambev em um mercado que parece cada vez mais hostil, com a concorrência da Heineken forçando uma postura agressiva e inovadora.

O Que Funcionou?

Vamos analisar os pontos positivos do balanço da Ambev, de acordo com a análise do Itaú BBA:

  • Custo da Cerveja: O guidance de custo veio melhor do que o esperado, o que pode favorecer as futuras projeções de EBITDA.
  • Dividendo Anunciado: O anúncio de dividendos para o primeiro trimestre de 2025 sugere uma possível reestruturação de capital a longo prazo.
  • Resultados Favoráveis em Outros Mercados: Desempenho acima do esperado na América Central e no Caribe, além do segmento de bebidas não alcoólicas.
  • Hedge Positivo: A redução na exposição a hedge na Argentina trouxe efeitos benéficos nos resultados financeiros.
  • Superação do Consenso: O EBITDA foi 14% superior à expectativa do mercado.

O Que Preocupa?

Por outro lado, alguns pontos negativos também precisam ser considerados:

  • Queda nos Volumes de Vendas: O declínio de 3,9% nas vendas de cerveja no Brasil é um sinal claro de que o cenário competitivo está se intensificando.
  • Incertezas no Guideline de Custos: A falta de clareza sobre o impacto de fornecedores em relação ao NPV pode levar a maiores despesas financeiras no futuro.
  • Sustentabilidade do Crescimento: A continuidade do crescimento na América Latina Sul ainda é uma incógnita.
  • Impostos Elevados: O aumento das taxas de imposto pode afetar a rentabilidade da empresa.
  • Dividendos Abaixo do Potencial: Os dividendos anunciados estão considerados baixos, sem sinais claros de grandes distribuições a curto prazo.

Desafios na Divisão de Cervejas no Brasil

O EBITDA da divisão de cervejas no Brasil ficou em R$ 4,3 bilhões, em linha com a média do mercado, mas a receita líquida apresentou a maior queda desde 2020. A competição é intensa e, conforme dados do IBGE, a produção de bebidas alcoólicas caiu 4,6% no último ano, um reflexo das movimentações estratégicas dos concorrentes.

Um fator que contribuiu para essa queda de vendas foi a estratégia da Heineken de adiar aumentos de preços, dificultando o repasse da inflação pela Ambev. Isso mostra como um movimento de um concorrente pode impactar toda uma indústria.

Boas Novas no Segmento de Não Alcoólicos

Em um contraste interessante, enquanto a divisão de cervejas enfrentava desafios, os negócios internacionais e de bebidas não alcoólicas foram um verdadeiro destaque. O segmento não alcoólico viu um crescimento notável, superando o aumento de custos gerais e administrativos. Na América Latina Sul, o EBITDA surpreendeu ao ser 36% superior às estimativas da Itaú BBA, mesmo que os volumes de vendas tenham apresentado uma queda de 7% no ano.

Além disso, a operação da Ambev no Canadá cresceu 24% em receita, impulsionada pela valorização cambial e pelo forte desempenho de suas marcas premium.

Dividendos e Estrutura de Capital: Uma Análise

A Ambev anunciou um pagamento de R$ 0,1276 por ação em dividendos, resultando em um yield de 1,15%, o que representa apenas 13% do lucro esperado para 2025. Embora este anúncio tenha sido positivo, muitos analistas, incluindo os do Itaú BBA, afirmam que os dividendos estão abaixo do potencial da empresa e não devem ser um fator decisivo para a reavaliação das ações ABEV3 em um futuro próximo.

Perspectivas para o Futuro

O Itaú BBA mantém uma recomendação market perform (neutra) para as ações da Ambev, atribuindo um múltiplo P/E de 12x para 2025. Mesmo que a empresa apresente uma estratégia de portfólio promissora, as discussões nos próximos trimestres devem focar na dinâmica de receita e margem no Brasil.

O contexto competitivo fortemente dominado pela Heineken, aliado à inflação de alimentos que pressiona o consumo, são fatores que exigem atenção constante. Portanto, a reestruturação de capital poderia ser um potencial gatilho para a valorização das ações ABEV3 no futuro.

Considerações Finais

A Ambev está em um momento crucial, onde suas divisões internacionais e não alcoólicas estão se destacando, enquanto o setor de cervejas enfrenta desafios significativos no Brasil. É um cenário que pede cautela, mas também apresenta oportunidades interessantes para investidores que estão dispostos a acompanhar de perto as mudanças e dinâmicas do mercado.

Fiquemos atentos às próximas movimentações da Ambev e reflitamos sobre o futuro da gigante das bebidas. Você acredita que a empresa conseguirá se reestruturar e voltar a crescer em seu mercado doméstico? Compartilhe sua opinião e vamos continuar essa conversa!

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