Ex-comandante da Aeronáutica Faz Revelações Impactantes sobre Tentativas de Golpe
Em um depoimento que repercutiu fortemente, Carlos Baptista Junior, ex-comandante da Aeronáutica, se tornou a última testemunha a falar sobre o alegado "núcleo crucial" do golpe no Brasil. A declaração foi dada ao Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 21, e seu conteúdo levanta questões cruciais sobre os eventos que cercaram a eleição de 2022.
Detalhes da Reunião Crucial
Durante a audiência, Baptista Junior trouxe à tona a reunião que envolveu ele, o almirante Almir Garnier, da Marinha, e o general Marco Antônio Freire Gomes, do Exército, todos com o então presidente Jair Bolsonaro. Nessa importante conversa, uma proposta de golpe foi discutida, com uma "minuta" sendo apresentada aos líderes militares.
O ‘Brainstorming’ Perigoso
Baptista revelou que, em uma das reuniões pós-eleitorais, houve um “brainstorming” entre os altos comandantes e o presidente. Essa técnica, normalmente usada para fomentar a criatividade, teve um tom inquietante, já que ideas sobre como realizar o golpe estavam em pauta.
Ele mencionou que a prisão do então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, se tornou uma possibilidade durante as discussões. “Houve essa cogitação de prender o ministro Alexandre de Moraes, que era presidente do TSE. O que fazer se ele fosse libertado pelo STF?”, questionou Baptista, sem, no entanto, indicar quem levantou essas ideias.
A Questão das Urnas Eletrônicas
Outro ponto importante abordado por Baptista foi a ausência de falhas nas urnas eletrônicas. Ele afirmou ter comunicado a Bolsonaro, logo após o segundo turno das eleições, que não havia evidências de fraudes. “Isso foi discutido em várias reuniões, sendo enfatizado no dia 14 de novembro, quando o presidente me apresentou o relatório do Instituto Voto Legal”, explicou.
Esse documento foi posteriormente utilizado como base para uma tentativa de anulação dos votos do segundo turno, algo que se intensificou após suas afirmações de que as urnas eram seguras.
Diálogo com o Presidente do Instituto Voto Legal
Baptista também relatou uma ligação que teve com Carlos Rocha, o presidente do Instituto Voto Legal. Nesta conversa, esclareceu os erros técnicos do relatório que sustentava a solicitação do PL para revisão das eleições, reiterando que não havia falhas que comprometesse os resultados.
Trocas de Comunicação e Alinhamento entre Comandantes
Baptista Junior reafirmou que o almirante Almir Garnier manifestou uma postura mais disposta, colocando suas tropas à disposição de Bolsonaro para um possível golpe. "Ele não estava na mesma sintonia que o general Freire Gomes, e em uma das reuniões, chegou a declarar que as tropas da Marinha estariam prontas para apoiar o presidente", relatou.
Ameaças de Prisão e Fortalecimento de Autoridade
Adicionalmente, um momento tenso foi quando Baptista mencionou que o general Freire Gomes fez uma ameaça a Bolsonaro, afirmando que se um decreto de Garantia da Lei e da Ordem fosse expedido, ele teria que prendê-lo para impedir a posse de Lula. “Ele disse algo como: ‘Se o senhor fizer isso, vou ter que te prender’”, relatou Baptista.
Comunicação com o General Heleno
Em um outro episódio, Baptista destacou que durante uma formatura no Instituto de Tecnologia Aeronáutica, ele se encontrou com o general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Bolsonaro. Ao perceber a urgência da reunião emergencial que Heleno fora convocado para, Baptista reafirmou que a FAB não estaria disposta a apoiar um golpe. “Deixei claro que não iríamos apoiar uma ruptura institucional”, afirmou durante o depoimento.
Reflexão sobre os Eventos
A narrativa de Carlos Baptista Junior gera um profundo questionamento sobre os limites das instituições militares no Brasil e sua interação com o poder civil. Os detalhes que vieram à tona não apenas revelam a fragilidade de alguns processos democráticos, mas também levantam a necessidade de um debate mais robusto sobre garantias e direitos civis em tempos de crise.
Considerações Finais
À medida que mais informações são reveladas, é primordial que a sociedade reflita sobre o que está em jogo. A situação atual do país exige um olhar crítico e envolvente sobre a saúde da nossa democracia. Em tempos de divisão, é fundamental que todos nós, como cidadãos, nos unamos em prol do fortalecimento de nossas instituições democráticas.
Convidamos você, leitor, a compartilhar sua opinião sobre os eventos descritos. Quais são suas reflexões sobre o papel das Forças Armadas e a proteção da democracia no Brasil? Sua voz é essencial nesse diálogo.