Desempenho das Construtoras no 4T24: Análises e Perspectivas
Na noite de terça-feira, dia 14, as construtoras Tenda (TEND3), Mitre (MTRE3) e Moura Dubeux (MDNE3) divulgaram os resultados operacionais do quarto trimestre de 2024 (4T24). Esses dados oferecem uma visão interessante sobre a saúde do setor e as estratégias executadas por essas empresas.
Tenda: Desempenho Misto e Expectativas para o Futuro
A Tenda apresentou um desempenho robusto ao longo de 2024, mas seus números do quarto trimestre foram avaliados como mistos pelo Bradesco BBI. Os analistas destacaram a queda na velocidade das vendas, com uma redução de 2 pontos percentuais em relação ao ano anterior, enquanto a Alea enfrentou um declínio ainda mais acentuado, com 7 pontos percentuais. Além disso, os distratos da Alea alcançaram alarmantes 29% das vendas brutas, reflexo das restrições nas métricas de pontuação de crédito.
Apesar dos desafios, o Bradesco BBI manteve a recomendação de compra para a TEND3, com o título avaliado como atrativo, a 3,8 vezes o múltiplo Preço/Lucro (P/L) esperado para 2025, e 2,9 vezes para 2026. Essa avaliação se sustenta em uma recente capitalização de R$ 80 milhões da Alea, que reavaliou a subsidiária em R$ 1,1 bilhão, reduzindo o risco associado ao negócio.
Por outro lado, o JPMorgan apontou que as pré-vendas líquidas da Tenda totalizaram R$ 984 milhões, um crescimento de 17% em relação ao ano passado, porém 23% abaixo das previsões do banco, mesmo com um atua volume de lançamentos. Este resultado refletiu uma velocidade de vendas agregada de 23%, 10 pontos percentuais abaixo do esperado.
Transferências e Expectativas no Horizonte
Outro indicador preocupante foi a queda de 11% nas transferências de unidades, totalizando R$ 677 milhões, representando um desafio em termos de fluxo de caixa livre. Apesar dessas dificuldades, o JPMorgan reiterou sua recomendação de compra, estabelecendo um preço-alvo de R$ 18,50 por ação.
O BTG Pactual, por sua vez, enxergou os resultados operacionais da Tenda como previsíveis e alinhados com suas estimações. O banco acredita que a empresa está bem posicionada para cumprir suas metas de 2025, reforçando a expectativa de crescimento expressivo em 2024. Além disso, os analistas do BTG caracterizam a Tenda como uma opção arriscada, mas com um potencial de valorização superior em comparação com seus concorrentes, mantendo uma recomendação de compra e um preço-alvo de R$ 22.
Visão da Mitre: Adaptabilidade em Tempos de Incerteza
Focando na Mitre, o BTG Pactual avaliou seus resultados do 4T24 como sólidos, embora dentro das expectativas. A análise do banco indicou que as ações da empresa estão negociadas a um valuation atrativo, a 0,3 vezes o Preço/Valor Patrimonial. No entanto, a equipe ressaltou que o cenário macroeconômico se deteriorou, especialmente com o aumento das taxas de juros, que prejudica as construtoras de médio e alto padrão. Diante desse cenário, a recomendação foi mantida em neutra, com um preço-alvo de R$ 17.
Desempenho e Sustentabilidade da Moura Dubeux
A Moura Dubeux também teve um desempenho notável no último trimestre, conforme avaliou o Bradesco BBI. Os analistas destacaram resultados ligeiramente positivos, principalmente no que diz respeito aos lançamentos e vendas líquidas, que cresceram 61,2% ao longo do ano. A empresa se destacou com lançamentos que cresceram 57,8% em relação a 2023.
O BBI identificou que a ação da Moura Dubeux está sendo negociada a um valuation atrativo, a 3,2 vezes o P/L esperado para 2025, com rendimento de dividendos estimado em 11% para 2025. Já o Itaú BBA elogiou os números operacionais da empresa, destacando lançamentos que totalizaram R$ 460 milhões, totalizando R$ 2,5 bilhões em 2024. As vendas também superaram as expectativas, atingindo R$ 520 milhões no último trimestre e R$ 2,4 bilhões no ano.
Pontos de Atenção e Perspectivas Futuras
Com essa combinação de sólidos lançamentos e vendas, o tempo de duração do estoque foi reduzido para 9,2 meses, um indicador positivo de eficiência e agilidade. Contudo, tanto a Mitre quanto a Moura Dubeux precisam se manter atentas a uma economia em transformação, onde as taxas de juros e as condições de crédito podem afetar tanto a demanda quanto o desempenho geral do mercado imobiliário.
Reflexões Finais e Oportunidades de Investimento
À medida que olhamos para o desempenho das construtoras Tenda, Mitre e Moura Dubeux no 4T24, fica claro que, apesar de algumas incertezas, o setor de construção civil continua a se adaptar e a crescer. Para os investidores, essas empresas apresentam diferentes perfis de risco e oportunidade. Enquanto a Tenda demonstra potencial de valorização, Mitre e Moura Dubeux apresentam uma abordagem sólida diante das pressões econômicas atuais.
O que isso significa para você, investidor? A análise cuidadosa e a compreensão das particularidades de cada empresa são fundamentais para tomar decisões informadas. O cenário é dinâmico e repleto de oportunidades, mas também requer vigilância constante. E você? Qual é sua opinião sobre o futuro do setor de construção? Compartilhe seus pensamentos e insights nos comentários!