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JBS Enfrenta Desafio na Proposta de Listagem nos EUA
Na manhã desta quinta-feira, 22 de novembro, a JBS revelou os resultados iniciais da votação realizada por seus acionistas, e a situação não poderia ser mais intrigante. Segundo a contagem, 52% dos investidores se opõem à proposta que visa listar as ações da empresa na bolsa de valores dos Estados Unidos. Essa proposta já havia impulsionado um considerável aumento no valor de suas ações, e sua incerteza agora gera um cenário de tensão.
Próximos Passos
A decisão definitiva ocorrerá em uma assembleia programada para amanhã, 23 de novembro, onde serão contabilizados os votos dos acionistas minoritários que ainda estão pendentes. Esse detalhe pode alterar o rumo da proposta e provocar novas movimentações no mercado.
O Movimento das Ações da JBS
Nesta quinta-feira, o preço das ações da JBS apresentou uma alta de 1% pela manhã, mas logo em seguida perdeu esse ganho e encerrou o dia estável. É interessante notar que, desde março, os papéis da empresa acumulam uma valorização de cerca de 30%, impulsionados pela euforia do mercado com a possibilidade de uma nova listagem nos Estados Unidos.
Um Histórico Conturbado
Os planos da JBS para listagem em Nova York não são novos. Ao longo da última década, essas tentativas foram frustradas por uma série de escândalos que envolvem os principais acionistas da companhia, os irmãos Joesley e Wesley Batista. Além disso, as preocupações referentes aos impactos ambientais e a falta de transparência em relação às metas climáticas da empresa têm elevado a desconfiança entre os investidores.
A Reação da Comunidade Internacional
A aprovação da Securities and Exchange Commission (SEC) dos Estados Unidos, em abril deste ano, sinalizou um reforço no plano de listagem da JBS. Contudo, essa notícia não foi suficiente para acalmar os ânimos, já que organizações ambientais e políticos americanos começaram a expressar suas preocupações.
Resultados da Votação
Um comunicado divulgado pela JBS nesta quinta revelou que, até o momento, 271 milhões de votos foram registrados contra a proposta de movimentar suas ações da Bolsa de Valores do Brasil e estabelecer uma listagem dupla entre EUA e Brasil, utilizando uma empresa sediada na Holanda. Em contraste, 246 milhões de votos foram a favor e três milhões optaram pela abstenção.
Um Futuro Incerto
Na assembleia de amanhã, a JBS poderá contabilizar até 210 milhões de votos adicionais de acionistas minoritários, o que pode reverter a situação a seu favor. Se a proposta for aprovada, suas ações serão negociadas tanto na Bolsa de Nova York quanto na Bolsa de São Paulo (B3) através dos Brazilian Depositary Receipts (BDRs).
Preocupações sobre a Estrutura da Listagem
Duas importantes consultorias, Glass Lewis e Institutional Shareholder Services (ISS), levantaram novas dúvidas sobre a proposta de listagem. Ambas destacaram que a estrutura projetada pode enfraquecer os direitos dos acionistas minoritários, um ponto crucial em momento de mudanças nas estruturas corporativas.
Entendendo a Estrutura Proposta
No modelo sugerido, uma companhia com sede na Holanda deverá emitir ações Classe A, que serão comercializadas publicamente, e ações Classe B, com dez vezes mais poder de voto. Essa configuração levanta preocupações, pois, em um cenário hipotético, os acionistas controladores da JBS poderiam possuir até 85% do poder de voto, deixando os investidores minoritários em uma posição vulnerável.
Em resposta a essas críticas, a JBS defendeu sua proposta. Em uma carta direcionada aos acionistas, destacou que a ISS não reconheceu adequadamente o valor estratégico que seus acionistas controladores trazem para a empresa na busca por uma posição dominante no setor global de proteína animal.
Considerações Finais
À medida que a assembleia de amanhã se aproxima, a expectativa e a incerteza dominam o cenário. A decisão sobre a listagem nos EUA poderá não apenas impactar a JBS, mas também moldar o futuro de outras empresas brasileiras que almejam uma expansão no mercado internacional. É fundamental que os acionistas ponderem as implicações de suas escolhas, pensando não apenas no potencial financeiro, mas também nas consequências para a governança corporativa e a responsabilidade ambiental.
Como você vê esse dilema? As expectativas em torno da JBS são otimismo ou motivo de preocupação? Não hesite em compartilhar sua opinião e acompanhar os desdobramentos desse caso que, sem dúvida, pode ser um divisor de águas para a empresa e o mercado como um todo.