Nos últimos anos, o cenário energético brasileiro tem sofrido transformações significativas, destacando-se o crescimento do mercado livre de energia. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em 2024, uma impressionante porcentagem de 84% das novas usinas entrou em operação com foco no ambiente de contratação livre (ACL).
Com 299 usinas inauguradas neste ano, o total de capacidade instalada alcançou 8,5 gigawatts (GW). Deste total, 251 usinas, correspondendo a 8,5 GW, têm sua operação voltada para o mercado livre, uma clara demonstração da tendência em direção à autonomia e competitividade energética no Brasil.
As fontes que mais contribuíram para esse crescimento foram a energia solar, com 5 GW, e a eólica, com 3,5 GW, que continuam a se destacar em um setor onde as térmicas e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) ainda mantêm números modestos.
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Aproveite as oportunidades do mercado livre de energia
Pesquisas realizadas pela Associação Brasileira de Comercializadoras de Energia Elétrica (Abraceel) indicam que, até 2030, a participação no mercado livre pode chegar a impressionantes 93%. Os dados da Aneel mostram que a previsão de expansão é de 157 GW, sendo que 146 GW desse total estará fora do ambiente de contratação regulada.
Essa mudança progressiva se reflete ainda nas taxas de adesão ao mercado livre. Em 2019, cerca de 34% dos novos projetos eram orientados para o ACL, mas dois anos depois, esse número já havia saltado para 72%. Isso demonstra a crescente valorização e a confiança no mercado livre de energia.
Economia real nas contas de energia
Alexandre Viana, CEO da Envol Energy Consulting, comenta que a abertura do mercado para clientes residenciais pode alterar radicalmente a dinâmica dos leilões de energia. Atualmente, o mercado livre é predominantemente acessível apenas a consumidores de alta tensão.
De acordo com Viana, essa expansão deve levar à necessidade de leilões de energia existentes com prazos de até cinco anos, à medida que as distribuidoras se adequam às novas realidades de mercado.
O papel das fontes renováveis na matriz energética
A crescente dependência das fontes renováveis é uma realidade que veio para ficar. “A expansão das fontes renováveis ocorrerá majoritariamente por meio do mercado livre. A forma como as distribuidoras gerenciam seus portfólios será impactada pelos leilões de energia existentes”, diz Viana.
Quando falamos sobre confiabilidade energética, a demanda por termelétricas ou hidrelétricas de ponta poderá ser atendida por leilões de reserva de capacidade, permitindo que o sistema se mantenha robusto diante das variações de demanda.
A experiência de Viana na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) foi essencial para entender as tendências que moldam o mercado. Desde então, as distribuidoras mostraram menor disposição em contratar novos projetos, motivadas pela migração de grandes consumidores para o mercado livre.
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Essa diminuição na demanda atendida comercialmente faz com que os leilões regulares de energia também diminuam. Além disso, a tendência da Geração Distribuída (GD) ganha força, algo que já estava em desenvolvimento em 2016 e 2017, mas que agora mostra um amadurecimento significativo.
As mudanças nas políticas energéticas abrem um leque de oportunidades tanto para empresas quanto para consumidores. Com a Liberação do Mercado Livre, espera-se que organizações possam chegar a descontos de até 35% nas contas de energia e os consumidores residenciais possam também desfrutar de economias significativas em suas faturas.
À medida que o Brasil avança para um futuro mais sustentável e eficiente, é fundamental que todos estejam cientes de como podem se beneficiar desse novo cenário energético. A era do mercado livre de energia promete não só economia, mas também uma maior democratização do acesso às inúmeras vantagens que esse modelo oferece.
Então, o que você acha dessa transformação energética? Sua empresa está pronta para aproveitar as oportunidades que o mercado livre oferece? Compartilhe suas opiniões e experiências!
