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Na última entrevista realizada no domingo (6) com Eduardo Paes, o prefeito reeleito do Rio de Janeiro, sua visão ousada para o futuro da cidade se destaca. Em um contexto global onde as cidades lutam para se posicionar como líderes em crescimento e inovação, Paes lançou um ambicioso projeto para transformar o Rio em um centro de tecnologia de renome mundial. E a questão central é: como essa cidade icônica pode utilizar a tecnologia para enfrentar seus desafios estruturais?
Durante a conversa, Paes compartilhou detalhes sobre a dinâmica de colaboração entre os setores público e privado, além de discutir inovações recentes, como a inteligência artificial (IA), que podem revolucionar áreas cruciais como saúde, educação e infraestrutura.
Explorando Novas Possibilidades de Desenvolvimento
Veja a seguir os principais pontos que o prefeito abordou e suas expectativas para os anos vindouros.
A importância das Parcerias Público-Privadas
No cerne de sua proposta está o fortalecimento das parcerias público-privadas (PPPs) como motor de inovação. Paes enfatiza que a união entre os setores é vital para enfrentar os desafios urbanos mais intrincados.
“Um dos fundamentos da minha gestão tem sido desenvolver essas parcerias com o setor privado a fim de dinamizar a economia do Rio. Para isso, reformulamos a antiga empresa pública e fundamos a CCPar [Companhia Carioca de Parcerias e Participações], focando em parcerias estratégicas. Também lançamos a Invest.Rio, destinada a promover investimentos na cidade.”
Dentre os projetos destacados está o Porto Maravalley, um centro tecnológico que já atraiu mais de 100 empresas, com a ambição de tornar o Rio a “capital da inovação da América Latina”. Este projeto não se limita a ser um simples hub; há um compromisso firme em desenvolver soluções tecnológicas que beneficiem tanto a economia quanto a qualidade de vida dos cidadãos. “Já contamos com 20 empresas ativas e outras 80 interessadas em se estabelecer aqui.”
Além disso, Paes planeja a criação de mais três hubs de inovação com o mesmo modelo do Porto Maravalley, buscando assim criar um ecossistema no qual inovação, capital humano e investimentos se conectem de forma fluida, impulsionando um crescimento sustentável para a cidade.
A revolução da Inteligência Artificial na Gestão Pública
Paes vê as tecnologias emergentes, especialmente a inteligência artificial, como ferramentas cruciais para resolver problemas como a violência e desafios climáticos. Desde sua volta à prefeitura em 2021, a cidade tem avançado na implementação da IA em áreas estratégicas, utilizando dados de maneira abrangente na gestão pública.
“Uma das primeiras ações que tomamos foi a criação do Escritório de Dados, um centro de pesquisa, educação e visualização de dados. Através dessa iniciativa, iniciamos projetos que usam IA, como um sistema que detecta inundações em tempo real, acionando imagens de mais de 3.500 câmeras espalhadas pela cidade.”
Essa estratégia não apenas melhora o tempo de resposta a desastres climáticos, mas também otimiza o planejamento de infraestrutura. Com apoio de instituições acadêmicas e do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), o Rio consegue desenvolver modelos de IA que aprimoram as previsões meteorológicas.
O campo da segurança pública também se beneficia, como exemplificado pelo programa CIVITAS, que aplica IA para auxiliar investigações criminais e monitoramento urbano.
“O CIVITAS tem sido fundamental na solução de centenas de crimes, com a ajuda de mais de 5.300 dispositivos de monitoramento em operação. Este é um exemplo claro de como a IA pode ser uma aliada poderosa na luta contra a violência.”
Perspectivas para a Inovação e o Crescimento Econômico no Rio
Para uma cidade que investe em tecnologia, o benefício deve se traduzir em crescimento econômico. Paes acredita que o Rio tem o potencial de se destacar ainda mais como um dos principais centros tecnológicos da América Latina, atraindo investidores e eventos internacionais, o que, em última instância, resultará em desenvolvimento econômico ao injetar capital na cidade.
“Nosso objetivo é fazer do Rio a capital da inovação na América Latina. Observando as cidades mais desenvolvidas do mundo, percebemos que todas elas investem pesado em tecnologia e inovação. Organizar as finanças da cidade e criar um ambiente de negócios favorável fez com que o mundo tornasse seu olhar mais atento para nós, reconhecendo que somos um ótimo lugar para se estar e investir.”
O Rio vem se firmando como destino para eventos globais de inovação. Paes destaca que esses eventos não só colocam a cidade em evidência no cenário internacional, mas também geram investimentos significativos, com projeções de impacto de R$ 1,5 bilhão na economia do município até 2028.
Iona Szkurnik, fundadora e CEO da Education Journey, é uma especialista em educação corporativa que utiliza Inteligência Artificial para oferecer uma experiência de aprendizado otimizada. Com mestrado em Educação e Tecnologia pela Universidade de Stanford, Iona participou do desenvolvimento da primeira plataforma de educação online daquela universidade. Com mais de oito anos de experiência no mercado de SaaS de edtechs no Vale do Silício, Iona também cofundou a iniciativa Brazil at Silicon Valley, é fellow da Fundação Lemann, mentora de mulheres e investidora-anjo.
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