Início Economia Selic nas Alturas: É Hora de Repensar Seus Fundos de Debêntures Incentivadas?

Selic nas Alturas: É Hora de Repensar Seus Fundos de Debêntures Incentivadas?

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A Atualidade dos Fundos de Debêntures Incentivadas: Uma Análise Necessária

Nos últimos anos, os fundos de debêntures incentivadas se destacaram como uma escolha popular entre investidores em renda fixa. A isenção de impostos sobre os rendimentos desses fundos, combinada com a atratividade do crédito privado, fez com que muitos vissem neles uma oportunidade valiosa. Contudo, a persistência de taxas de juros altas levou a um cenário de volatilidade, gerando incertezas sobre a real eficácia de manter esses fundos nas carteiras de investimento.

O Desempenho das Debêntures Incentivadas em um Cenário de Juros Altos

De acordo com Ricardo Colin, especialista em crédito privado na Drys Capital, é fundamental compreender que não todos os fundos reagem da mesma maneira às flutuações nas taxas de juros. Alguns fundos são projetados para se alinhar a índices de inflação, como o IMA-B e o IMA-B5. Outros, em contraste, utilizam derivativos na tentativa de proteger as carteiras dos impactos negativos das taxas prefixadas.

Colin explica: “Nos fundos que utilizam hedge, os efeitos de altas nas taxas de juros tendem a ser limitados, porque os ganhos e perdas são equilibrados pelas operações de derivativos.” Nesse sentido, os fundos que indexam ao IMA-B5 enfrentam um cenário mais delicado. Quando os juros aumentam inesperadamente, pode haver perdas a curto prazo. No entanto, essa pressão pode ser amaciada caso haja uma alta na inflação ou se a gestão optar por encurtar a duração da carteira.

Por exemplo, no primeiro trimestre de 2025, o IMA-B5 apresentou um desempenho de 3,1%, superando o CDI de 2,1% no mesmo período, impulsionado por um IPCA de 2% acumulado. "Só a parte da inflação já quase igualou o CDI", ressalta o gestor.

Os Fundos de Debêntures Incentivadas São uma Boa Opção?

Apesar das incertezas, Colin afirma que os fundos de debêntures incentivadas ainda são uma opção atraente, principalmente em um contexto onde os títulos públicos de longo prazo estão oferecendo prêmios significativos. Isso abrange tanto os fundos não listados quanto os chamados FI-Infra.

A equipe da Drys Capital analisou o histórico do índice IMA-B5 e encontrou que quando a NTN-B 2035 oferece IPCA + 6% ao ano, o índice superou o CDI em 93% das janelas de 12 meses seguintes. E quando a taxa ultrapassa IPCA + 7%, essa probabilidade sobe para 95%.

"Atualmente, as taxas estão muito atrativas e os emissores apresentam um bom perfil de risco", destaca Colin. Por exemplo, o fundo Drys Debêntures de Infraestrutura estava oferecendo uma taxa implícita de IPCA + 8,59% ao ano, com mais da metade de sua carteira composta por ativos classificados como AAA. Já o fundo listado, INFB11, apresentava retorno estimado de IPCA + 9,48% ao ano.

Os Fatores que Impulsionam os FI-Infra

Além das taxas atrativas, a atuação ativa dos gestores e as mudanças regulatórias têm contribuído para o bom desempenho dos FI-Infra. Segundo Laurence Mello, CIO de Fundos Alternativos e Crédito da AZ Quest, a valorização das debêntures incentivadas tem sido impulsionada pela crescente demanda por ativos que são isentos de impostos. Essa demanda se intensificou após alterações na Resolução 5.118 do CMN, que impactaram a base das emissões de CRIs, CRAs, LCIs e LCAs, elevando a procura e, consequentemente, os preços das debêntures no mercado secundário.

Apesar de um ano desafiador para os índices de inflação, a estratégia da AZ Quest se destacou. O fundo AZ Quest Debêntures Incentivadas rendeu 0,87% em um mês recente, superando os 0,59% do IMA-B5, e acumulando 8,95% no ano. Para Mello, esse sucesso é resultado do fechamento dos spreads de crédito, reflexo de uma gestão ativa que busca capturar oportunidades mesmo durante períodos de maior volatilidade.

Atenção aos Riscos de Crédito

Embora os retornos sejam atraentes, os fundos de infraestrutura têm um risco central: a saúde financeira das empresas que emitem as debêntures. Colin reconhece que avaliar a saúde das emissores pode ser uma tarefa complicada para investidores comuns: “É um esforço considerável para aqueles sem formação em crédito. Portanto, é essencial contar com profissionais qualificados, acessar conteúdos de pesquisa ou delegar essa decisão a uma gestora experiente no setor”, aconselha.

Considerações Finais

A relevância dos fundos de debêntures incentivadas no cenário atual não pode ser subestimada. Embora enfrentem desafios em um ambiente de altas taxas de juros, com estratégias de gestão adequadas e uma análise cuidadosa do risco de crédito, esses fundos continuam a mostrar potencial. A atratividade de suas taxas e a estabilidade proporcionada por uma gestão ativa são fatores que fazem com que esses investimentos mereçam a atenção de qualquer investidor em busca de diversificação e retornos consistentes.

Agora que você chegou ao final deste artigo, que tal compartilhar suas impressões? Você acredita que os fundos de debêntures incentivadas são uma boa aposta para o futuro? Comente e compartilhe suas opiniões!

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