Nações Unidas e o Futuro da Síria: Encontros e Desafios
A Comissão Internacional Independente de Inquérito das Nações Unidas sobre a Síria está prestes a visitar o país em busca de entendimento sobre a complicada situação local. Especialistas apontam que, nesse momento crucial, a prioridade deve ser a proteção dos sobreviventes e a coleta de evidências que ajudem a esclarecer a verdade sobre os conflitos passados e a responsabilização dos culpados.
A Necessidade de Responsabilização e Justiça
Hanny Megally, um dos especialistas envolvidos, destaca que para os sírios se sentirem verdadeiramente no controle do processo de recuperação, é essencial que a responsabilização e a justiça sejam centralizadas nas próprias vozes e decisões do país, e não imposições externas. Ele acredita que acelerar os julgamentos neste momento não é a solução mais adequada.
Além disso, Megally falou sobre o Regime de Sanções que estão em vigor, sugerindo que agora é a hora de pensar em como reerguer a nação. O Brasil é representado no grupo de investigação por Paulo Sérgio Pinheiro, que preside a comissão.
OIM diz apoiar o atendimento às necessidades em favor da recuperação e da paz duradoura.
Esperanças em Damasco
Enquanto isso, a capital síria, Damasco, recebeu Geir Pedersen, o enviado especial da ONU para a Síria. Antes de deixar a cidade, Pedersen expressou esperança por uma "nova Síria", fundamentada nos princípios da Resolução 2254 do Conselho de Segurança. Durante sua visita, ele manteve diálogos com diversos grupos armados, líderes do Conselho Nacional Sírio, e até famílias de detidos, além de representantes da sociedade civil, com ênfase especial nas mulheres ativistas.
Conflitos e Acordos em Meio à Crise
O atual conflito na Síria exige uma resposta humanitária urgente, assim como esforços de recuperação a longo prazo, principalmente nas áreas mais afetadas do nordeste do país. Apesar das pausas temporárias nas hostilidades, Pedersen enfatiza a necessidade de uma solução política definitiva.
Recentemente, o Conselho de Segurança da ONU reafirmou seu compromisso com a criação de uma nova constituição e um contrato social que seja justo para todos os sírios. As eleições livres e justas após um período de transição também estão na pauta da organização.
O Papel da Comunidade Internacional
Os membros do Conselho de Segurança reiteraram a importância de que todos os Estados respeitem a soberania e integridade territorial da Síria. Um dos focos dessa discussão é o combate ao terrorismo, especialmente a capacidade de grupos como o autoproclamado Estado Islâmico, conhecido como Daesh, de se reestruturar no país.
Nesse contexto, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) ressaltou a precariedade da situação infantil na Síria: aproximadamente 75% das 10 milhões de crianças precisam de assistência humanitária, com 6,4 milhões carecendo de proteção imediata. As dificuldades econômicas e a insegurança têm exacerbado a violação dos direitos das crianças, intensificando o medo e a angústia entre a população infanto-juvenil.
Edouard Beigbeder, diretor regional do Unicef para o Oriente Médio e Norte da África, destacou os esforços da organização em fornecer ajuda essencial aos sírios, sempre com a esperança de que uma transição política confiável e inclusiva priorize os direitos das crianças.
Colaboração Internacional para Estabilidade
A Organização Internacional para Migrações (OIM) é outra entidade engajada na assistência às necessidades urgentes da população síria, colaborando com parceiros locais para expandir o apoio humanitário. Amy Pope, diretora-geral da OIM, enfatizou que o mundo não pode decepcionar a Síria em um momento tão crítico de esperança e fragilidade. A OIM está comprometida em garantir que as necessidades da população sejam atendidas, buscando criar as condições para uma paz duradoura e sustentável.
A situação na Síria é complexa e repleta de desafios. O futuro do país dependerá das escolhas feitas agora, não apenas por seus cidadãos, mas também pela comunidade internacional. Como a sociedade global pode contribuir para um processo de paz genuíno e duradouro? Deixe suas impressões e pensamentos nos comentários; sua opinião é importante nessa conversa sobre o futuro da Síria.