quinta-feira, janeiro 23, 2025

Suzano Foca na Desalavancagem Após Avanços no Projeto Cerrado: O Que Esperar?

O Início de uma Nova Era para a Suzano com o Projeto Cerrado

O Projeto Cerrado, considerado o empreendimento mais ambicioso da história do grupo Suzano (SUZB11), começou a operar no final de julho, marcando o início de uma nova era para a empresa. Com as máquinas funcionando a todo vapor, o terceiro trimestre de 2024 não só representa uma virada operacional, mas também um passo decisivo na busca por um patamar de endividamento considerado saudável, conforme anunciado na divulgação dos resultados mais recentes.

Uma Fábrica de Celulose Sem Precedentes

Este projeto, que foi revelado ao público em maio de 2021, promete transformar a Suzano na detentora da maior fábrica de celulose do mundo, com uma capacidade produtiva impressionante de 2,55 milhões de toneladas de eucalipto anualmente. Quando totalmente operacional, a expectativa é que a Suzano aumente sua capacidade de produção em até 20% em relação aos anos anteriores.

Contudo, essa ousadia veio a um custo. A construção do projeto demandou um investimento colossal de R$ 22,2 bilhões, que elevou o índice de alavancagem da empresa e manteve as expectativas de capex (capital de investimento) nos mais altos níveis durante alguns anos. Apesar da forte geração de caixa, a Suzano sempre esteve sob a escrutínio dos analistas devido à magnitude desse investimento.

Imagens GettyImagens Getty

A Suzano divulgou os seus resultados na noite de ontem (25)

Desafios e Oportunidades na Inauguração

Com as primeiras máquinas já em operação na unidade de Ribas do Rio Pardo (MS), a Suzano enfrentou um aumento nos custos operacionais. Entretanto, essa elevação não representa um grande motivo de preocupação. O aumento das despesas é esperado durante uma fase de inauguração e não tende a se repetir no futuro. Mais surpreendente, o crescimento na capacidade de produção está ocorrendo de maneira mais tranquila do que o inicialmente previsto, tanto por investidores quanto pela própria empresa.

Eficiência e Redução de Custos

Os líderes da Suzano afirmam que a unidade tem demonstrado eficiência acima do esperado, contribuindo para a redução do custo caixa — que é o investimento que a empresa precisa para produzir seus produtos. As previsões indicam que o aumento gradual na produção continuará ao longo dos próximos nove meses, estimando 900 mil toneladas apenas em 2024 e outras 2 milhões nos 12 meses seguintes.

Além disso, embora o projeto tenha consumido uma parcela significativa do orçamento, cerca de 7% do investimento inicial (aproximadamente R$ 1,5 bilhão) ainda precisa ser alocado nos próximos trimestres. O foco da administração parece estar em maximizar os ativos já existentes na empresa, ao invés de se aventurar em novas fusões e aquisições neste momento.

Foco na Dívida e no Futuro

Durante a teleconferência que apresentou os resultados do terceiro trimestre, Beto Abreu, CEO da Suzano, destacou que os próximos meses serão cruciais para a diminuição da dívida líquida. Atualmente, a alavancagem é de 3,1x, ligeiramente abaixo dos 3,2x do trimestre anterior. Embora as projeções de capex para o futuro só sejam divulgadas em dezembro, no Investor Day da empresa, a expectativa é de que esses investimentos sejam significativamente menores em comparação aos últimos anos.

Quando questionado sobre possíveis aquisições, Abreu enfatizou que o foco agora está em otimizar as operações com os ativos já disponíveis e não há planos para aumentar a velocidade do programa de recompra de ações neste momento.

Abreu também afirmou: “Nosso objetivo é devolver a empresa a um nível de normalidade no que diz respeito à alavancagem.” Ele manifestou sua confiança na estabilidade dos preços da celulose, reforçando que, com a operação do Projeto Cerrado, a Suzano entra em um novo ciclo de geração de caixa, com resiliência para enfrentar as flutuações de preços, especialmente em um cenário global que inclui incertezas relacionadas à China e outros mercados.

Resultados Promissores

No último trimestre, a empresa cresceu suas vendas de celulose em 4% comparado aos três meses anteriores, impulsionadas pela demanda na Ásia. Os resultados financeiros da Suzano também superaram as expectativas do mercado, particularmente devido a um volume de produção que ficou acima das previsões.

Generosidade dos Números

A seguir, alguns dos principais dados financeiros que evidenciam o desempenho robusto da Suzano até agora:

  • Receita: R$ 12,2 bilhões (+7% em relação ao trimestre anterior)
  • Lucro líquido: R$ 3,2 bilhões
  • Ebitda: R$ 6,5 bilhões (+77% no comparativo anual)
  • Dívida líquida: R$ 70 bilhões, com um aumento de R$ 3,5 bilhões em relação ao trimestre anterior.

Olhando para o Futuro

Embora alguns analistas, como os do Itaú BBA, vejam que a desvalorização do câmbio ajudou a mitigar parte dos custos elevados de produção, outros, como o Goldman Sachs, adotam uma postura cautelosa em relação à alocação de capital da Suzano para os próximos anos. A perspectiva de um cenário de investimentos moderado se torna cada vez mais evidente.

Os desafios e incertezas sempre estarão presentes em um mercado tão dinâmico, mas a trajetória da Suzano agora parece promissora. A capacidade de responder à demanda crescente e o foco contínuo na eficiência operacional posicionam a empresa em uma posição vantajosa no setor de celulose. O que vem a seguir? Somente o tempo dirá, mas uma coisa é certa: a Suzano está pronta para se reintegrar a um ciclo de crescimento e inovação.

A incursão da Suzano no Projeto Cerrado é um marco não apenas para a companhia, mas também para o setor de celulose como um todo. Os números estão à mostra e a expectativa é alta. Como você vê o futuro da Suzano e do setor de celulose? Compartilhe seus pensamentos e participe da conversa!

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