Ultrapar: Perspectivas e Desafios no Mercado de Combustíveis
A Ultrapar Participações, responsável por operações icônicas como Ipiranga e Ultragaz, encerrou o terceiro trimestre de 2025 com resultados promissores, acirrando o debate entre analistas sobre o futuro da empresa. Apesar das boas notícias, os papéis da Ultrapar experimentaram uma queda de 6%, negociando a R$ 21,47 em um mercado repleto de opiniões divergentes sobre o verdadeiro potencial de valorização.
Resultados que Impressionam
No último balanço, a Ultrapar reportou um lucro líquido de R$ 772 milhões, equivalente a uma alta de 11% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse resultado veio em um momento em que os analistas projetavam cifras mais modestas. A empresa creditou grande parte desse desempenho à “Operação Carbono Oculto”, uma iniciativa apresentada em agosto para coibir a informalidade no setor de combustíveis.
A Ipiranga, em particular, se destacou, vendendo 6,17 milhões de metros cúbicos de combustíveis no terceiro trimestre, marcando um crescimento de 1% em comparação com o mesmo período de 2024. Essa elevação nas vendas foi impulsionada principalmente pelo ciclo Otto, que inclui gasolina e etanol, além de outros combustíveis demandados pelo mercado.
Destaques Financeiros:
- Ebitda Ajustado: R$ 1,95 bilhão, com um crescimento de 27% em relação ao ano anterior.
- Receita Líquida: R$ 37 bilhões, aumento de 5% em comparação com 2024.
- Lucro Operacional Recorrente: R$ 1,78 bilhão, superando as expectativas do mercado.
Esses números são um bom sinal de que a Ultrapar está navegando em um ambiente regulatório mais favorável, o que pode resultar em margens ainda mais robustas no quarto trimestre de 2025.
Perspectivas de Mercado: O Que Dizem os Analisas
Os analistas têm avaliações variadas, refletindo a complexidade do cenário. O Itaú BBA, por exemplo, considera que os resultados estão dentro do esperado, mantendo uma recomendação neutra, com um preço-alvo de R$ 28 por ação até o final de 2026, o que indica um potencial de valorização de 22,8%. Para eles, a Ipiranga tem um espaço considerável para melhorar suas margens, especialmente em um contexto regulatório mais amistoso.
Análise Profunda:
- Ipiranga: Margem de Ebitda ajustado recorrente em R$ 145 por metro cúbico—um pouco abaixo da projeção, mas dentro da expectativa geral.
- Ultragaz: O Ebitda ajustado recorrente é de R$ 463 milhões, que não atendeu às expectativas devido a volumes menores, conformando-se com a competição intensa no setor de gás liquefeito de petróleo (GLP).
Por outro lado, o Bradesco BBI apresenta um viés otimista, elevando a recomendação da Ultrapar de “neutra” para “outperform”, e aumentando o preço-alvo de R$ 24 para R$ 30. O banco acredita que a luta contra a informalidade pode acelerar a recuperação da participação de mercado da Ipiranga, melhorando suas margens nos próximos 12 meses.
Desafios Enfrentados:
- Concorrência Aumentada: A Ultragaz enfrenta desafios devido a uma competição mais acirrada e a uma demanda mais fraca, especialmente no setor industrial.
- Ultracargo: Com um Ebitda ajustado de R$ 134 milhões, a menor procura por armazenamento de combustíveis importados impactou os resultados.
Comparação com Concorrentes
Em comparação com a Vibra Energia, a Ultrapar apresenta múltiplos semelhantes, mas seu retorno sobre capital investido (ROIC) é mais atrativo, estimado em 18% para 2026, em comparação a 17% da Vibra. Essa vantagem pode oferecer uma perspectiva de investimento mais sólida.
Fatores a Considerar para o Investidor:
- Aumento nos Volumes: Dados recentes mostraram um crescimento nos volumes pelas distribuidoras formais.
- Mudanças Regulatórias: O fim de liminares que beneficiam créditos de CBIOs pode criar novos desafios, mas também oportunidades.
- Expectativa de Resultados Futuros: O quarto trimestre promete ser um indicador crucial para entender a trajetória da Ultrapar no setor.
Olhando para o Futuro
O cenário da Ultrapar é recheado de possibilidades, mas não isento de desafios. Tanto o Morgan Stanley quanto o JPMorgan se mostram cautelosos, sugerindo que apesar dos sinais de recuperação, a Ultracargo ainda não apresentou os resultados esperados devido aos custos crescentes e a um mix de vendas desfavorável.
Essas nuances destacam a importância de uma análise minuciosa para entender onde a Ultrapar pode se posicionar no mercado de combustíveis nos próximos meses.
Considerações Finais
À medida que a Ultrapar prossegue sua jornada, o futuro parece promissor, mas depende de vários fatores, incluindo o desempenho contínuo da Ipiranga e a capacidade da Ultragaz de se adaptar ao novo cenário competitivo. Investidores e analistas devem permanecer atentos às mudanças regulatórias e ao comportamento do mercado.
Portanto, é um bom momento para reflexões e debates sobre as estratégias que a Ultrapar poderá adotar para fortalecer sua posição. Quais são as suas expectativas para a empresa? O que você acha que pode influenciar o desempenho dela nos próximos meses? Compartilhe suas opiniões e vamos discutir!




