Tesoureiros e Auditores de EUA Pedem Desinvestimento em Ativos Chineses
Um grupo formado por tesoureiros e auditores estaduais dos Estados Unidos se manifestou recentemente sobre a preocupante relação entre investimentos públicos e a influência do Partido Comunista Chinês (PCCh). Em uma carta datada de 1º de novembro, 18 oficiais financeiros de 15 estados incentivaram fiduciários de fundos de pensão a reconsiderar suas alocações de ativos na China, levantando uma série de questões que merecem destaque.
A Alerta sobre os Investimentos na China
Nesta comunicação, os representantes financeiros enfatizaram que os investimentos que envolvem a China estão apresentando "sinais de alerta" cada vez mais frequentes. Eles destacaram que “os administradores de fundos estaduais têm a responsabilidade de investigar e monitorar os seus investimentos” e, caso identifiquem riscos potenciais, devem agir adequadamente. A mensagem é clara: chegou a hora de repensar a exposição a ativos chineses.
De Onde Vem a Preocupação?
Os oficiais financeiros abrangem uma diversidade de estados, incluindo Alabama, Arkansas, Alasca e Wyoming, entre outros. A preocupação central em suas declarações reflete uma repressão intensa do PCCh contra empresas que realizam auditorias e diligência prévia. Isso levanta dúvidas sobre a confiabilidade das auditorias financeiras realizadas na China, um ponto que tem sido enfatizado com crescente intensidade por especialistas em finanças e segurança.
Os desafios enfrentados por empresas americanas na China são evidentes. Em 2023, as autoridades chinesas realizaram uma série de investigações em companhias como Bain & Co., Capvision, e Grupo Mintz, evidenciando um ambiente hostil para negócios estrangeiros. Tais ações foram descritas como parte de uma estratégia mais ampla do PCCh para controlar a narrativa e as operações de empresas ocidentais no país.
O Impacto no Mercado
Além disso, a carta aborda como o PCCh influencia os mercados de ações e títulos chineses. Os oficiais apontaram que houve tentativas recentes de esconder saídas de investimentos estrangeiros, além da restrição à capacidade de venda de ações por investidores no mercado. Esse tipo de controle não apenas levanta bandeiras vermelhas, mas também gera um clima de incerteza para aqueles que buscam segurança em seus investimentos.
A Estrutura das VIEs e seus Riscos
Um vetor relevante de preocupação são as Entidades de Interesses Variáveis (VIEs), uma estrutura legal que permite que empresas chinesas listem ações no exterior, contornando regras locais que restringem a entrada de capital estrangeiro. Para muitos investidores, essas VIEs são uma forma de acessar o mercado chinês, mas trazem riscos significativos, especialmente com a possibilidade de a China reverter sua legislação a qualquer momento.
Alguns pontos sobre VIEs:
- Estrutura Offshore: VIEs permitem que empresas chinesas operem sob leis menos restritivas ao listar suas ações fora do país.
- Risco Legal: O status legal das VIEs na China é incerto, o que pode resultar em perdas financeiras significativas para investidores.
- Cenário Regulatório: A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) alertou para o potencial de a China declarar as VIEs ilegais, o que poderia impactar drasticamente o valor dos investimentos.
A Relação com a Situação Global
Nesse contexto, a atenção dos investidores também é voltada para a possibilidade de uma invasão da China a Taiwan. Os oficiais financeiros fazem um paralelo com os sinais não percebidos antes da invasão da Rússia à Ucrânia, sugerindo que os estados americanos precisam estar mais atentos a alertas globais para evitar a repetição de erros do passado.
A Realidade da Economia Chinesa
A economia da China não está imune a desafios significativos. Recentemente, os lucros industriais sofreram uma queda acentuada, e uma pesquisa da Câmara de Comércio Americana em Xangai revelou que o otimismo das empresas dos EUA operando na China atingiu níveis alarmantes. Isso indica um clima de desconfiança crescente entre investidores ocidentais.
Principais preocupações da economia chinesa:
- Queda de Lucros: Em setembro, os lucros industriais registraram a maior queda mensal dos últimos tempos.
- Otimismo Decrescente: A percepção de segurança das empresas americanas na China diminuiu drasticamente.
- Desinvestimentos em Andamento: Juntas de pensão e investidores estão se afastando de ativos baseados na China como resposta a esses fatores.
Uma Chamada à Ação
O coro de vozes pedindo um desinvestimento em ativos chineses está crescendo. A carta adverte que outros estados já começaram a retirar seus investimentos, exemplificando iniciativas em várias regiões, como Florida e Indiana. Esse movimento se alinha com um maior apelo por transparência e segurança nas práticas de investimento.
A Visão do Futuro
Os oficiais financeiros que assinaram a carta enfatizam a importância de aprender com lições passadas. Eles pedem que as juntas de pensão adotem uma postura proativa para identificar e desinvestir de ativos baseados na China, de acordo com suas obrigações fiduciárias. O alerta é claro: se não agirem agora, poderão enfrentar consequências semelhantes às que se seguiram aos alertas não atendidos antes da crise na Ucrânia.
Conclusão
As questões levantadas por esses auditores e tesoureiros refletem um panorama financeiro complexo e em rápida mudança, onde a segurança dos investimentos enfrenta novas e temidas ameaças. À medida que as incertezas aumentam, cabe a cada investidor e fiduciário avaliar suas estratégias de investimento e considerar cuidadosamente o ambiente que os cerca.
A discussão sobre o futuro dos investimentos chineses é mais do que um debate financeiro; é uma reflexão sobre segurança, controle e a interconexão da economia global. Agora, mais do que nunca, é crucial que os investidores se mantenham informados e preparados para navegar nas águas turbulentas do cenário econômico atual. Como você vê essa situação? Está pronto para reconsiderar suas opções de investimento? Compartilhe sua opinião e vamos conversar sobre o futuro!