Artigo traduzido e adaptado do inglês, publicado pela matriz americana do Epoch Times.
Trump Ameaça Tarifas aos Países do BRICS: O Futuro do Dólar em Questão
Na última quinta-feira, o ex-presidente Donald Trump fez uma declaração incisiva, reiterando a sua disposição de implementar tarifas de 100% sobre os países membros do BRICS caso eles decidam tentar substituir o dólar americano como moeda de reserva mundial. Essa ameaça levanta questões importantes sobre o futuro do dólar e o cenário econômico global.
A Declaração de Trump: Um Aviso aos Membros do BRICS
Trump compartilhou suas preocupações através de uma postagem no Truth Social, afirmando que a tentativa dos países do BRICS de se distanciar do dólar, enquanto os Estados Unidos permanecem passivos, é inaceitável. “Vamos exigir um compromisso desses países, aparentemente hostis, de que não irão criar uma nova moeda do BRICS nem apoiar qualquer outra moeda que busque substituir o poderoso dólar americano. Caso contrário, eles enfrentarão tarifas de 100% e terão que dizer adeus às suas vendas para a notável economia americana”, declarou ele.
Os Membros do BRICS e a Expansão do Bloco
O BRICS, originalmente composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, vem se expandindo. Recentemente, o Egito, a Etiópia, o Irã e os Emirados Árabes Unidos se juntaram ao grupo, e a Indonésia se tornou membro no início deste mês. Cada um desses países desempenha um papel importante em suas economias regionais, e a crescente união entre eles pode mudar o comércio global.
Reações das Autoridades do BRICS
Na sequência das ameaças de Trump, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, esclareceu que os membros do BRICS não estão discutindo a criação de uma nova moeda comum, mas sim a formação de plataformas de investimento conjunto. “O BRICS fala sobre a criação de novas plataformas que possibilitem investimentos mútuos em países terceiros”, destacou Peskov.
Iniciativas Financeiras em Andamento
Em uma declaração à agência de notícias russa TASS, Andrey Mikhailishin, que lidera a força-tarefa de serviços financeiros do Conselho Empresarial do BRICS, delineou várias convênios destinados a estabelecer um novo sistema financeiro. Entre as propostas estão:
- Estabelecimento de uma unidade de conta (“Unit”);
- Uma plataforma para liquidações internacionais em moedas digitais do BRICS (“Bridge”);
- Criação de um sistema de pagamento (“Pay”);
- Um depósito de liquidação (“Clear”);
- Sistema de seguro (“Insurance”);
- Aliança de classificação do BRICS.
Mikhailishin mencionou que a nova unidade de conta poderia ser parcialmente atrelada ao ouro e a uma cesta de moedas nacionais dos membros do BRICS, permitindo uma conversão mais fácil e rápida entre as moedas dos países, o que poderia ser benéfico para todos.
Cúpula do BRICS em Kazan
Durante uma cúpula do BRICS em Kazan, na Rússia, em outubro de 2024, os líderes do bloco mostraram apoio à reforma do sistema financeiro global e à diminuição do domínio do dólar americano. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, abordou a importância de um sistema comum de pagamentos internacionais que facilitaria as negociações entre países do BRICS, buscando alternativas para contornar a hegemonia do dólar.
Ele ressaltou que o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), criado pelo BRICS, foi projetado como uma solução viável em contraste com instituições que considera falidas, como o Fundo Monetário Internacional (FMI). O NBD já possui um portfólio de aproximadamente 100 projetos, que contabilizam cerca de US$ 33 bilhões, com foco em financiar iniciativas alinhadas às prioridades nacionais, ao contrário das condicionantes frequentemente impostas por organismos internacionais tradicionais.
Desafios ao Domínio do Dólar
Apesar das movimentações do BRICS e do crescente apelo por alternativas ao dólar, o analista sênior de moedas da MUFG Research, Michael Wan, relatou que durante a cúpula de outubro de 2024, não houve um foco significativo na criação de uma nova moeda unificada do BRICS. Isso levanta a questão: quais seriam os reais desafios para o BRICS na tentativa de desbancar a moeda americana?
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, expressou seu apoio à integração financeira dos países do BRICS, enquanto Xi Jinping, líder da China, convidou outros membros a aprofundarem sua cooperação financeira e econômica. Trump, por sua vez, não hesitou em reiterar que “não há chance de os BRICS substituírem o dólar americano” e reforçou que qualquer tentativa resultaria em tarifas elevadas e uma relação comercial perturbada com os Estados Unidos.
As Consequências das Ameaças de Tarifas
Este não é o primeiro aviso de Trump às nações do BRICS; sua postura permanece constante desde sua presidência. Após as negociações em novembro de 2024, a Rússia respondeu ao lembrar que qualquer tentativa dos EUA de impor o uso do dólar poderia resultar em um efeito contrário, com países cada vez mais optando por utiliser suas moedas nacionais para negociações internacionais.
A Perspectiva Atual do Dólar nas Relações Internacionais
Apesar das preocupações com uma possível mudança para outras moedas, o dólar americano permanece a principal moeda de reserva do mundo. Estudo realizado pelo Centro Geoeconômico do Atlantic Council apontou que, mesmo diante das intenções do BRICS e das discussões de tarifas, o dólar se fortaleceu, impulsionado por uma economia robusta, uma política monetária restritiva e o aumento dos riscos geopolíticos.
Reflexões Finais sobre o Futuro do Comércio Global
Enquanto o mundo observa a dinâmica do BRICS e as ameaças de Trump, fica a interrogação sobre o que o futuro reserva para o comércio internacional. O que você pensa sobre o papel do dólar nas relações comerciais? Será que estamos caminhando para um futuro em que moedas alternativas finalmente emergirão, ou o poder do dólar continuará inabalável? Compartilhe suas opiniões e vamos iniciar uma conversa sobre esse tema tão impactante!
Andrew Moran e Reuters contribuíram para este artigo.
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