Fortalecendo a Construção Naval dos EUA: A Nova Iniciativa de Trump
Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Em meio a crescentes preocupações sobre o crescimento econômico e militar da China, o presidente Donald Trump anunciou planos para criar um novo escritório executivo dedicado à construção naval nos Estados Unidos. Essa ação visa revitalizar um setor que vê seus dias sombreados pela concorrência estrangeira, especialmente da poderosa indústria naval chinesa.
O Escritório de Construção Naval dos EUA
O Escritório de Construção Naval dos Estados Unidos servirá como um ponto central para coordenar as estratégias e ações destinadas a fortalecer a indústria naval nacional. Em paralelo, Trump também pretende implementar taxas significativas sobre embarcações fabricadas na China que atracam em portos americanos. Durante um discurso ao Congresso, em 4 de março, ele afirmou:
“Para impulsionar nossa base industrial de defesa, vamos ressuscitar a construção naval americana, englobando tanto o setor comercial quanto o militar.”
Esse compromisso inclui não apenas o aumento da produção de embarcações, mas também a introdução de incentivos fiscais para estimular a construção e o investimento no setor.
Um Impulso de Investimentos
Recentemente, a gigante francesa de navegação CMA CGM anunciou um investimento impressionante de 20 bilhões de dólares nos Estados Unidos, que será direcionado à construção de infraestruturas logísticas marítimas e terminais portuários. O CEO da CMA CGM, Rodolphe Saade, que se reuniu com Trump no Salão Oval, destacou que essa iniciativa poderá criar cerca de 10 mil empregos e expandir a infraestrutura de portos de contêiner e até criar um hub de carga aérea em Chicago.
Taxas sobre Embarcações Chinesas
Nos próximos dias, espera-se que Trump assine uma ordem executiva que pode impor taxas significativas sobre embarcações fabricadas na China que atracarem em portos americanos. Um relatório recente indicou que essa medida poderia potencialmente gerar uma receita considerável, mas também teria o efeito colateral de complicar as operações comerciais, dada a dependência global dos fabricantes chineses.
“As taxas propostas podem acabar impactando praticamente todas as embarcações que chegam aos portos dos EUA, resultando em custos adicionais que poderiam chegar a 30 bilhões de dólares por ano”, alertou o World Shipping Council.
Estrutura de Taxas Proposta:
Taxas para Operadores de Transporte:
- Até $1.000.000 por entrada de uma embarcação fabricada na China.
- Ou uma cobrança de até $1.000 por tonelada.
Taxa para Embarcações da China:
- Baseada na porcentagem de embarcações de uma frota que foram construídas na China.
- Remissão para Embarcações Constructas nos EUA:
- Reembolso de até $1.000.000 por entrada de embarcações americanas.
Essas propostas estão em fase de consideração e podem gerar tanto oportunidades quanto desafios, à medida que o governo busca equilibrar a segurança nacional com a viabilidade comercial.
A Luta pela Supremacia na Construção Naval
Nos últimos 50 anos, a indústria naval dos EUA enfrentou um declínio drástico. As empresas, em busca de reduzir custos e acelerar processos, passaram a preferir construtores estrangeiros. De acordo com um estudo da McKinsey and Company, a produção de embarcações nos EUA diminuiu em mais de 85% desde a década de 50, com o número de estaleiros reduzido em mais de 80%.
Atualmente, os Estados Unidos respondem por apenas entre 0,1% e 0,2% da produção mundial de navios comerciais. Essa queda não só afeta a economia, mas também compromete a capacidade de defesa nacional, uma vez que a cadeia de suprimentos militar está ligada a essa capacidade de construção.
Desafios na Indústria Naval
A escassez de mão de obra qualificada, a falta de instalações adequadas e sistemas de contratação problemáticos têm contribuído para os longos atrasos no desenvolvimento de embarcações navais. A Marinha dos EUA, que planejava expandir sua frota para 355 navios até 2030, ainda luta para manter um número entre 270 e 300 embarcações.
Um relatório recente indicou que:
“As práticas de aquisição da Marinha frequentemente resultam em custos excessivos, atrasos na entrega e embarcações que não cumprem suas especificações.”
Estes problemas são decorrentes, em parte, dos desafios enfrentados por um setor que permanece em dificuldades.
O Cenário Global e o Papel da China
A ascensão do setor naval da China, que agora gera cerca de 53% das embarcações comerciais do mundo e 85% dos contêineres, destaca a necessidade urgente de revitalização na indústria americana. Em um único ano, uma empresa estatal chinesa de construção naval conseguiu produzir mais embarcações que todo o setor dos EUA nos últimos 80 anos, o que é um indicativo claro do impacto dessa competição.
A empresa China State Shipbuilding Corporation (CSSC) tem sido fundamental nesse crescimento e possui laços diretos com o desenvolvimento militar do país, utilizando sua capacidade de produção para fortalecer a frota da Marinha chinesa.
Uma Nova Esperança?
Embora as propostas de Trump possam parecer promissoras, a eficácia delas na reversão da atual situação da indústria naval americana ainda está em debate. Com um setor público tão pequeno, será que os esforços para revitalizá-lo serão suficientes?
É fundamental que os Estados Unidos também considerem a colaboração com aliados, como Japão e Coreia do Sul, que possuem indústrias de construção naval robustas, competitivas e inovadoras. Esses países podem ser parceiros valiosos na construção de uma rede de segurança marítima global.
Olhando para Frente
À medida que os Estados Unidos buscam reerguer sua capacidade de construção naval, os próximos passos serão cruciais. A revitalização deste setor não é apenas uma questão econômica, mas uma questão de segurança nacional. Ao abordar os desafios e fomentar a inovação, pode-se vislumbrar um futuro mais forte para a construção naval americana.
Essas ações poderiam proporcionar ao país uma superioridade estratégica em um mundo cada vez mais competitivo. O foco deve estar não apenas na produção, mas na qualidade e eficiência, garantindo que os Estados Unidos permaneçam na vanguarda não apenas em termos de capacidade, mas também em inovação e liderança global.
O futuro da construção naval dos EUA depende das decisões feitas hoje. Qual será o próximo passo que os líderes vão tomar para garantir que a nação permaneça competitiva e segura no cenário global? Compartilhe sua opinião!