A guerra que assola a Ucrânia continua a trazer um sofrimento inimaginável para a população civil. Entre janeiro e setembro de 2023, o número de mortos aumentou em 31%. Esses dados devastadores foram divulgados pela Missão de Monitoramento de Direitos Humanos da ONU na Ucrânia, que registrou, apenas em setembro, a morte de pelo menos 214 civis e quase 1.000 feridos. As cenas de violência e destruição são mais intensas nas regiões que estão ao longo da linha de frente do conflito.
Um Dia a Dia de Violência e Vulnerabilidade
No último relatório mensal, foi apontado que 69% das vítimas civis se encontravam nas áreas de combate, principalmente em Donetsk e Kherson, no leste da Ucrânia. A maioria das vítimas são pessoas com menos de 60 anos. Apesar das crescentes ameaças e riscos, muitos adultos ucranianos optam por permanecer em suas comunidades.
Um dos ataques mais trágicos ocorreu em 9 de setembro, quando uma bomba aérea russa ceifou a vida de 25 civis, incluindo 16 mulheres e 9 homens, na cidade de Yarova, em Donetsk. Naquele momento, muitos estavam em fila para receber o pagamento, o que torna o episódio ainda mais angustiante.
Adicionalmente, o uso de drones de curto alcance, especialmente aqueles controlados em primeira pessoa (FPV), continua a ser uma das principais causas de mortes e ferimentos nas áreas afetadas pelo conflito. É alarmante ver como a tecnologia está sendo utilizada para infligir dor e destruição em vez de promover a paz.
Crise Humanitária em Crescimento
Além da devastação provocada por ataques directos, as infraestruturas essenciais, como instalações de energia, têm sido constantemente alvo de ataques. Em setembro, pelo menos 31 instalações de energia foram atingidas, afetando gravemente o fornecimento de eletricidade e água em diversas regiões. Em Chernihiv, por exemplo, houve 12 ataques em apenas um mês, resultando em cortes prolongados de energia.
Na madrugada de uma quarta-feira, uma grande ofensiva contra centrais elétricas resultou na morte de um menino de sete anos e feriu 34 pessoas, deixando várias regiões, inclusive a capital, Kyiv, sem luz. A situação é alarmante; nas primeiras nove meses de 2023, o número de civis mortos e feridos aumentou em 31% em relação ao ano anterior, e a Missão de Monitoramento da ONU já documentou mais de 14.300 civis mortos e 37.500 feridos desde o início da invasão em 2022, incluindo cerca de 3.000 crianças.

Meninos brincam em meio às ruínas de uma escola em Kharkiv, Ucrânia
Histórias de Resiliência na Moldávia
Enquanto o conflito continua a devastar a Ucrânia, surgem histórias inspiradoras de resiliência nos países vizinhos. Em Chișinau, capital da Moldávia, centros comunitários de saúde mental oferecem um espaço seguro para pessoas deslocadas pela guerra. À medida que a crise climática se intensifica, desastres naturais estão se tornando mais frequentes e devastadores, ameaçando anos de desenvolvimento.
Um exemplo é Yuri, de 88 anos, que fugiu sozinho da Ucrânia e encontrou conforto em atividades terapêuticas que o ajudam a lidar com a solidão. Ao seu lado, Ana, de 73 anos, redescobriu um sentido de pertencimento e calma após meses lidando com a ansiedade e a depressão em decorrência da guerra.
Desde 2023, com o apoio da Organização Internacional para Migrações (OIM), mais de 1.000 pessoas deslocadas receberam assistência psicológica e social em centros moldavos. Nesses locais, a empatia e o cuidado têm sido fundamentais para ajudar indivíduos a transformar traumas em processos de recuperação.
A Necessidade de Proteger os Civis
A Missão de Monitoramento de Direitos Humanos reforça o apelo pela proteção imediata dos civis e exige a responsabilização por todas as violações do direito internacional humanitário. A chefe da missão, Danielle Bell, destacou que “praticamente não há um dia sem mortes civis na Ucrânia”. Essas palavras são um grito de alerta para a comunidade internacional, lembrando que a contínua violência atinge, principalmente, os mais vulneráveis, perpetuando a crise humanitária no coração da Europa.
A realidade da guerra na Ucrânia é um lembrete constante da necessidade de engajamento internacional e de esforços para restaurar a paz. Enquanto a luta continua, as vozes dos civis precisam ser ouvidas e as ações precisam ser tomadas para evitar mais tragédias. O sofrimento humano não deve ser em vão e cada ação conta na busca por um futuro melhor. O que você pode fazer para ajudar? Pense em como sua voz pode ser uma força de mudança e compartilhe suas opiniões sobre a situação.