Prioridade à Luta Contra o Câncer na América Latina e no Caribe
No Dia Mundial de Combate ao Câncer, surge um alerta importante: os governos da América Latina e do Caribe precisam priorizar urgentemente o tratamento do câncer. Essa recomendação vem de Jarbas Barbosa, diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que enfatiza a necessidade de garantir acesso a medicamentos, suprimentos e tecnologia médica para aqueles que enfrentam essa doença desafiadora.
Impacto do Câncer na População
A cada ano, cerca de 4 milhões de pessoas na América são diagnosticadas com algum tipo de câncer, um número alarmante que se traduz em 1,4 milhão de mortes anuais. O câncer se consolidou como uma das principais causas de morte na região, tornando fundamental ampliar o acesso a tratamentos que proporcionem uma melhor qualidade de vida e resultados positivos para os pacientes.
Desafios Enfrentados
Embora tenham ocorrido progressos significativos na luta contra essa doença, ainda encontramos diversas barreiras que dificultam o acesso ao tratamento. Entre essas dificuldades estão:
- Altos custos de medicamentos e tratamentos;
- Processos de licitação ineficientes para aquisição de suprimentos;
- Redes de distribuição insuficientes.
A Opas também destaca a necessidade urgente de abordar a disparidade no tratamento do câncer infantil. Este ano, estima-se que pelo menos 30 mil crianças e adolescentes sejam diagnosticados com câncer na América. Infelizmente, um terço desses jovens não sobreviverá. Enquanto isso, em países com maior renda, as taxas de sobrevivência ultrapassam 80%, evidenciando a desigualdade na assistência e no tratamento.
Fomentando Parcerias e Estratégias de Combate
Em países de renda baixa e média, a taxa de cura do câncer é aproximadamente 20%. Mauricio Maza, conselheiro regional da Opas, atribui essa discrepância ao acesso inadequado a medicamentos de qualidade. Para enfrentar essa situação, a Opas firmou importantes parcerias voltadas para o aprimoramento dos planos e das estratégias de combate ao câncer nos governos da região. Um exemplo é o acordo com o Hospital St. Jude dedicado à oncologia pediátrica.
Acessibilidade e Iniciativas
A Opas criou um fundo específico para facilitar o acesso a medicamentos oncológicos, além de reforçar a importância da realização de exames preventivos contra o câncer do colo do útero, que ainda ceifa a vida de aproximadamente 40 mil mulheres anualmente nas Américas.
A Importância da Prevenção: Vacinas e Exames
Além dos exames, é crucial que os governos incentivem a vacinação contra o HPV (Papilomavírus Humano). A meta da Opas é impressionante: alcançar 90% de cobertura vacinal em meninas de 15 anos e 70% de testes de alta precisão em mulheres entre 35 e 45 anos. Este conjunto de ações também inclui a garantia de que 90% das lesões pré-cancerígenas e dos casos de câncer invasivo recebam o tratamento apropriado.
Um Passo à Frente no Combate ao HPV
Até agora, dos 51 países e territórios da região, 48 já implementaram a vacina contra o HPV. Esse é um avanço significativo, considerando que a imunização é uma barreira vital contra o desenvolvimento de cânceres associados a esse vírus. Com o fortalecimento das campanhas de vacinação e a promoção de exames regulares, a expectativa é que as taxas de incidência e mortalidade diminuam drasticamente nos próximos anos.
Diante de todos esses desafios e ações necessárias, fica claro que a luta contra o câncer na América Latina e no Caribe é uma questão urgente e complexa, que demanda compromisso, colaboração e estratégia. Não podemos fechar os olhos para uma realidade que impacta milhões de vidas todos os anos. O que você acha sobre o papel dos governos e da sociedade no enfrentamento dessa doença? Sinta-se à vontade para compartilhar suas reflexões e experiências sobre este tema vital.
