Usiminas e seus Desafios no Segundo Trimestre de 2025
Recentemente, o Bradesco BBI analisou os resultados da Usiminas (USIM5) referentes ao segundo trimestre de 2025 e a avaliação não foi das mais positivas. O desempenho da siderúrgica ficou aquém das expectativas do mercado, o que gerou uma resposta imediata: as ações da empresa estão em queda. Vamos entender melhor o cenário enfrentado pela Usiminas, seus impactos e as projeções para o futuro.
Resultados Abaixo do Esperado
A divulgação dos resultados financeiros da Usiminas trouxe à tona uma realidade preocupante. Na manhã desta sexta-feira (25), por volta das 10h12, as ações da companhia enfrentavam um recuo de 2,57%, sendo cotadas a R$ 4,17.
Expectativas da Companhia
Apesar da projeção de uma melhora no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) na divisão de Aço, o Bradesco BBI chamou a atenção para algumas nuances importantes:
- A recuperação está majoritariamente ligada à expectativa de redução de custos.
- Nos últimos trimestres, a Usiminas não tem conseguido atingir as metas traçadas, o que gera ceticismo.
Essa mistura de expectativas e frustrações é um reflexo de um mercado que segue frágil. O BBI destaca que a projeção para o terceiro trimestre de 2025 (3T25) antecipa volumes de vendas estáveis, porém com preços realizados mais baixos — uma combinação que agrava a situação da empresa.
Tendências do Mercado de Aço
É importante notar que, mesmo com a melhora sazonal esperada para o terceiro trimestre, a Usiminas projeta volumes de vendas aquém do ideal tanto nas áreas de aço quanto de minério de ferro. Isso levanta uma questão crucial: será que o setor de aço brasileiro está se aproximando de um novo cenário de revisão negativa nos lucros?
O Bradesco BBI permanece cauteloso, refletindo sobre as seguintes condições:
- Dificuldades Persistentes: A recuperação projetada não parece suficiente para aquecer o mercado.
- Investimentos Controlados: Embora a Usiminas tenha focado na redução de investimentos, a nova faixa de CAPEX (R$ 1,2 bilhão a R$ 1,4 bilhão) já estava praticamente integrada às previsões do banco.
Lucros e Desempenho Operacional
No que diz respeito ao lucro antes de juros, impostos e amortização, o desempenho da Usiminas surpreendeu negativamente. O resultado ficou:
- 26% abaixo do consenso de mercado, que era de R$ 553 milhões.
- 16% inferior à estimativa do Morgan Stanley, que previa R$ 487 milhões.
Essa diferença é atribuída principalmente a uma receita líquida inferior e a despesas administrativas mais elevadas (SG&A).
Lucro por Ação e Fatores Compensatórios
Por outro lado, o lucro por ação (LPA) normalizado foi de R$ 0,08, superando a expectativa de R$ 0,05 do consenso. O que explica essa estabilidade é a contabilização de um crédito tributário de R$ 50 milhões, muito acima da previsão de R$ 19 milhões em despesas. Isso atenuou o impacto de um desempenho operacional mais fraco.
Geração de Caixa: Uma Luz no Fim do Túnel?
A geração de caixa proveniente das operações totalizou R$ 615 milhões, embora também tenha ficado abaixo das expectativas de R$ 801 milhões. Contudo, essa quantia ainda é superior à previsão do Morgan Stanley, que estimava R$ 539 milhões. Essa diferença positiva se deve a uma liberação de capital de giro, que surpreendeu, mesmo diante de um EBITDA abaixo do esperado.
Resumo de Números
- Lucro antes de juros, impostos e amortização: R$ 553 milhões (consenso) x R$ 487 milhões (Morgan Stanley) x R$ 0,08 (LPA).
- Geração de caixa: R$ 615 milhões (realidade) x R$ 801 milhões (consenso) x R$ 539 milhões (Morgan Stanley).
Reflexões Finais
Mergulhar nos resultados financeiros da Usiminas é entender não apenas uma empresa, mas um setor inteiro que enfrenta desafios complexos. As metas ambiciosas de recuperação estão em constante confronto com a realidade do mercado. É uma dança delicada entre expectativas e a dura realidade econômica.
A pergunta que fica é: até onde a Usiminas conseguirá navegar neste ambiente adverso? A continuidade dos esforços para reduzir custos e investimentos será crucial para o futuro da empresa e do setor como um todo. E você, o que acha? É hora de se preocupar com a saúde financeira da siderúrgica ou há motivos para otimismo?