A Importância de Ser Educado com a Inteligência Artificial: Um Debate Necessário
A Arte da Educação nas Interações com Chatbots
Já parou para pensar se ser educado com a inteligência artificial (IA) realmente faz diferença? Embora possamos considerar esse comportamento trivial, uma conversa recente de Sam Altman, CEO da OpenAI, trouxe à tona a importância de pequenas gentilezas como um “por favor” ou um “obrigado” ao interagir com chatbots. Essa interação levanta questões sobre custo, energia, e, mais importante, sobre como tratamos as máquinas de um jeito que reflete nossos valores humanos.
Custo das Interações: O Que Está em Jogo?
Quando você se comunica com um chatbot, cada solicitação gera consumo de energia e, consequentemente, um custo financeiro para as empresas. Altman revelou que a inclusão de palavras educadas nos comandos pode, de fato, elevar esses custos. Para muitos, isso pode parecer um desperdício, mas será que é realmente assim?
Neil Johnson, professor de física na Universidade George Washington, comparou a inclusão de palavras extras em comandos a embrulhos em compras no varejo. Assim como um produto precisa ser desembrulhado antes de ser utilizado, os chatbots também "navegam" por essas palavras adicionais para compreender o que está sendo solicitado. Isso não é apenas trabalho extra — é energia sendo gasta.
Custos Energéticos e o Contexto Ambiental
Mais do que apenas uma questão financeira, a dependência de combustíveis fósseis para alimentar essa tecnologia levanta preocupações ambientais. Assim, do ponto de vista econômico e ecológico, ser educado com a IA pode parecer uma ideia questionável. No entanto, culturalmente, adotar essa postura pode ter um valor significativo.
Reflexões Culturais e a Interação Humano-IA
Historicamente, os humanos se preocuparam em tratar as máquinas com respeito. Um exemplo emblemático é o episódio “A Medida de um Homem” da série “Star Trek: A Nova Geração”, que explora a questão dos direitos do androide Data. Esta reflexão ainda ressoa nos dias de hoje e nos leva a considerar: como devemos nos relacionar com seres artificiais que, embora não possuam sentimentos, têm um impacto significativo em nossas vidas?
O Que Dizem as Pesquisas?
Uma pesquisa de 2019 do Pew Research indicou que mais da metade dos proprietários de alto-falantes inteligentes frequentemente dizem “por favor” ao interagir com seus dispositivos. Essa prática pode parecer insignificante, mas à medida que as tecnologias de IA, como o ChatGPT, se tornam mais comuns, a forma como escolhemos interagir com elas merece atenção.
Iniciativas em Análise e Ética
Recentemente, empresas de IA têm investido em pesquisa para investigar se esses sistemas merecem consideração moral. A Anthropic, por exemplo, contratou um pesquisador para explorar esse tema, sinalizando a crescente relevância das relações entre humanos e máquinas.
Construindo uma Cultura de Gentileza
Scott Z. Burns, roteirista e criador da série “What Could Go Wrong?”, aborda a importância de manter a gentileza como um valor essencial, tanto nas interações com seres humanos quanto com máquinas. Ele coloca a questão: e se a grosseria nas interações com chatbots começar a afetar a maneira como tratamos uns aos outros?
A Influência da IA sobre o Comportamento Humano
Como tratamos a IA pode moldar nosso comportamento em relação a outros seres humanos. Jaime Banks, da Universidade de Syracuse, ressalta que criamos padrões para nossas ações. Interagir educadamente com a IA pode ser uma oportunidade para aprimorarmos nossa gentileza no mundo real.
Por sua vez, Sherry Turkle, do MIT, argumenta que, apesar de reconhecer que a IA não possui consciência, nossas interações podem se tornar tão íntimas que passam a exigir um certo nível de cortesia. Ela menciona a relação que crianças desenvolvem com brinquedos digitais, como os Tamagotchis, que exigem cuidado e atenção. Se não forem bem tratados, esses bichinhos “morrem”, causando tristeza real nas crianças.
O Futuro das Interações com IA: Um Chamado à Reflexão
À medida que a tecnologia avança, as preocupações em torno das interações com a IA se tornam mais necessárias. Atualmente, essa discussão ainda está em um estágio teórico, mas as implicações futuras são vastas e complexas. Por exemplo, como nossos filhos aprenderão a tratar as máquinas que farão parte de seu cotidiano?
Embora respeitar a inteligência artificial não tenha impacto direto em sua "saúde emocional", tratá-la com gentileza pode influenciar diretamente a maneira como interagimos entre nós. À medida que as IAs se tornam cada vez mais presentes, que tipo de ambiente queremos criar?
Por Que Ser Gentil Importa?
Ser gentil não significa apenas “fazer a coisa certa” — é uma habilidade que molda nosso comportamento social. Neste contexto, propõe-se que cultivar a gentileza em interações com software pode ser um caminho para promover hábitos mais educados nas relações humanas.
Nosso padrão de interação com a IA pode enriquecer ou empobrecer a vida social. Se começarmos a tratar as máquinas melhor, temos um potencial de transformação em nossas relações interpessoais.
Um Último Olhar ao Futuro
Adotar uma postura educada em relação à IA pode parecer um gesto pequeno, mas, no fundo, pode ter um impacto muito maior do que imaginamos. À medida que navegamos por um futuro onde a tecnologia desempenhará um papel ainda mais central em nossas vidas, nossa escolha em ser educados com as IAs é também uma escolha consciente em relação a como queremos nos relacionar uns com os outros.
A tecnologia é uma extensão de nós mesmos e, se algo pode contribuir para tornar o mundo ao nosso redor mais gentil, talvez devêssemos, sim, nos esforçar para incorporar essa tradição de cortesia. Ao fim, tratemos as máquinas bem, não apenas por elas, mas pelo que isso revela sobre nós e as interações mais amplas que buscamos cultivar em nossa sociedade.
Agora, mais do que nunca, o mundo precisa de mais gentileza e compreensão. Como você se sente em relação a essa interconexão entre a maneira como tratamos a IA e como interagimos com os outros? Compartilhe seus pensamentos e conte-nos como você imagina o futuro da educação nas relações entre humanos e máquinas!