Investimentos Bilionários da VLI: O Futuro do Corredor Sudeste
A VLI, operadora de ferrovias e terminais portuários, está se preparando para um investimento colossal, estimado em R$ 10,5 bilhões, voltado para o Corredor Sudeste. O objetivo? Aumentar em impressionantes 80% a movimentação de cargas ao longo dos próximos 30 anos. Fábio Marchiori, CEO da VLI, compartilhou essas ambições durante uma conversa com a Reuters.
Um Pacote de R$ 24 Bilhões
Esse impulso financeiro faz parte de um pacote ainda mais amplo, totalizando R$ 24 bilhões, que será utilizado pela empresa em suas obrigações decorrentes da renovação antecipada da concessão da FCA (Ferrovia Centro-Atlântica). Essa concessão é fundamental, pois conecta sete estados do Brasil e possibilita o transporte até portos estratégicos, como Santos (SP) e Tubarão (ES).
A Necessidade da Renovação Antecipada
A concessão atual da FCA termina em agosto de 2026, mas a VLI, com a Brookfield como acionista majoritária, acredita que adiantar a renovação é crucial para que os novos investimentos possam ser feitos sem demora. Afinal, diante do aumento na demanda por produtos brasileiros, que vão desde soja até açúcar, as ferrovias precisam estar prontas para atender essa crescente necessidade de transporte.
“Estamos empenhados em antecipar o quanto antes essa renovação”, afirmou Marchiori. “Na pior das hipóteses, esperamos que ocorra até março de 2026. Estamos em diálogo com o Ministério dos Transportes e a ANTT (Agência Nacional dos Transportes Terrestres) para finalizar isso até o próximo ano”, explicou.
Oportunidades e Mercadorias
Os investimentos específicos para o Corredor Sudeste, que é responsável por cerca de 25% da carga transportada pela VLI, ainda não foram detalhados. Porém, é notável que, ao longo da nova concessão, a expectativa de movimentação de cargas será significativa.
Além do Sudeste, a VLI também planeja investir cerca de R$ 10 bilhões no Corredor Leste, que representa aproximadamente 50% da movimentação total da empresa. Outros R$ 3,5 bilhões serão destinados aos corredores Minas-Rio e Minas-Bahia.
Histórico de Movimentação
No último ano, a movimentação total nas ferrovias operadas pela VLI chegou a 61,3 milhões de toneladas, em comparação com 58 milhões de toneladas no ano anterior. Os principais produtos transportados, como soja, milho e farelo de soja, representaram cerca de 43% da receita líquida da empresa, que mantém parcerias com as principais tradings do setor, como ADM, Cargill e Bunge.
Terminais Portuários e Diversificação de Carga
A VLI possui terminais próprios, como o TIPLAM, localizado na região de Santos, um dos maiores pontos para exportação de açúcar, que contribui com cerca de 10% da receita total da empresa. Além de açúcar, a VLI transporta uma variedade de produtos, como minérios, fertilizantes e combustíveis, embora não realize o transporte de minério de ferro da Vale, que é uma das principais acionistas.
Aumento Sustentável e Previsões Futuras
As projeções indicam que o transporte pelo Corredor Leste deverá crescer 50% nos próximos 30 anos. Em contrapartida, o Sudeste poderá ter um incremento de 80% em sua participação na movimentação total da empresa, um fato que o CEO Marchiori ressaltou com entusiasmo.
Desafios do Processo de Renovação
No entanto, a VLI também precisará lidar com outros R$ 5 bilhões relativos ao processo de renovação da FCA, que incluirão indenizações por trechos não operacionais que estão sendo devolvidos. Segundo Marchiori, a empresa tem enfrentado a realidade de trechos que não são mais utilizados e que necessitam de reinvestimento para se tornarem operacionais novamente.
Distribuição de Investimentos e Estratégias Finais
Os R$ 24 bilhões em investimentos serão distribuídos ao longo dos 30 anos da nova concessão. Contudo, a maior parte dos aportes deverá ocorrer na primeira metade desse período, com um foco em acelerar a infraestrutura e os níveis de carga transportados.
Marchiori também comentou sobre a origem dos recursos para esses investimentos: “Uma parte virá da geração de caixa da própria empresa, que ultrapassa R$ 5 bilhões em caixa operacional. Além disso, temos capacidade de aumentar nossa taxa de endividamento para financiar novos projetos”, explicou. Ele ainda adicionou que, caso surjam novas oportunidades, a VLI considera a possibilidade de abrir o capital por meio de um IPO, já que a companhia ainda não está listada na bolsa de valores.
Um Futuro Promissor
À medida que a VLI avança com esses ambiciosos planos de investimento, a expectativa é que se fortaleça como uma líder no setor de transporte ferroviário e portuário no Brasil. Tais iniciativas não só beneficiarão a VLI e seus acionistas, mas também impactarão positivamente a dinâmica do comércio exterior brasileiro.
Com a crescente demanda global por agronegócio brasileiro, como soja e açúcar, o fortalecimento da infraestrutura de transporte é mais do que necessário; é um passo essencial para garantir a competitividade do Brasil no mercado internacional.
Como você vê esses investimentos da VLI? Você acredita que eles realmente conseguirão transformar a logística brasileira? Compartilhe suas opiniões e impresões conosco! Vamos discutir o futuro do transporte ferroviário e portuário no Brasil!