quinta-feira, outubro 23, 2025

Afogamentos nas Américas: O Perigo Silencioso que Ameaça Crianças e Idosos


Afogamentos nas Américas: Uma Crise de Saúde Pública Ignorada

Um levantamento recente da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) traz um alerta urgente: os afogamentos continuam a ser uma crise de saúde pública nas Américas, demandando mais atenção. Em uma análise realizada entre 2023 e 2024, constatou-se que, em 26 países da região, 77% ainda não têm estratégias eficazes de prevenção, mesmo diante de alguns avanços pontuais.

Avanços e Desafios

Em 2021, mais de 17 mil vidas foram perdidas devido a afogamentos na região, o que corresponde a cerca de 6% das mortes por esse motivo em todo o mundo. Apesar de a taxa de mortalidade na América ser de 1,6 por 100 mil habitantes – inferior à média global de 3,8 – o relatório da Opas ressalta que o impacto é desproporcional, afetando principalmente crianças com menos de 5 anos e adultos acima de 70.

Anselm Hennis, diretor de Doenças Não-Transmissíveis e Saúde Mental da Opas, enfatiza que o afogamento é uma tragédia que pode ser evitada. Ele destaca que os dados recentes ajudam a identificar avanços e lacunas, orientando intervenções que podem salvar vidas, desde que essas ações sejam acompanhadas de um compromisso multissetorial e de um fortalecimento da governança nacional.

Sistemas de Alerta em Ação

De acordo com a Opas, mais de 70% dos países informaram ter sistemas de alerta precoce para desastres naturais e programas de busca e salvamento. Além disso, um número crescente deles está engajado em campanhas públicas que promovem a segurança aquática e a supervisão infantil.

Aqui estão algumas estatísticas que refletem essa realidade:

  • 92% dos países afirmam ter normas de segurança para o transporte aquático de passageiros.
  • Nove países têm regulamentações que exigem barreiras físicas em piscinas.

Entretanto, isso varia significativamente na aplicação e no cumprimento dessas normas.

Lacunas na Governança e Regulação

O relatório da Opas aponta para lacunas preocupantes nas iniciativas de governança: apenas 42% dos países têm um ponto focal responsável pela coordenação de ações contra afogamentos. Além disso, apenas 8% possuem estratégias nacionais desenvolvidas e lideradas pelos seus governos.

A falta de mecanismos eficazes de coordenação limita a eficácia das ações, mesmo quando realizadas por setores como saúde, segurança marítima, e organizações não-governamentais. Menos da metade dos países, apenas 27%, relataram ter instâncias formais de articulação entre o governo e a sociedade civil.

Outro aspecto alarmante é a coleta de dados. Atualmente, apenas 65% dos países registram as mortes por afogamento em sistemas oficiais. Isso dificulta a identificação dos fatores de risco e das populações mais afetadas.

Barreiras Físicas e Falta de Regulamentação

Ainda existem falhas graves nas normas de segurança. Por exemplo, a exigência de barreiras físicas em piscinas é quase inexistente, com apenas nove países possuindo legislações nesse sentido. Outro ponto crítico é a ausência de regulamentações para piscinas privadas. Além disso, somente 8% das nações incluíram aulas de natação e segurança aquática nos currículos escolares.

No que diz respeito ao transporte aquático, menos de 10% das legislações obrigam o uso de coletes salva-vidas, uma medida reconhecida como essencial para evitar fatalidades. O relatório também observa lacunas em regulamentações relacionadas à venda e consumo de álcool em áreas próximas a corpos d’água.

Prioridade nas Intervenções

Quando se trata de proteger crianças, as ações ainda são escassas. Apenas 23% dos países implementam barreiras físicas para restringir o acesso das crianças à água e apenas 15% oferecem programas de supervisão adequados.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que a implementação em larga escala de serviços de cuidado infantil pré-escolar e de aulas básicas de natação poderia evitar até 774 mil mortes e quase um milhão de casos não fatais até 2050. O retorno econômico e social dessa iniciativa é estimado em US$ 9 para cada US$ 1 investido.

Aqui estão algumas ações prioritárias que podem ser consideradas:

  1. Fortalecimento da regulamentação de segurança aquática.
  2. Promoção de campanhas de conscientização sobre a supervisão infantil.
  3. Criação de um sistema nacional de coleta de dados sobre afogamento.

Um Caminho a Seguir

Esta análise, parte do primeiro Relatório Global de Status sobre Prevenção de Afogamentos da OMS, demonstra que salvar milhares de vidas na região demanda um esforço conjunto, investimento adequado e estratégias embasadas em evidências.

A mensagem da Opas é clara: a prevenção de afogamentos requer uma ação coordenada e sustentada. Estamos em um momento crucial onde a proteção dos grupos mais vulneráveis da região deve ser uma prioridade. É a hora de agir.

Se você gosta de nadar ou convive com crianças, pense nas medidas que podem ser tomadas. Que tal compartilhar este conhecimento e incentivar mais pessoas a se unirem neste movimento pela segurança aquática? A mudança começa com a conscientização e a mobilização de todos!

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