domingo, dezembro 7, 2025

Aquisições da Automob Agitam o Setor Automotivo: Quem Realmente Lucrou em 2022?

O grande assunto do momento no setor automotivo são as recentes aquisições da Automob, do grupo Simpar (SIMH3). Após adquirir duas revendas Toyota na Grande São Paulo, o grupo expandiu ainda mais, adquirindo mais seis concessionárias, metade da Volkswagen e a outra metade da GWM. Com isso, a Automob espera atingir uma receita bruta de R$ 7,4 bilhões, um salto considerável em relação ao início de sua trajetória, quando registrava R$ 1,3 bilhão.

Esse rápido crescimento, impulsionado principalmente por aquisições, coloca a Automob no top 5 das maiores concessionárias, e há uma grande probabilidade de que termine o ano entre os três maiores grupos do setor. No entanto, quando analisamos a rentabilidade, a situação muda: embora a Automob tenha uma receita de destaque, sua margem Ebitda e lucro líquido são muito inferiores aos dos grupos que atuam com veículos pesados.

Os dados do gráfico acima estão em milhões de reais.

O Crescimento das Margens e o Papel dos Veículos Pesados

A margem Ebitda dos grupos que se destacaram em 2022 revela um padrão interessante: empresas com receita de até R$ 3 bilhões apresentam uma lucratividade muito superior, muitas vezes três a quatro vezes maior do que a da Automob. Esses grupos, como Bamaq e Rodobens, estão majoritariamente no segmento de veículos pesados – caminhões e máquinas agrícolas – onde as margens são historicamente mais altas devido ao alto valor agregado dos produtos.

Em 2022, o lucro líquido médio do setor foi de 5,87%. A Automob, mesmo com sua receita volumosa, teve um lucro líquido de 1,45%, enquanto a Maqnelson, uma das líderes em rentabilidade, registrou 15,89%. Isso evidencia que, embora o volume de receita seja importante, a margem de lucro real é o que impacta diretamente os resultados.

As Oportunidades do Mercado de Caminhões

O cenário de 2021 e 2022 foi muito peculiar para o segmento de veículos pesados. A pandemia trouxe um descompasso entre oferta e demanda no mercado de caminhões, o que resultou em uma alta nos preços e margens. A escassez fez com que as concessionárias pudessem vender praticamente a preços de tabela, impulsionando suas margens de lucro. Segundo Libano Barroso, CEO da Rodobens, o grupo conseguiu resultados excepcionais ao fortalecer sua estrutura de governança, investir em processos de gestão de margem e criar soluções pós-venda, como parcerias com a Michelin e Mobil.

Sinergia e Solidez: Estratégias para 2023

Os grandes grupos, como Rodobens, investiram em um modelo que cobre toda a jornada do cliente, desde o financiamento até o pós-venda. Essas estratégias de sinergia ajudam a sustentar o lucro mesmo em tempos de incerteza, como a alta dos juros e as novas regulamentações de emissões veiculares (Euro 6), que impactam o custo dos veículos pesados.

Conclusão: Menos é Mais

Os dados mostram que, no setor automotivo, ser gigante nem sempre significa ser mais lucrativo. Pequenas e médias concessionárias, sem a estrutura e sinergias dos grandes grupos, enfrentam desafios ainda maiores. No entanto, os resultados de 2022 indicam que um foco bem definido e gestão eficiente podem ser mais vantajosos do que apenas escalar receita. Para muitos, menos é realmente mais.

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