A Nova Era dos Investidores: Por que Bilionários Americanos Procuram Cidadania e Residência no Exterior
Os Estados Unidos são o lar de uma fatia significativa da riqueza global. Atualmente, o país abriga cerca de 33% dos bilionários do mundo e concentra impressionantes 34% da riqueza privada líquida. Com mais de 6 milhões de milionários, 10.800 centi-milionários (aqueles com patrimônio acima de 100 milhões de dólares) e mais de 850 bilionários, a economia americana continua a prosperar. No entanto, uma tendência crescente tem chamado a atenção: a busca por alternativas fora do país por parte dos americanos endinheirados.
O Crescimento da Migração por Investimento
Fatos Pertinentes
Recentemente, a consultoria Henley & Partners revelou que, até 2025, cidadãos americanos devem representar mais de 30% das solicitações globais para programas de migração por investimento. Isso é quase o dobro das solicitações feitas pelas cinco nacionalidades seguintes! De fato, entre o primeiro trimestre de 2024 e o mesmo período de 2025, o número de consultas sobre cidadania e residência alternativas cresceu 183%.
Mas o que está por trás desse fenômeno?
Estratégias de Gestão de Risco
De acordo com Basil Mohr-Elzeki, sócio da Henley & Partners, procurar residência e cidadania alternativas é, na verdade, uma estratégia inteligente de gestão de risco. Professor Peter J. Spiro, da Temple University, complementa afirmando que "a cidadania americana, por si só, deixou de ser uma garantia absoluta". Para muitos, a dupla cidadania tornou-se o novo sonho americano.
O Crescimento dos Milionários nos EUA
Apesar da busca por alternativas fora do país, o número de milionários nos EUA cresceu significativamente. Entre 2014 e 2024, essa população aumentou 78%, superando a China (74%) e outras economias do G10.
Cidades em Destaque
Algumas cidades se destacaram nesse crescimento:
- Scottsdale: +125%
- West Palm Beach: +112%
- Miami: +94%
- Austin: +90%
Nova York continua sendo um dos principais polos, com 384.500 milionários, incluindo 818 centi-milionários e 66 bilionários. A Região da Baía de São Francisco, que inclui San Francisco e o Vale do Silício, também se destaca, com um aumento de 98% no número de milionários na última década.
Outras cidades, como Dallas (+85%), Houston (+75%) e Los Angeles (+35%), também registraram avanços expressivos. Além disso, polos emergentes como Tampa, Denver, Salt Lake City e Santa Fé têm ganhado força, impulsionados por setores de tecnologia e condições fiscais favoráveis.
O Intercâmbio de Cidadania: O Que Está Acontecendo?
Ainda que muitos milionários e bilionários dos EUA estejam explorando oportunidades internacionais, o fluxo inverso também está aumentando. O programa EB-5, que concede residência americana a estrangeiros que fizerem investimentos a partir de 800 mil dólares, viu um aumento de 57% nas consultas no primeiro trimestre de 2025 em relação ao mesmo período de 2024.
Por outro lado, um novo plano proposto pelo presidente Donald Trump, denominado "Gold Card", promete acelerar o processo de cidadania para aqueles que investirem 5 milhões de dólares nos EUA.
A Perspectiva do Futuro
Apesar das mudanças e do movimento em direção a novos destinos, Jean Paul Fabri, economista-chefe da Henley & Partners, destaca: "Os EUA ainda são o melhor lugar para criar e expandir riqueza, mesmo que uma parte da elite esteja de olho em outras oportunidades".
Reflexões Finais
O cenário atual reflete uma transformação no comportamento dos bilionários americanos, que buscam alternativas mais amplas para proteger e expandir seus patrimônios. Essa mudança não é apenas sobre investir em novas terras, mas sim sobre desbravar a complexidade do mundo moderno e garantir um futuro seguro e promissor.
Essa situação levanta várias questões:
- Até que ponto os cidadãos americanos estão dispostos a ir em busca de segurança financeira?
- Como os programas de migração por investimento influenciam a economia global?
- Quais cidades ou países se tornarão os novos centros financeiros?
Ao considerar essas perguntas, é essencial lembrar que o mundo está em constante mudança, e o comportamento dos investidores acompanha essa dinâmica. A verdadeira riqueza não está apenas em acumular, mas também em saber diversificar e se adaptar às novas realidades.