sexta-feira, julho 11, 2025

Como a Nova Tarifa dos EUA Ameaça o Futuro do Agronegócio Brasileiro


A Reação do Agronegócio Brasileiro às Novas Tarifas de Importação dos EUA

Na noite de quarta-feira (9), o mundo do agronegócio brasileiro foi surpreendido com a notícia do aumento da tarifa de importação para 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Esse impacto, marcado para começar em 1º de agosto, é um alerta para diversos setores, especialmente café, suco de laranja e carnes.

O Efeito das Tarifas no Setor do Café

Marcos Matos, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), não hesitou em expressar sua preocupação: os consumidores americanos sofrerão com preços mais elevados diante da nova taxa. Os EUA, sendo o maior consumidor de café do mundo, tornam essa medida uma potencial bomba para as vendas brasileiras.

  • Impacto no preço final: A tarifa significaria um acréscimo no custo que certamente será repassado ao consumidor.
  • Brasil como principal fornecedor: Nossa nação é responsável por boa parte da exportação desse produto, tornando a situação mais delicada.

Suco de Laranja: Um Cenário Sem Luz no Fim do Túnel

O setor de sucos também está à beira de um colapso. De acordo com a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), os EUA foram responsáveis por 41,7% das exportações brasileiras de suco de laranja na safra 2024/25, gerando um faturamento expressivo de US$ 1,31 bilhão.

  • Tarifa exorbitante: O aumento de 533% sobre o que já era cobrado por tonelada é alarmante. A CitrusBR evidenciou que, com a nova taxa, os tributos poderiam chegar a 72% sobre o valor do produto, tornando inviáveis as exportações para o mercado americano.
  • Pesquisa de mercado: Apesar da Europa ser o principal mercado do suco brasileiro, com uma participação de 52% nas exportações, ela não está preparada para absorver a possível grande quantidade que seria deslocada devido à redução nas vendas para os EUA.

Carnes e a Mensagem da Abiec

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), que inclui gigantes como JBS e Marfrig, também se manifestou. O impacto negativo para o setor é claro.

  • Aumento de tarifas: Mais uma barreira comercial que pode dificultar ainda mais o comércio internacional.
  • Impacto direto: As medidas tarifárias podem comprometer não apenas as exportações, mas toda a cadeia produtiva envolvida.

Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, também se posicionou sobre a medida, considerando-a “indecente”. Ele ressaltou que o governo está se movendo proativamente para explorar novos mercados, especialmente no Oriente Médio e na Ásia.

Reações em Cadeia

Diferentes entidades do setor, como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), estão acompanhando a situação com atenção.

  • Diálogo é chave: A CNA pede um diálogo permanente e avisa que a medida é prejudicial tanto para empresas quanto para consumidores nos dois países.
  • Visão crítica: A ABAG reforça que não há justificativas para a nova tarifa, que afetará diversas cadeias produtivas, principalmente café, suco de laranja e carne.

A Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) também fez ecoar a preocupação, apontando a nova alíquota como uma ameaça ao equilíbrio das relações comerciais entre Brasil e EUA.

Os Custos de Retaliação

O governo brasileiro, em resposta à carta de Trump sobre as tarifas, deixou claro que adotará medidas em conformidade com a Lei Brasileira de Reciprocidade Econômica. Essa lei pode servir como um norte para futuras ações diplomáticas, que incluem propostas sobre questões ambientais e tarifárias.

A Câmara Americana de Comércio (Amcham) expressou que a nova tarifa pode ter sérios efeitos sobre empregos e produção em ambos os países, ressaltando a necessidade urgente de voltar ao diálogo.

A Visão dos Produtores

O impacto das tarifas assusta, e vozes do agronegócio fazem-se ouvir.

Browns Schlatter Jaunch, jornalista e administradora da SZ Agropecuária, descrê da medida como um ataque à soberania nacional. “Os EUA têm um superávit em relação ao Brasil desde 2009. Isso não se justifica”, comenta, fazendo um paralelo com as recentes movimentações do BRICS, que incluem críticas à imposição de tarifas.

Simone Silotti, produtora rural, alerta que essa decisão pode acabar saindo cara para os próprios consumidores americanos. “Produtos básicos não são facilmente substituíveis na dieta. Essa estratégia pode se revelar impopular”, disse.

Uma Relação Assimétrica

Maressa Vilela, também produtora rural, enfatiza que o Brasil contribui com apenas 0,9% das importações americanas, o que torna a situação ainda mais intrigante. “Por outro lado, dependemos fortemente dos EUA, que representam 16% de nossas importações”, explica.

Esse quadro destaca a complexidade nas relações comerciais e a interdependência entre os dois países.

Cenário Futuro

Enquanto o setor agrícola brasileiro enfrenta a incerteza provocada pelas novas tarifas, a esperança reside no diálogo e na busca por novos mercados. Se o Brasil conseguir diversificar suas exportações, a consequência poderá ser menos danosa a longo prazo.


A leitura sobre os desafios atuais do agronegócio brasileiro nos relembra a importância de um comércio justo e equilibrado. Que o diálogo prevaleça e que possamos buscar caminhos que favoreçam ambas as partes sem prejudicar as economias locais. O que você acha das novas tarifas? Compartilhe sua opinião nos comentários e continue acompanhando as atualizações sobre este tema de vital importância.

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