sábado, agosto 2, 2025

Como Uma Filósofa e Programadora Autodidata Está Transformando o Mundo do Braille com Tecnologia


Nágila Seidenstucker: Uma Revolução na Acessibilidade em Braille

Nágila Seidenstucker
Reprodução/LinkedIn

A Início Inesperado de uma Carreira Transformadora

Se você acha que a trajetória de Nágila Seidenstucker começou com um plano bem definido, está enganado. Formada em Filosofia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, a jovem descobriu o mundo do Braille de maneira inesperada. Buscando uma oportunidade de trabalho após a graduação, ela foi indicada para o Centro de Apoio Pedagógico e Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual (CAP), onde se lançou na adaptação de materiais didáticos e aprendeu tudo sobre o sistema de escrita.

Mudança de Paradigma: São Paulo e Novas Oportunidades

Antes mesmo da pandemia de COVID-19, Nágila se mudou para São Paulo, em busca de novas experiências. Logo, conseguiu um cargo como editora freelancer na Fundação Dorina Nowill para Cegos, reconhecida por possuir um dos maiores parques gráficos de impressão em Braille da América Latina, com mais de 14 milhões de páginas impressas. Este ambiente dinâmico proporcionou desafios e, ao mesmo tempo, inúmeras oportunidades de aprendizado.

Desafios do Setor: Superando Barreiras

Na sua jornada, Nágila rapidamente percebeu que o setor estava repleto de obstáculos. “No Braille, estamos acostumados a encarar muitos problemas”, afirma. Um exemplo disso é o conceito de ‘normalização do desvio’ dentro da engenharia de software, que reflete a tendência de se adaptar a erros em vez de corrigi-los. Para ela, a escassez de programas específicos e a ausência de infraestrutura tecnológica adequada impactam seriamente a qualidade do trabalho, criando um cenário de “gambiarra”.

A Virada: Aprendizado em Programação

Recusando-se a se contentar com as limitações, Nágila decidiu transformar desafios em oportunidades. Com o suporte do marido, que é desenvolvedor de software, ela iniciou sua jornada no mundo da programação. Ao criar soluções para problemas do dia a dia — como formatação de números e sumarização de arquivos — começou a vislumbrar uma forma de melhorar a realidade de muitos.

“Isso fundou a área de Desenvolvimento de Sistemas e Inovação onde atuo hoje”, recorda Nágila. O que começou como uma solução pessoal, acabou se expandindo para beneficiar seus colegas. A necessidade de centralizar informações em uma única plataforma foi o estopim para o surgimento da PLAFORMA BRAILLE.

Inovações Tecnológicas na Acessibilidade

Em parceria com a CodeBit, a equipe da Fundação Dorina Nowill, sob a liderança de Nágila, passou a desenvolver uma plataforma inovadora que automatiza a transcrição de arquivos para o sistema Braille. O projeto abrange desde a linearização até a impressão, e a instituição está investindo em outras tecnologias, como o Dorina Take, uma ferramenta de inteligência artificial para gerar audiodescrições com base em diretrizes de acessibilidade.

Desafios em Evolução: Processos de Tradução

Atualmente, Nágila e sua equipe enfrentam novos desafios, como a criação de procedimentos para traduzir gráficos, tabelas e mapas. “Conforme a complexidade do material aumenta, precisamos de processos mais específicos. Por isso, estamos formando grupos de estudo e colaborando com especialistas para aprimorar as regras que ensinamos à IA”, explica.

A importância desse trabalho se torna evidente quando se considera a realidade de 6,5 milhões de brasileiros com deficiência visual, segundo dados do IBGE, onde a taxa de analfabetismo é de 19,5% e apenas 29,2% estão inseridas no mercado de trabalho.

A Revolução na Educação e Acessibilidade

“Quando começamos a resolver esses problemas, notamos que os editores ficam mais motivados e eficientes. O material é produzido com mais qualidade e chega mais rapidamente às crianças”, observa Nágila. A Fundação Dorina Nowill ainda planeja abrir a Plataforma Braille para professores e instituições de ensino, permitindo que educadores ajustem facilmente o conteúdo para seus alunos.

O Futuro é Promissor

Nágila acredita que a tecnologia é uma aliada poderosa para superar os desafios do dia a dia. “Quando percebemos que não precisamos conviver com os problemas e que a tecnologia poderia resolvê-los, isso se tornou uma grande motivação para mim”, revela. O tempo que antes era gasto digitando manualmente cada “pontinho” agora é utilizado para pensar em maneiras de tornar o material acessível.

Conclusão: Um Chamado à Ação

Nágila Seidenstucker exemplifica como a combinação de paixão, tecnologia e inovação pode transformar a vida de milhões. Sua trajetória nos ensina que desafios podem se tornar oportunidades, e que a luta pela acessibilidade é, na verdade, uma batalha de todos nós.

Se você está interessado em contribuir para essa causa ou simplesmente quer aprender mais, não hesite em comentar abaixo e compartilhar suas opiniões. Afinal, a mudança começa com cada um de nós.

Vamos juntos construir um futuro mais acessível!

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