COP30: A Conferência do Clima que Pode Mudar o Futuro
Um Momento Decisivo para o Planeta
A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, conhecida como COP30, começa nesta segunda-feira em Belém, na Amazônia brasileira. É um encontro esperado com grandes expectativas, marcado por expressões como “ponto de virada” e “momento da verdade”. Os participantes chegam com a consciência de que, segundo os cientistas, a temperatura da Terra superará o limite de 1,5°C nos próximos anos, o que frustra as metas discutidas anteriormente. No entanto, há esperança de que essa elevação seja temporária se os países conseguirem unir esforços em busca de soluções urgentes.
A Urgência da Ação
Durante a Cúpula de Líderes que antecedeu a Conferência, o secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou: “não é mais tempo de negociações, e sim de implementação”. Isso reflete a ênfase da presidência brasileira da COP30 em ação, organizada em torno de 30 objetivos com grupos específicos que trabalham para acelerar as melhores soluções.
Essa mobilização conjunta, apelidada de “mutirão” — um termo de origem indígena que reflete a valorização dos povos originários — visa engajar toda a sociedade, desde indígenas até empresários, para que os compromissos assumidos em conferências anteriores sejam colocados em prática.
Financiamento: A Chave para a Ação Climática
Como mobilizar os fundos necessários para enfrentar a crise climática? A agenda de ação das COPs, atualmente, é baseada em compromissos voluntários, sem força legal internacional. Contudo, para gerar um impacto em escala e com a urgência necessária, os investimentos precisam atingir a impressionante cifra de US$ 1,3 trilhão por ano até 2035.
Sem esses investimentos, as projeções apontam que a temperatura global poderá subir entre 2,3°C e 2,8°C até 2100, tornando vastas áreas do planeta inabitáveis devido a inundações, calor extremo e colapso ambiental. Para abordar essa questão, as presidências das COP29 e COP30 divulgaram o “Relatório do Roteiro Baku a Belém”, que traz cinco frentes de ação fundamentais. Alguns dos pontos destacados incluem:
- Aumento de recursos nos seis fundos climáticos multilaterais já existentes.
- Fortalecimento da cooperação internacional para taxação de atividades poluentes.
- Conversão de dívidas externas em investimentos climáticos, liberando até US$ 100 bilhões para países em desenvolvimento.
Além disso, o relatório propõe a remoção de obstáculos legais que permitam que governos sejam processados por empresas que reclamam sobre políticas climáticas.
O Que Está em Jogo na COP30?
O cerne das discussões na COP30 incluirá a análise das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que são planos de ação de cada país para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Para limitar o aquecimento global a 1,5°C, é necessário reduzir as emissões em 60% até 2030. No entanto, os compromissos atuais apresentados pelos países ainda estão longe desse ideal, prevendo apenas uma queda de 10%.
Desde o Acordo Climático de Paris, em 2015, os 196 países participantes se comprometeram a revisar suas NDCs a cada cinco anos. Na atual rodada, apenas 64 nações haviam enviado suas propostas até o final de setembro.
Além disso, uma demanda crescente nas reuniões preparatórias foi o enfrentamento dessa “lacuna de ambição” em Belém. Há também a expectativa de que uma lista de 100 indicadores para monitorar a adaptação às mudanças climáticas seja aprovada, proporcionando métricas mensuráveis entre os países.
O Papel dos Indicadores e Planos de Ação
Atualmente, cerca de 172 países já têm políticas ou planos de adaptação em vigor. No entanto, 36 desses documentos estão desatualizados. Espera-se que os novos indicadores contribuam para políticas públicas mais eficientes e transparentes. A adaptação se torna cada vez mais crucial em um planeta marcado por eventos climáticos extremos.
Conforme dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), é urgente aumentar o financiamento em pelo menos 12 vezes para atender às necessidades dos países em desenvolvimento até 2035. A COP30 também abordará um projeto para garantir uma transição justa, criando condições que evitem que as soluções para a crise climática aprofundem desigualdades sociais.
Organizações da sociedade civil propõem a criação do “Mecanismo de Ação de Belém”, que visa implementar essa transição de forma coordenada, garantindo acesso a tecnologias e recursos para as nações mais vulneráveis.
A Importância das COPs
As Conferências das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COPs) são o principal fórum multilateral para lidar com a crise climática. As decisões tomadas nessas conferências, geralmente por consenso, se tornam acordos que promovem ações em diversas áreas críticas.
Alguns marcos importantes já foram estabelecidos em COPs anteriores, como o Acordo de Paris, que busca limitar temperturas a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Na última COP28, em Dubai, os países se comprometeram a uma transição justa para longe dos combustíveis fósseis e a triplicar a capacidade de energia renovável até 2030.
A COP29, realizada em Baku, definiu uma nova meta de financiamento climático, elevando o objetivo de US$ 100 bilhões para US$ 300 bilhões por ano para países em desenvolvimento e estabelecendo um caminho para a meta de US$ 1,3 trilhão.
Olhando para o Futuro
À medida que a COP30 se desenrola em Belém, fica evidente que decisões tomadas aqui podem moldar o futuro do nosso planeta. Este é um momento importante, não apenas para os países envolvidos, mas para todos nós, cidadãos do mundo. As ações que serão discutidas e potencialmente assinadas podem ter consequências duradouras para a sustentabilidade do nosso lar.
Quais são as suas opiniões sobre o que deve ser feito para combater a mudança climática? Quais compromissos você considera essenciais? Compartilhe suas ideias e se junte a essa conversa vital sobre o futuro da Terra. Vamos juntos: por um futuro mais sustentável e justo!




