Você está preparado para declarar suas ações no Imposto de Renda 2025? Embora o processo possa parecer complicado, é totalmente possível realizá-lo de forma correta e eficiente, desde que você reúna toda a documentação necessária e siga um guia passo a passo. Isso ajuda, claro, a evitar a temida malha fina.
Um fato a se considerar: se você investe em renda variável, não poderá utilizar o sistema Meu Imposto de Renda, a plataforma online que facilita a declaração. Em vez disso, será preciso recorrer ao tradicional Programa Gerador de Declaração (PGD), que deve ser baixado no seu computador.
As orientações deste artigo são baseadas no curso Como declarar investimentos no Imposto de Renda 2025, oferecido pelo íon Itaú e ministrado pela planejadora financeira Fernanda Melo, que também é colunista da Inteligência Financeira.
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Dicas para Declarar Ações no Imposto de Renda 2025
O primeiro passo é juntar todos os documentos essenciais para sua declaração. Aqui está uma lista do que você precisa:
- Notas de corretagem;
- Documentos de arrecadação (DARFs) pagos em 2024;
- Informes de rendimento das instituições financeiras.
É importante lembrar que ao declarar ações, você precisa informar dois aspectos distintos: primeiro, a posse das ações, como parte do seu patrimônio; segundo, os rendimentos obtidos, que podem ser dividendos, Juros sobre Capital Próprio (JCP) ou lucros provenientes de negociações.
Como Declarar a Posse das Ações no Imposto de Renda?
Para declarar a posse das suas ações, acesse a ficha ‘Bens e Direitos’ e selecione o código ‘Ações’. Na parte de discriminação, você deve informar o nome da empresa e a quantidade de ações que possuía em 31/12/2024.
No campo ‘Situação em 31/12’, o valor que deve ser declarado não é o preço de mercado das ações, mas sim o custo de aquisição delas. Aqui, existem duas situações:
- Se você comprou ações de uma empresa e não as vendeu, some os custos de aquisição, incluindo taxas e corretagens, conforme indicado nas notas de corretagem;
- Se você comprou e vendeu ações da mesma empresa durante o ano, o cálculo será um pouco mais elaborado:
- Some o valor total investido durante o ano, incluindo o que foi declarado até 31/12/2023.
- Divida esse total pelo número de ações adquiridas para obter o custo médio por ação.
- Multiplique o custo médio pelo número de ações vendidas para calcular o custo de desinvestimento.
- Por fim, subtraia o custo de desinvestimento do total investido. O resultado desta conta será o saldo financeiro que deve ser informado no campo correspondente.
Se as vendas não ultrapassarem R$ 20 mil mensais, o lucro ficará isento de Imposto de Renda. Nesse caso, você declarará na ficha ‘Rendimentos Isentos e Não Tributáveis’, informando mês a mês. Se os lucros excederem esse limite, declare na ficha ‘Renda Variável’, selecionando ‘Operações Comuns/Day Trade’. Não esqueça de informar quanto foi recolhido de Imposto de Renda na fonte, mês a mês, e também o que foi pago via DARF.
Em caso de prejuízo, você fará a mesma declaração. Vá até o item ‘Resultado’ e, a partir daí, informe os resultados negativos acumulados até o mês anterior.
Declarando Dividendos e Juros sobre Capital Próprio no IRPF 2025
Os dividendos que você recebe são isentos, mas precisam ser declarados conforme os informes de rendimento, na ficha ‘Rendimentos Isentos e Não Tributáveis’.
Lembrando que uma proposta do governo que visa taxar parte dos dividendos ainda não foi votada, portanto a isenção permanece vigente. Já os JCPs têm uma alíquota de 15%, sendo que a tributação é feita na fonte. Para declarar, utilize a ficha ‘Rendimentos sujeitos à tributação exclusiva / definitiva’. Selecione o item ‘Juros sobre Capital Próprio’, preenchendo também o CNPJ e o nome da empresa pagadora.
Um detalhe importante: se a companhia anunciou JCPs em 2024, mas eles ainda não foram creditados em sua conta, você deve declarar esses valores, pois eles representam um direito de crédito a seu favor. Dessa forma, esses montantes devem ser registrados tanto na ficha ‘Bens e Direitos’ quanto na ficha ‘Rendimentos sujeitos à tributação exclusiva / definitiva’. Lembre-se de informar tanto os JCPs recebidos quanto os que você ainda aguarda.
Como Declarar Ações Bonificadas?
No caso de ações que foram bonificadas, você deve incluir o custo de aquisição de acordo com as informações divulgadas pela empresa emissora na ficha ‘Rendimentos Isentos e Não Tributáveis’. Há uma seção específica para ‘Incorporação de reservas ao capital / bonificação de ações’. Não se esqueça que esse valor deve estar incluído no custo total de aquisição das ações declaradas na ficha ‘Bens e Direitos’.
Como Declarar Aluguel de Ações ou Custódia Remunerada no Imposto de Renda 2025?
Quando falamos de aluguel de ações, existem duas figuras principais: o doador e o tomador. A forma de declaração varia conforme o papel que o contribuinte desempenha.
Se você é o doador, atente-se a três pontos: o saldo financeiro, os ganhos provenientes do aluguel de ações e o valor referente a JCP e dividendos. Mesmo que as ações estejam alugadas, o saldo financeiro deve ser declarado com base na situação em 31/12/2024.
Os ganhos obtidos com o aluguel devem ser informados na ficha ‘Rendimentos sujeitos à tributação exclusiva / definitiva’, no item ‘Rendimentos de aplicações financeiras’. Quanto aos valores análogos a dividendos e JCP que você recebe, eles são isentos de Imposto de Renda pois a tributação já foi realizada em nome do tomador. Assim, declare na ficha ‘Rendimentos Isentos e Não Tributáveis’, mencionando a B3 como fonte pagadora.
Se você é o tomador, sua declaração seguirá o mesmo procedimento das demais ações, mas também será necessário incluir uma ficha para Dívidas e Ônus Reais, registrando a operação de aluguel.
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