sábado, julho 5, 2025

Descubra a Comida Queer: Uma Jornada Deliciosa com John Birdsall


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Alimentação e identidade de gênero: um mercado global de US$ 3,9 trilhões

Comida e Identidade: Uma Revolução Queer

O livro “O que é comida estranha? Como servimos uma revolução” de John Birdsall, lançado em 3 de junho de 2025, mergulha na intersecção entre culinária e identidade queer, iluminando como esses temas se entrelaçam ao longo dos séculos 20 e 21. Birdsall propõe uma “arqueologia” cultural, evidenciando como pratos e espaços gastronômicos se tornaram fundamentais na formação de comunidades LGBT+ e na expressão de resistência.

A obra ainda aguarda tradução para o português, mas já desafia os leitores a explorar uma narrativa cultural profundamente pessoal, pautada por vozes que muitas vezes precisaram esconder sua autenticidade.

Identidades e Histórias Marcantes

Esse relato revela muito a respeito de figuras icônicas como James Baldwin, Alice B. Toklas e James Beard, reconhecendo sua importância na história culinária e cultural do século passado. O projeto, inicialmente pensado como uma memória pessoal, evoluiu sob a influência da editora Melanie Tortoroli, que incentivou Birdsall a expandir seus horizontes e trazer uma nova perspectiva a um tema ainda não explorado em sua totalidade.

“Leve a questão da queerness na comida para qualquer direção que você considerar apropriada,” foi a orientação de sua editora, que lhe proporcionou a liberdade de explorar e investigar. Birdsall reflete que a cultura queer é um mosaico diversificado de expressões e práticas de resistência, desafiando normas estabelecidas de gênero e sexualidade.

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John Birdsall, autor de O que é comida estranha? Como servimos uma revolução

O Poder do Queer no Mercado

O termo “queer”, que outrora era um insulto, ganhou novos contornos nas décadas de 80 e 90 por meio de ativistas e acadêmicos LGBTQIA+. O fenômeno conhecido como Pink Money evidencia isso: o poder de compra da comunidade LGBTQ+ no mundo é de impressionantes US$ 3,9 trilhões, segundo um estudo da LGBT Capital.

Do Pessoal ao Coletivo

No fundo, o trabalho de Birdsall não apenas entrelaça histórias individuais, mas também revisita temas discutidos em seu artigo de 2013, “América, sua comida é tão gay”, e na biografia de James Beard, mostrando um amadurecimento e um amadurecimento de seu discurso. Birdsall comenta: “Acho que esse livro sempre esteve dentro de mim.”

Com uma prosa poética e envolvente, Birdsall nos convida a repensar a “queerness” de forma mais ampla, algo que a geração mais jovem, como a Geração Z, já está fazendo com naturalidade. Isso cria um diálogo fértil sobre a representação e visibilidade queer na sociedade contemporânea.

Na Fronteira das Margens

“Fiquei na fronteira, fiquei na borda e a reivindiquei como central.” — Toni Morrison

Pesquisas revelam que cerca de 30% dos adultos da Geração Z se identificam como queer ou LGBTQ+, desafiando as definições tradicionais e estabelecendo um novo padrão de inclusão e diversidade. Birdsall destaca que “não se define mais de forma tão estreita o que a queerness pode ser,” expandindo o que é considerado norma e aceitável na sociedade. Ele evoca as palavras de Toni Morrison, ecoando o clamor por maior visibilidade e inclusão.

Desvendando Histórias Ocultas

Ao buscar as histórias que compõem o livro, Birdsall enfrentou o obstáculo da invisibilidade, pois muitos dos personagens que explorou precisaram esconder suas identidades. Ele reflete: “Minha prática sempre foi usar a emoção para iluminar histórias queer e trans que foram ofuscadas.”

O desafio é ainda maior quando se considera que muitos objetos de lembrança eram perigosos demais para serem guardados. Cartas, bilhetes e outros itens que podiam ferrar a vida de quem os possuía eram frequentemente descartados. Birdsall percebeu que, mesmo para pessoas embarcadas em um mundo de visibilidade como James Beard, não era seguro manter registros de emoções ou conexões pessoais.

A Emoção Como Protagonista

Uma das soluções que Birdsall encontrou para reconstituir essas histórias foi basear-se nas emoções que acompanharam esses eventos. Por exemplo, nos anos 1950, mulheres em Nova York se reuniam aos domingos para ouvir Tallulah Bankhead. Birdsall sugere que esses encontros estavam cheios de significado e provavelmente envolviam a culinária como parte central das interações, mesmo que os registros exatos não existam.

Friendsgiving e a Família Escolhida

O conceito de “Friendsgiving”, embora tenha se tornado um evento popular, foi moldado pela comunidade queer. “Pessoas queer sabem que foram elas que realmente a criaram,” afirma Birdsall. Essa celebração encapsula a ideia de família escolhida, um refúgio seguro em meio aos desafios de não ser aceito.

O autor também revisita a vida de figuras emblemáticas, como Edna Lewis no Café Nicholson e Harry Baker em Los Angeles, cada uma moldando com criatividade experiências culinárias que foram muito além da simples alimentação, mas representavam a construção de laços comunitários e afetivos.

Uma Nova Perspectiva

A obra de Birdsall não só documenta, mas também faz um convite a uma reflexão mais profunda sobre o legado e a história da comida queer. Ele vê este livro como um ponto de partida, uma oportunidade de colher novas histórias e experiências que ainda aguardam para serem contadas. “Sinto que meu papel foi estabelecer esta narrativa do século 20, e agora é hora da nova geração seguir adiante,” afirma.

“Há algo borbulhando na cultura. Uma fome por ver essa história iluminada.” — John Birdsall

Assim, Birdsall entrega a tocha à próxima geração, instigando-os a manter viva a chama da comida queer em restaurantes, receitas e histórias. Afinal, “A comida foi um espaço para esconder o carinho que não podíamos demonstrar à luz do dia; para expor as cicatrizes da exclusão e para celebrar a alegria de encontrar amor e conexão.”

Essas palavras ressoam profundamente, lembrando-nos que a comida é muito mais do que sustento — é uma forma de expressão, identidade e resistência. E agora, mais do que nunca, é imprescindível dar voz e visibilidade a essas histórias. Que tal refletir sobre como a comida em nossa vida cotidiana carrega significados profundos e conexões pessoais? Compartilhe seus pensamentos!


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