Artigo adaptado e traduzido do inglês, publicado pela matriz americana do Epoch Times.
O comércio global está em constante transformação, especialmente sob a gestão de Donald Trump, que tem se dedicado a corrigir os desequilíbrios comerciais com diversos países. Neste contexto, um grupo identificado como “Os 15 Sujos” representa nações com superávits significativos com os Estados Unidos.
Desde o início de 2024, a administração Trump tem sinalizado um novo rumo nas relações comerciais internacionais. O foco está em endereçar déficits comerciais que somam bilhões de dólares e eliminar barreiras comerciais, enquanto muitos desses países tentam agilizar negociações antes do prazo limite da imposição de novas tarifas.
Desafios e Oportunidades nos Mercados Internacionais
Abaixo, vamos explorar a situação comercial que os EUA enfrentam com alguns de seus principais parceiros.
1. China
A recente dinâmica comercial entre os Estados Unidos e a China trouxe pequenas vitórias e mudanças. Em julho, a Casa Branca anunciou um acordo limitado que permite a retomada das exportações de terras raras da China para os EUA, enquanto os americanos revogaram contramedidas anteriores.
A gigante de tecnologia Nvidia, por exemplo, recebeu permissão para vender chips à China, um sinal de colaboração crescente.
Embora as tensões permaneçam, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, manteve uma postura otimista, sugerindo que as partes estão em uma “posição muito boa” para negociações benéficas. A data de 12 de agosto, que marca o fim da pausa nas tarifas, é observada com atenção, mas Bessent aconselha os investidores a não se preocuparem sem necessidade.
Vale mencionar que o déficit comercial dos EUA com a China atingiu impressionantes US$ 295,4 bilhões em 2024.
2. México
O governo Trump anunciou uma tarifa de 30% sobre produtos importados do México, destacando que, apesar da assistência mexicana na segurança da fronteira, as ações ainda são insuficientes. Se o México decidir aumentar suas tarifas, será feito um ajuste correspondente por parte dos EUA.
Em 2024, o comércio entre os dois países alcançou quase US$ 840 bilhões, resultando em um déficit comercial dos EUA de US$ 171,8 bilhões. Recentemente, o Departamento de Comércio dos EUA impôs uma tarifa antidumping de 17% sobre tomates frescos do México, o que pode causar impacto significativo, visto que o país é responsável por cerca de dois terços do mercado de tomates nos EUA.
3. Vietnã
Uma nova parceria comercial com o Vietnã foi formada, onde o país pagará uma tarifa de 20% sobre as exportações para os EUA. Em troca, produtos americanos terão isenção tarifária.
Interessantemente, esse acordo visa não apenas beneficiar as relações bilaterais, mas também pressionar a China, especialmente sobre a prática de redirecionamento de mercadorias. Este processo, conhecido como transbordo, envolve reembalagem de produtos chineses no Vietnã antes da exportação para os EUA.
4. União Europeia
No cenário europeu, Trump se comunicou com a Comissão Europeia, anunciando uma proposta de tarifa de 30% sobre produtos que entram nos EUA. Especialistas alertam que as nações como Alemanha, Irlanda e Itália seriam as mais afetadas.
Os líderes europeus expressaram que tais tarifas poderiam desestabilizar cadeias de abastecimento críticas, tanto para a Europa quanto para a América. Se não houver concessões, é possível que a relação comercial se deteriore ainda mais antes do prazo de 1º de agosto.
5. Taiwan
Por outro lado, Taiwan permanece sob uma tarifa temporária de 10%, com possibilidade de aumento se não houver acordo. O déficit comercial dos EUA com Taiwan atingiu cerca de US$ 74 bilhões, um aumento significativo em relação ao ano anterior.
6. Japão
A partir de 1º de agosto, uma tarifa de 25% será aplicada às importações japonesas. As taxas variam conforme o setor, sobre aço, alumínio e automóveis.
Durante uma recente reunião, o primeiro-ministro japonês reconheceu o progresso nas negociações, mas Trump continua a pressionar por mudanças, citando práticas protegidas que precisam ser reavaliadas.
7. Coreia do Sul
A Coreia do Sul está em negociações ativas, buscando evitar uma tarifa de 25%. As conversas devem incluir isenções nas tarifas sobre automóveis e aço. O déficit comercial dos EUA com a Coreia do Sul foi de US$ 66 bilhões em 2024, apresentando um aumento notável.
8. Canadá
Com relação ao Canadá, Trump mencionou a imposição de uma tarifa de 35% em produtos canadenses, citando a questão do fentanil e restrições de importação de laticínios. As autoridades canadenses expressaram a necessidade de se unirem para proteger trabalhadores e empresas diante dessas medidas.
O déficit comercial com o Canadá em 2024 ultrapassou US$ 63 bilhões, aumentando as preocupações sobre o impacto econômico das tarifas.
9. Índia
A Índia, curiosamente, ficou fora da lista de cartas de tarifação, mas ainda participa de negociações ativas. Ambos os lados demonstram otimismo sobre a possibilidade de um acordo que beneficie as partes.
10. Tailândia e Malásia
- Tailândia: Com um superávit comercial de US$ 46 bilhões, a Tailândia poderá enfrentar uma tarifa de 36% se as negociações não avançarem.
- Malásia: Já classificada como grande exportadora de eletrônicos, será impactada por uma tarifa de 25% em suas exportações. As autoridades planejam continuar as negociações, sem intenções de retaliação.
11. Indonésia
A Indonésia já formalizou um novo acordo, evitando uma tarifa de 32% que poderia ter sido imposta. Sob o novo acordo, os EUA terão acesso sem impostos ao mercado indonésio, o que representa um avanço significativo nas relações comerciais.
12. Brasil
Por fim, o Brasil está sob os holofotes devido à recente carta de Trump, que anunciou a intenção de impor uma tarifa de 50%. As tensões giram em torno da questão do ex-presidente Jair Bolsonaro e suas batalhas legais. O presidente Lula já ameaçou medidas retaliatórias, afirmando que o Brasil é uma nação soberana que não aceitará qualquer tipo de tutelagem.
Em 2024, o Brasil manteve um superávit comercial com os EUA de US$ 7,4 bilhões, com exportações totalizando mais de US$ 42 bilhões, em grande parte impulsionadas pelo petróleo e café.
Refletindo sobre o Cenário Atual
As relações comerciais entre os Estados Unidos e outros países estão em um ponto crucial, onde negociações acirradas podem levar a mudanças dramáticas. À medida que as tarifas se aproximam, o futuro do comércio global dependerá das concessões feitas por ambas as partes. O que você acha sobre essas medidas? Como isso afetará o comércio global nos próximos anos?
Contribuições da Reuters foram utilizadas neste artigo.