sábado, abril 19, 2025

Real Yields em DeFi: Como Funciona o Modelo que Está Transformando o Mercado Cripto

 

Real Yields em DeFi: O Modelo que Alinha Investidores, Liquidez e Governança

O conceito de Real Yields (ou ganhos reais) está ganhando força no mercado de finanças descentralizadas (DeFi). Em linhas gerais, ele propõe uma distribuição direta dos resultados gerados por um protocolo entre seus participantes. A ideia é semelhante às ações que pagam dividendos no mercado tradicional, mas com uma diferença crucial: aqui, o processo é codificado em smart contracts e ocorre de forma transparente.

Um dos protocolos que está liderando essa tendência é o GMX, uma plataforma focada em derivativos, presente nas redes Arbitrum (segunda camada do Ethereum) e Avalanche (AVAX). Neste artigo, vamos explorar como funciona o modelo Real Yields, suas vantagens, críticas e o impacto que ele pode ter no futuro do DeFi.


Como Funciona o Modelo Real Yields?

No protocolo GMX, os resultados gerados pela plataforma são distribuídos entre os participantes de duas maneiras:

  1. Compra do Token de Governança (GMX):
    Os detentores do token GMX recebem 30% da receita da plataforma.

  2. Provedores de Liquidez (GLP):
    Os provedores de liquidez compram o índice GLP, que recebe os 70% restantes da receita. Além disso, os ganhos ou perdas são impactados pelas negociações contra esse pool:

    • Se os traders ganham dinheiro, o pool perde.

    • Se os traders perdem dinheiro, o pool ganha.

A grande diferença em relação a modelos mais tradicionais, como o da Uniswap (UNI), é a distribuição da receita. Na Uniswap, os provedores de liquidez recebem remuneração, mas os detentores do token de governança (UNI) não são beneficiados diretamente.


Por Que o Real Yields Está Ganhando Destaque?

A tendência do Real Yields tem atraído muitos investidores, especialmente em um momento onde as apostas mais seguras e geradoras de caixa são preferidas. Para entender melhor essa mudança de comportamento, basta observar a performance da Apple, amplamente geradora de caixa, comparada a outras gigantes tecnológicas como Alphabet, Meta e Microsoft.

No contexto cripto, o Real Yields cria um alinhamento de interesses entre os principais agentes do ecossistema:

  • Usuários

  • Provedores de liquidez

  • Investidores

  • Desenvolvedores

Isso acontece porque todos se beneficiam diretamente do sucesso da plataforma, gerando um ciclo positivo de crescimento e retorno.


Real Yields: Um Modelo Diferente de Startups Tradicionais

No mercado tradicional, investir em startups significa apostar em um modelo de crescimento exponencial, onde o consumo de caixa é alto no início e os retornos surgem apenas no futuro, com o aumento do valor das ações.

O Real Yields altera essa dinâmica: os tokens de governança já começam a gerar dividendos desde o início, associados à utilização da plataforma. Isso torna o investimento em protocolos DeFi mais atraente para quem busca retornos imediatos.

Resposta aos Críticos

Alguns argumentam que distribuir receita desde o começo reduz a capacidade de crescimento exponencial do protocolo, pois os recursos poderiam ser reinvestidos. No entanto, esse argumento é falho por algumas razões:

  1. Custo de Aquisição de Clientes (CAC) Reduzido:
    No modelo Real Yields, o CAC é baixo, pois está diretamente ligado à utilização da plataforma.

  2. Incentivo Alinhado para Founders:
    Os fundadores geralmente possuem tokens de governança e se beneficiam dos dividendos, criando um incentivo para manter a plataforma em crescimento constante.


A Métrica TVL Ainda É Relevante?

O Valor Total Bloqueado (TVL) é uma das principais métricas para avaliar plataformas DeFi. Ele representa o montante total depositado em pools de liquidez. No entanto, o TVL tem mostrado limitações:

  • Muitos investidores migram rapidamente para protocolos com incentivos temporários maiores.

  • Esse comportamento cria uma dependência insustentável de incentivos.

No modelo Real Yields, os incentivos são orgânicos: quanto maior o sucesso e a liquidez da plataforma, maior é o retorno dos participantes. Isso resolve o problema de sustentação no longo prazo.

Ainda assim, o TVL não deve ser descartado. Ele compõe um conjunto de indicadores importantes para avaliar o sucesso de uma plataforma DeFi, como:

  • Entrada de novos usuários

  • Volume de negociações

  • Concentração de liquidez

  • Retorno para investidores


O Futuro dos Real Yields: Um Modelo Sustentável?

O Real Yields é resultado de anos de experimentação e aprendizado no DeFi. Ele endereça questões críticas como alinhamento de incentivos, atratividade para investidores e sustentabilidade no longo prazo.

Alguns protocolos antigos e consolidados já discutem a possibilidade de ajustar seus tokenomics para adotar o modelo de Real Yields. Isso indica uma tendência forte e crescente no setor.

Seria esse o “santo graal” do DeFi? Ainda é cedo para afirmar, mas uma coisa é certa: o Real Yields resolve muitos problemas que marcaram os modelos anteriores e tem o potencial de transformar o mercado cripto como o conhecemos.


Conclusão:
O Real Yields está redefinindo o DeFi ao oferecer um modelo transparente, rentável e alinhado com os interesses de todos os participantes. Para investidores que buscam retornos consistentes e imediatos, esse conceito representa uma revolução no ecossistema de criptomoedas. Resta acompanhar sua evolução e observar como ele impactará os protocolos DeFi nos próximos anos.

 

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