Matéria adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Recentemente, antigas estátuas de Buda começaram a aparecer em reservatórios na China, despertando a curiosidade e a reflexão sobre a história e a cultura do país.
Ressurgimento de Relíquias Históricas
Essas esculturas, que foram submersas durante a construção de represas e reservatórios iniciada pelo governo comunista chinês na década de 1950, voltam à tona devido à queda do nível da água em várias regiões.
Recentemente, um grupo de estátuas da dinastia Song (960–1279) foi encontrado na região de Dazu, em Chongqing, ao longo do histórico rio Yangtzé. Essas esculturas estão distribuídas em um penhasco e revelam a riqueza cultural que estava oculta sob as águas por décadas.
Influências Climáticas e Revelações Arqueológicas
Deng Qibing, do Instituto de Pesquisa das Gravuras Rupestres de Dazu, mencionou que a diminuição das chuvas na região contribuiu para a redução do nível do reservatório, permitindo que as esculturas emergissem novamente. O reservatório, que foi inaugurado em 1959, passou por uma ampliação em 2007.
Mas este não foi um caso isolado. Nos meses anteriores, outras estátuas de Buda emergiram dos fundos dos rios Yangtzé e Amarelo, em um fenômeno que tem chamado a atenção de estudiosos e arqueólogos.
Outros Exemplos de Esculturas Emergentes
- Em junho, devido à mesma queda no nível da água, mais de 20 estátuas do Templo Foji ressurgiram em Anyue, na província de Sichuan, após serem submersas em 1974.
- Em maio, no Reservatório Duofeng, na província de Henan, as estátuas das Grutas de Qianxi, esculpidas durante a Era Wei Oriental, também voltaram a ser vistas, após estarem escondidas por décadas.
Esses fenômenos têm ecoado uma questão mais ampla sobre a preservação do patrimônio cultural na China.
Práticas de Destruição Cultural
Desde a era de Mao Tsé-tung, o Partido Comunista Chinês tem priorizado projetos de infraestrutura, frequentemente ignorando a importância cultural dos locais que foram submersos. Isso gerou preocupações sobre a perda irreparável de história e cultura.
Segundo Wang He, especialista em assuntos chineses, a construção de reservatórios sempre ocorreu perto de locais históricos, resultando na submersão de muitas esculturas e templos que eram essenciais ao patrimônio cultural do país.
Ele ressalta que muitos desses projetos de conservacão não apenas falharam em seus objetivos, mas também causaram sérios impactos ambientais ao mesmo tempo em que destruíam a herança cultural da China.
A Questão da Propriedade Cultural
Wang Weiluo, um hidrólogo chinês que vive na Alemanha, referiu-se ao fenômeno de submergir sítios históricos como uma forma brutal de “revolução cultural”, levando à perda do acesso do povo chinês às suas raízes.
Um exemplo emblemático é o Reservatório de Xin’anjiang, que submergiu toda uma cidade, causando uma perda inestimável de patrimônio.
Durante a construção da Barragem das Três Gargantas, muitos locais de valor histórico também foram alagados, e a grande quantidade de artefatos e sítios culturais que desapareceram é incalculável.
Comparações Internacionais
Diferentemente do que ocorreu na construção da Represa de Aswan no Egito, onde iniciativas de preservação foram realizadas, garantindo a realocação de templos importantes como o de Abu Simbel, o PCCh não tomou medidas semelhantes. Ao contrário, a destruição parece ser a norma.
É interessante notar que, enquanto o Egito contou com apoio internacional para salvaguardar seus monumentos, na China, o valor cultural é frequentemente colocado em segundo plano em favor de projetos de desenvolvimento.
A Herança Cultural Perdida
As semanas de seca, que revelam as estátuas submersas, fornecem um vislumbre do que foi perdido. Contudo, tais emergências costumam ser passageiras. A realidade é que, uma vez debaixo d’água, muitos artefatos sofrem corrosão e deterioração.
A prática do PCCh reflete uma indiferença pelas relíquias culturais, levando a uma grave perda de identidade cultural para as gerações atuais e futuras.
Reflexão Final
O que pode ser feito, então, para evitar que essas perdas continuem? É fundamental que haja uma maior valorização da história e da cultura dentro do planejamento urbano e de infraestruturas. A conscientização sobre a importância de preservar a herança cultural deve ser uma prioridade, pois ela é irremediavelmente parte do que somos.
Revelar a riqueza da cultura chinesa, mesmo em momentos de seca e revelações inesperadas, nos lembra que a história não deve ser apagada, mas sim valorizada. Como você vê essa questão? Que medidas você acredita que poderiam ser tomadas para resgatar e preservar a cultura em um mundo em rápida transformação?
Ning Haizhong e Luo Ya contribuíram para esta reportagem.
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