quarta-feira, março 12, 2025

Governo Milei Libera Exportação de Gado e Rompe Restrição Histórica na Argentina: O Que Isso Significa para a Pecuária?


A Nova Era das Exportações de Gado na Argentina: O Que Muda?

Recentemente, a Argentina passou por uma reviravolta significativa em sua política de exportação de gado. O governo anunciou a liberação das exportações de gado vivo destinado ao abate, encerrando uma proibição que durou mais de 50 anos. Essa mudança representa não apenas uma alteração nas regras do comércio exterior, mas também um reflexo das novas diretrizes econômicas implementadas pela administração do presidente Javier Milei. Vamos explorar os detalhes dessa decisão e suas implicações!


A Liberação das Exportações: Quebra de uma Tradição

A oficialização dessa medida foi feita por meio do Decreto nº 133/2025, publicado no dia 26 de abril. A determinação revoga a norma que impedia a exportação de gado vivo desde 1973, uma época em que o país buscava garantir o abastecimento interno e conter a inflação, visto que a carne é um item essencial na dieta dos argentinos.

O Que Motivou Esta Mudança?

A Secretaria de Agricultura justificou a nova política como parte de esforço para aumentar a concorrência na cadeia produtiva de carne e gado. Essa ação está alinhada à política de desregulamentação econômica que o governo atual tem promovido, visando impulsionar a economia nacional e expandir os mercados externos.


Implicações Econômicas da Nova Medida

A liberação dos gados vivos para exportação chega em um momento crucial para a economia argentina. O governo está determinado a impulsionar as exportações agropecuárias, com o objetivo de atrair maiores investimentos estrangeiros e equilibrar as contas externas, que atualmente enfrentam desafios significativos.

Medidas Complementares

Além da liberação das exportações de gado, o governo reduziu as alíquotas de exportação da carne bovina de 9% para 6,75%. Também foi instituído um benefício fiscal temporário com duração de cinco meses, que diminui impostos sobre embarques de grãos e seus derivados, estimulando assim um setor agrícola que desempenha um papel vital na geração de divisas para o país.


O Legado das Restrições

A proibição das exportações de gado vivo foi uma política tradicionalmente protecionista na Argentina. Desde sua implementação, sucederam-se momentos de tensão e protesto no setor. Vamos relembrar alguns acontecimentos importantes:

  • 1973: A proibição proposta por Juan Domingo Perón como forma de controlar a inflação e garantir o abastecimento interno.
  • 2006: Néstor Kirchner decidiu suspender todas as exportações de carne bovina por 180 dias, devido à alta nos preços, resultando em protestos por parte dos produtores.
  • 2021: Alberto Fernández impôs um fechamento temporário e cotas em resposta à inflação superior a 50%.

Essas decisões intermitentes prejudicaram a competitividade da Argentina no cenário global, afastando investidores e enfraquecendo a posição do país como um dos maiores exportadores de carne.


A Revolução na Indústria de Carne

Um Potencial a Ser Explorado

A Argentina conta com um dos mais robustos rebanhos bovinos do mundo, estimados em cerca de 53,8 milhões de cabeças de gado em 2024, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC). Isso posiciona o país como o quinto maior produtor de carne bovina do planeta, atrás apenas dos Estados Unidos, Brasil, China e União Europeia.

A liberação das exportações de gado vivo abre um novo horizonte, especialmente para mercados demandantes como o Oriente Médio e a Ásia, onde a procura por animais vivos para abate ritual (halal) tem crescido consideravelmente.

Oportunidades para o Setor Agrícola

Em 2023, por exemplo, o Brasil exportou mais de 400 mil cabeças de gado para esses mercados. A Argentina, que em 2024 já havia alcançado a exportação de aproximadamente 935 mil toneladas de carne bovina — o maior volume em mais de um século —, pode agora captar parte dessa demanda crescente.

A China, que foi responsável por cerca de 70% das importações de carne argentina, pode se beneficiar ainda mais com essa nova abordagem, aumentando suas compras e consolidando a posição da Argentina como um fornecedor confiável no mercado global.


O Que Esperar de Agora em Diante?

Com a recente mudança nas políticas de exportação, a expectativa é que a Argentina recupere sua posição no comércio global de carne. Os produtores locais agora têm a liberdade de explorar novos mercados e intensificar a produção, o que pode trazer benefícios diretos à economia local.

Entretanto, é importante considerar:

  • Concorrência Contínua: A capacidade de competir no mercado internacional dependerá do investimento em tecnologia e melhorias na qualidade do gado.
  • Sustentabilidade: A expansão das exportações deve estar alinhada com práticas sustentáveis que garantam a preservação dos recursos naturais e o bem-estar animal.

Os próximos meses serão cruciais para observar como essa política impactará não apenas a economia argentina, mas também o cenário global de comércio de carne.


Ao considerarmos todos esses fatores, percebemos que o futuro das exportações de gado vivo na Argentina pode ser promissor, embora repleto de desafios. A indústria de carne certamente passará por um período de transformação, e é fundamental que tanto o governo quanto os produtores se preparem para as novas demandas que o mercado apresenta. O que você acha sobre essa mudança? Como isso poderia afetar o setor de produção de carne em sua região? Deixe sua opinião nos comentários!

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