UBS BB Revisa Projeções para BB Seguridade e Caixa Seguridade

O UBS BB realizou uma atualização significativa nas previsões para os resultados da BB Seguridade (BBSE3) e da Caixa Seguridade (CXSE3), após analisar os dados do primeiro trimestre de 2025 (1T25) e as tendências atuais da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Esses ajustes refletem um corte médio de cerca de 2% nas projeções de lucro para ambos os grupos até 2029. Além disso, os preços-alvo para as ações foram revisados: o da BB Seguridade passou de R$ 46 para R$ 40, enquanto o da Caixa Seguridade caiu de R$ 18 para R$ 17,50.

O Que Motivou a Revisão?

Essa reavaliação das projeções se deve, em grande parte, a estimativas menos otimistas para segmentos específicos, como:

• Seguro rural
• Vida crédito
• Previdência

Especificamente para a BB Seguridade, os analistas do UBS BB manifestaram preocupações sobre como os resultados do setor rural podem ser impactados. Isso se dá pela possível redução dos subsídios do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), que teve quase 50% de seu orçamento para este ano congelado.

Bloqueios Orçamentários

No total, foram bloqueados R$ 355 milhões, com um contingenciamento adicional de R$ 90 milhões, totalizando R$ 445 milhões. Esse montante representa 42% da verba de R$ 1,06 bilhão originalmente aprovada para o ano. Em 2024, aproximadamente 66% dos prêmios agrícolas da BB Seguridade dependiam do PSR, com 27% do montante efetivamente subvencionado — uma redução comparativa aos 40% do ano anterior. Os analistas observam que a retração nos prêmios agrícolas em 2023, com uma queda de 26% em relação ao ano anterior, aumentou essa dependência em relação ao subsídio.

Mudanças no IOF e Seus Efeitos

Além das expectativas em relação ao seguro rural, alterações nas regras do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) também causaram impactantes revisões nas projeções. A nova regulamentação, divulgada em maio, prevê uma cobrança de 5% sobre contribuições mensais superiores a R$ 50 mil em planos de previdência do tipo Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), independentemente da seguradora escolhida.

Uma Suspensão Coletiva

Após o anúncio, várias seguradoras optaram por suspender ou restringir temporariamente essas aplicações, citando dificuldades operacionais e falta de transparência sobre os valores que os concorrentes estavam aportando. A Confederação Nacional das Seguradoras (CNSEG) reportou uma queda de até 80% nas contribuições aos planos VGBL, evidenciando o impacto significativo da mudança.

O governo decidiu postergar a cobrança do IOF para 25 de junho, e uma proposta ainda em tramitação na Câmara dos Deputados pode revogar essa medida. No entanto, o UBS BB prevê que as receitas das corretoras relacionadas a essas contribuições devem sofrer uma queda no curto prazo, especialmente para a BB Seguridade. Para a BB, a área de previdência representa 6% da receita total, enquanto para a Caixa Seguridade, esses números são 2% e 4%, respectivamente.

Projeções e Sensibilidade ao Mercado

Com as alterações em mente, a equipe do UBS BB recalculou os impactos das novas diretrizes tributárias. Uma medida provisória (MP 1.303) atualmente em análise estipulou uma fase de transição que se estenderá até dezembro de 2025, onde haverá cobrança de IOF sobre contribuições anuais que superem R$ 300 mil por seguradora. A partir de 2026, o imposto será aplicado a contribuições acima de R$ 600 mil por ano, abrangendo todas as instituições.

Efeitos Previsto no Mercado

Os analistas acreditam que essa mudança pode reduzir os aportes mensais e afetar diretamente as receitas com corretagem de novos contratos. Outro tópico relevante é a introdução do Crédito do Trabalhador, um novo tipo de crédito consignado privado lançado pelo governo, que oferece grandes oportunidades para trabalhadores do setor privado.

Produzido pelos canais do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, esse novo produto pode gerar uma expectativa de R$ 110 bilhões, conforme as estimativas da equipe de bancos do UBS BB. A BB Seguridade reportou uma geração de R$ 61 milhões em prêmios relacionados a esse produto entre 21 de março e 30 de abril. Por sua vez, a Caixa Seguridade iniciou suas operações apenas em abril e ainda realiza ajustes operacionais. Dados da Susep indicam um crescimento de 12% ano a ano nos prêmios de vida crédito da BB Seguridade, ao passo que os da Caixa Seguridade permanecem 51% abaixo do mesmo período em 2024.

Analisando o Futuro: Projeções de Lucro

Diante desse cenário, os analistas revisaram suas previsões de lucro. A expectativa para a Caixa Seguridade segue em R$ 4,3 bilhões para 2025 e R$ 4,8 bilhões para 2026. No que diz respeito à BB Seguridade, a projeção está estabelecida em R$ 8,9 bilhões para 2025 e R$ 9,2 bilhões em 2026.

Uma Visão Mais Ampla

Essas alterações refletem uma realidade em constante transformação no mercado de seguros e previdência, onde fatores internos e externos desempenham um papel crucial nas finanças das seguradoras. A pesquisa mostra que, com a certa recuperação esperada no segundo semestre, a análise de sensibilidade indica um crescimento potencial dos lucros da BB Seguridade entre 0% e 1,5%, e da Caixa Seguridade entre 0% e 0,8%, anualmente, com base no cross-sell (venda cruzada).

Conclusão Invocativa

Fiquemos atentos às próximas movimentações nesse setor dinâmico. A implementação das novas regras e a resposta das seguradoras ao ambiente desafiador podem moldar o futuro de BB Seguridade e Caixa Seguridade, com impactos tanto para os investidores quanto para os consumidores. Qual sua opinião sobre essas mudanças? Como você acha que elas afetarão o mercado de seguros? Compartilhe seus pensamentos e reflexões!