quinta-feira, novembro 13, 2025

Impacto Surpreendente: Vídeos por IA Usam 2.000 Vezes Mais Energia que Textos, Diz Estudo


Imagem sobre consumo de energia pela inteligência artificial

Imagens Getty

Nos últimos anos, uma questão tem se destacado no debate sobre tecnologia: o consumo de energia associado à inteligência artificial. Essa preocupação é justificada, especialmente porque a IA, por sua própria natureza, é altamente escalável e opera continuamente, exigindo uma quantidade considerável de energia.

Este cenário se torna ainda mais evidente quando observamos o contínuo aumento na demanda por data centers e o movimento crescente em direção a fontes de energia nuclear nos Estados Unidos. Recentes protestos em Memphis contra o projeto Colossus da xAI, que busca expandir a infraestrutura energética, também refletem esse dilema, levantando questionamentos sobre o uso excessivo de recursos como água e eletricidade.

A Revolução da IA Multimodal

Em 2025, com o surgimento de novos modelos de IA, a discussão sobre o consumo energético ganhou novas camadas. Um exemplo é a geração de vídeos, que representa um desafio significativo em termos de processamento de dados. Um artigo de Katelyn Chedraoui no CNET revela que o consumo de energia de uma ferramenta como o Sora, que gera vídeos por meio de inteligência artificial, pode ser até 2.000 vezes maior do que o necessário para processar texto.

Esse dado é impactante e nos alerta para a necessidade urgente de desenvolver uma estratégia energética eficaz para a IA. Para ilustrar, Chedraoui destaca que enquanto uma lâmpada LED consome entre 8 e 10 watts, a TV Samsung S95F de 65 polegadas consome em média 146 watts. Criar um único vídeo com IA seria equivalente a deixar essa TV ligada por cerca de 37 minutos — uma quantidade significativa de energia, especialmente se considerarmos que modelos de vídeo generativos podem produzir conteúdo continuamente.

Desafios Energéticos da IA

Recentemente, durante um painel na Universidade de Stanford, profissionais da área de energia abordaram esses desafios e possíveis soluções. Nico Enriquez, da Future Ventures, ressaltou o crescimento exponencial na demanda de energia dos data centers, um reflexo do investimento de bilhões de dólares das grandes empresas em infraestrutura energética. A grande questão é o acesso à energia, que pode se tornar um limitador para a expansão da computação e das inovações tecnológicas.

Paige Crahan, da iniciativa Tapestry da Google, expressou uma perspectiva crucial: “A humanidade precisa de mais eletricidade”. Ela mencionou um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) que aponta para a crescente demanda global por energia e a importância de adaptar o uso energético para atender a novas necessidades.

Mitesh Agrawal, CEO da Positron, concordou que o desafio é real e destacou a importância de aumentar a eficiência em cada watt consumido. O painel também trouxe à tona inovações já existentes, como a iluminação LED, que contribuiu significativamente para a eficiência energética e nos deu uma margem adicional para enfrentar os desafios do futuro.

O que Fazer? Propostas e Ações

  • Construir novas infraestruturas energéticas para atender à demanda crescente;
  • Aumentar a eficiência no uso de cada watt consumido, buscando inovações e melhorias contínuas.

Durante o debate, Nelson Abramson, CEO da Verrus, enfatizou a importância de uma governança eficaz e da otimização da rede elétrica. Ele sugeriu que a combinação de flexibilidade da rede com dados de consumo poderia melhorar a distribuição de energia ao longo do ano, evitando picos de demanda e reduzindo os custos operacionais.

“Se gerenciarmos bem a rede elétrica, poderíamos não apenas reduzir os custos da eletricidade, mas também tornar as operações mais eficientes” – apontou Enriquez, resumindo a essência da discussão.

Perspectivas Geopolíticas

A questão energética é global e, como destacou Crahan, existe uma necessidade de coordenação entre países para enfrentar esses desafios. A Google tem investido em pesquisas internacionais que analisam diferentes biomas e promovem colaborações entre nações para encontrar soluções compartilhadas.

Compartilhar aprendizados e experiências pode ser uma forma eficaz de acelerar o desenvolvimento de soluções sustentáveis. A análise de hardware, como as GPUs da NVIDIA e AMD ou os TPUs da Google, também é crucial. Encontrar os usos mais eficientes para cada tipo de tecnologia é um caminho vital para evoluir nesse contexto energético.

Abordando a governança da energia, Abramson destacou que ao gerenciar melhor a produção e o consumo, podemos otimizar a rede elétrica para os tempos modernos. “Os operadores precisam considerar todos os custos envolvidos na construção e operação de data centers e linhas de transmissão”, enfatizou, apontando que a eficiência pode influenciar diretamente o custo final da eletricidade.

A Caminho de um Futuro Sustentável

À medida que avançamos, a interseção entre inteligência artificial e energia torna-se cada vez mais crítica. Precisamos equilibrar o crescimento da tecnologia com a responsabilidade energética, o que não é apenas um desafio, mas uma oportunidade de inovação. As tecnologias atuais e futuras devem ser desenvolvidas levando em conta a sustentabilidade e a eficiência.

A reflexão sobre esses temas é essencial. Como podemos aprimorar nossas práticas e gerar um impacto positivo no nosso consumo energético? O futuro da inteligência artificial e da energia está nas nossas mãos, e um diálogo aberto e colaborativo é fundamental para encontrar soluções eficazes. Vamos nos engajar, discutir e aprimorar nossas abordagens juntos?

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