Nos últimos anos, os drinques prontos para beber, tradicionalmente associados a festas universitárias e jovens em busca de opções econômicas, estão conquistando um novo espaço no mercado. Marcas renomadas, como Johnnie Walker e Tanqueray, agora oferecem coquetéis em latas, que não apenas chamam a atenção pela praticidade, mas também pela qualidade. Com uma projeção de crescimento de 10% em 2023, esse segmento ready to drink promete alcançar 8% do mercado de bebidas alcoólicas até 2025 e movimentar aproximadamente US$ 85 bilhões até 2030, segundo a consultoria Nielsen.
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O Renovado Interesse pelos Drinques Enlatados
Dando seguimento à tendência de bebidas premium, a popular Itaipava decidiu entrar nesse mercado promissor. Após três décadas focada na produção de cervejas, o Grupo Petrópolis amplia seu portfólio ao lançar opções de coquetéis em lata. Essa mudança representa uma estratégia inovadora para a marca, que busca se destacar em um segmento em ascensão.
Os novos drinques enlatados da Itaipava estarão disponíveis em duas versões: saquê com vodca e gin tônica. Com teor alcoólico de 7,9%, essas bebidas não contêm cerveja, mesmo que a marca possa remeter a isso. Essa estratégia segue a linha do que a Ambev fez ao lançar a versão Beats Senses da Skol, aproveitando a força da marca Itaipava em um mercado que cresce rapidamente, em contraste com a estagnação no setor de cervejas.

A Transformação do Mercado de Cervejas
As cervejas mainstream, do qual a Itaipava faz parte, compõem mais de 60% do mercado cervejeiro brasileiro. No entanto, esse segmento enfrentou uma retração de 1% em volume nos últimos 12 meses até setembro. Em contrapartida, as cervejas premium, produzidas em menor escala, experimentaram um crescimento notável de 11%. Essa mudança no comportamento do consumidor mostra que a demanda por qualidade e experiências diferenciadas está em alta.
Apesar dos desafios enfrentados pela categoria de cervejas populares, o Grupo Petrópolis teve um desempenho superior ao benchmark, registrando um crescimento de 9,3% nas suas cervejas populares e de 6% especificamente na marca Itaipava. De acordo com os dados da empresa, a marca vende em média 288 mil garrafas de 600 ml e oito milhões de latas por dia. No Nordeste, por exemplo, impressionantes 29,5% da cerveja consumida é da marca Itaipava.
Adaptação às Novas Tendências
O Grupo Petrópolis está ciente de que novas tendências estão moldando o mercado e, portanto, não pode se dar ao luxo de ignorá-las. “Precisamos nos adaptar às novas ondas do mercado para não ficarmos estagnados”, observa Cristiane Rosa, head de marketing do grupo, em entrevista ao InfoMoney. “Temos o objetivo de rejuvenecer a marca e agregar mais valor a nossos produtos”.
Com o lançamento dos drinques enlatados, a Itaipava almeja atrair o público jovem, entre 18 e 30 anos. A decisão de utilizar uma marca já conhecida, em vez de criar uma nova, foi motivada por estudos que mostraram que consumidores tendem a escolher produtos que reconhecem. Isso demonstra uma estratégia focada em construir confiança nas novas ofertas.
Novas Estratégias de Marketing e Presença no Mercado
Para comemorar os 30 anos da Itaipava, a marca passou por um rebranding, incluindo campanhas publicitárias com estrelas como Ivete Sangalo destacando suas novidades. Em uma entrevista, Marcelo de Sá, CFO do Grupo Petrópolis, revelou que 70% dos investimentos futuros da empresa serão direcionados para marketing, com o objetivo de aumentar vendas e fortalecer a imagem do grupo no mercado.
Atualmente, o Grupo Petrópolis está em recuperação judicial, iniciada em outubro do ano passado. A empresa almeja elevar sua participação no mercado cervejeiro de 12,3% para 15%, enquanto busca soluções para eliminar uma dívida de mais de R$ 5 bilhões. O foco em inovação e adaptação a novos cenários é crucial para garantir sua sustentabilidade a longo prazo.
Reflexões sobre o Futuro do Setor de Bebidas
Frente a um mercado em constante evolução, o lançamento de novos produtos, como os drinques enlatados da Itaipava, reflete uma mudança significativa nas preferências dos consumidores. A busca por conveniência e novas experiências pode indicar um futuro promissor para o segmento de coquetéis prontos para beber.
À medida que avançamos, é fundamental que as marcas, independentemente do seu porte, permaneçam atentas às tendências. Afinal, entender o que o consumidor deseja é a chave para a inovação bem-sucedida. Ao considerar esse panorama, o que você acha que mais influenciará o futuro das bebidas alcoólicas? Compartilhe seus pensamentos e vamos discutir!