sábado, agosto 2, 2025

Liberalismo: O Fim da Ordem Internacional que Transformou o Mundo


O Declínio da Ordem Internacional Liberal: Reflexões e Possibilidades

A ordem internacional liberal, uma construção que prometia estabilidade e prosperidade após a Segunda Guerra Mundial, está vivendo um momento crítico. Durante a primeira administração de Donald Trump, muitos apoiadores dessa ordem estavam em negação sobre sua fragilidade. Hoje, no entanto, a realidade é inegável: a ordem que tanto defendem está em declínio.

Mudanças no Cenário Internacional

Atualmente, há uma gama de reações entre aqueles que lamentam essa situação. Alguns, como a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, abordam a crise com indignação. Outros, como o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, tentam negociar com os Estados Unidos, esperando que elogios possam persuadi-los a reinvestir em alianças tradicionais. Por outro lado, há aqueles que, resignados, aceitam o fim da ordem sem saber como vislumbrar um futuro alternativo.

Mas será que aceitar o fim da ordem realmente significa desistir de tudo? Essa noção é mais complicada.

Fatores por Trás da Crise

A crise da ordem internacional liberal não pode ser atribuída a uma única causa, seja o estilo controverso de Trump, uma mudança neoliberal na década de 1990 ou a ascensão de potências revisionistas como China e Rússia. Embora esses fatores tenham desempenhado um papel, a verdadeira raiz do problema reside em sua própria estrutura.

Durante décadas, a ordem foi sustentada por princípios liberal-democráticos. Entretanto, a rigidez e a falta de adaptação a novas realidades políticas tornaram-na vulnerável a críticas e desafios. Se quisermos revitalizar essa ordem internacional, precisamos repensar sua estrutura e procedimentos.

A História da Ordem Internacional Liberal

Na década de 1940, líderes ocidentais, impulsionados pelo desejo de evitar os erros que levaram à ascensão do fascismo, fundaram instituições como a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). O objetivo era promover um sistema que reconhecesse comportamentos estatais legítimos dentro de um contexto cooperativo.

No entanto, as narrativas sobre o colapso dessa ordem divergem.

Narrativas de Declínio

  1. Hipocrisia Interna: Alguns argumentam que a ordem sempre foi hipócrita, em grande parte manipulada para favorecer as nações mais poderosas. Nesse cenário, a solução seria eliminar desigualdades de poder para que o sistema finalmente refletisse os ideais liberais que proclamava defender.

  2. Triunfalismo Pós-Guerra Fria: Após o colapso da União Soviética, a arrogância dos Estados Unidos levou à imposição de elevados padrões de governança liberal, criando um ambiente instável. A solução aqui seria retornar a um estado anterior, quando as instituições eram mais simples e funcionavam melhor.

  3. Sabotagem Externa: A inclusão de estados iliberais na ordem, acreditando que isso os tornaria mais democráticos, teve um efeito contraproducente. A ascensão da China e o ressurgimento da Rússia enfraqueceram a estrutura. A resposta deveria ser a exclusão destes países.

O Fruto Proibido da Liberalidade

Embora cada narrativa tenha seu valor, todas compartilham uma nostalgia por tempos em que a ordem funcionava. Contudo, o que muitos não percebem é que a crise era quase inevitável. A ordem, em sua essência liberal, se tornou seu próprio algoz.

A Estrutura Liberal

A retórica que sustentou a ordem pós-guerra foi a de que ela promovia interesses universais, garantindo uma plataforma para que todos pudesse prosperar. Contudo, essa promessa muitas vezes não se concretizou, levando a um sistema que, em última análise, falhou em proporcionar os bens comuns que deveria.

O Caminho a Seguir

As lições do passado são cruciais para entender como devemos proceder. Aqui estão algumas considerações:

  • Adoção de um Pragmatismo Pluralista: Precisamos desviar nossa atenção do legalismo rígido em direção a uma abordagem mais prática que reconheça a diversidade das realidades políticas e culturais. A nova ordem deve ser construída para lidar com as ameaças reais à paz.

  • Fortalecimento de Instituições Regionais: Ao invés de promover uma única estrutura global, devemos valorizar instituições regionais que respeitem as particularidades de cada nação. A história mostra que as soluções mais eficazes costumam surgir dessas realidades locais.

  • Conexão com a Política Nacional: Para que qualquer ordem internacional seja efetiva, ela deve estar conectada à política interna de cada estado. A implementação de acordos internacionais deve ser deixada a governos nacionais, que são mais capazes de motivar seus cidadãos a apoiar ações coletivas.

O Futuro Não Está Definido

Estamos em um momento em que a ordem internacional liberal parece estar se desfazendo. No entanto, um novo tipo de colaboração global pode emergir, fundamentado na pragmaticidade e pluralidade. Esse novo ordenamento não só pode enfrentar os desafios que nos cercam, como também pode criar um ambiente onde a democracia liberal possa florescer.

Vamos refletir sobre o que uma nova ordem significaria, não apenas para diplomatas e líderes mundiais, mas para nós, cidadãos comuns. O futuro é incerto, mas juntos, podemos moldá-lo.

Essa é uma conversa que todos devemos ter. O que você acha? Como podemos contribuir para a construção de um futuro mais cooperativo e sustentável? Fique à vontade para compartilhar seus pensamentos e comentários!

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