Lula e a Promessa de Regulamentação da Polícia Ferroviária: Desafios e Compromissos
Um Encontro no coração da Baixada Fluminense
Em uma recente visita à Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, para promover uma nova obra rodoviária do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se deparou com uma cobrança direta de um membro da plateia. Isaias Nascimento Cardoso, que representa os aprovados para integrar a Polícia Ferroviária Federal, lembrou a Lula de uma promessa feita em 2009, durante seu segundo mandato: a regulamentação dessa força policial, prevista na Constituição de 1988, que ainda não foi concretizada.
A interação ocorreu após o presidente criticar os governos anteriores de Michel Temer e Jair Bolsonaro, apontando o abandono de obras fundamentais. Ao ser interrompido por Cardoso, Lula reconheceu a importância do tema e prometeu investigar o histórico da questão, especificamente um vídeo de 2009 em que ele se comprometia a legalizar a Polícia Ferroviária.
O Passado que Persiste
Na gravação citada, durante a inauguração de obras do PAC em Nova Iguaçu, Lula apontava que a regulamentação da Polícia Ferroviária Federal estava "praticamente pronta", aguardando apenas alguns “detalhes” para ser implementada. Ele afirmou que conversas estavam em andamento com os ministérios da Justiça, Planejamento e Advocacia-Geral da União.
Infelizmente, apesar desse compromisso inicial, a regulamentação da corporação nunca saiu do papel. Até 2012, durante o governo de Dilma Rousseff, foi publicada uma portaria do Ministério da Justiça que listava os profissionais de segurança pública ferroviária que seriam integrados à força, mas a implementação efetiva continuou estagnada.
Um Novo Olhar Para a Segurança
Atualmente, o cenário acerca da regulamentação da Polícia Ferroviária pode ganhar um novo olhar com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança, apresentada pelo ministro Ricardo Lewandowski. Essa proposta sugere a criação de uma Polícia Viária Federal que unificaria a Polícia Rodoviária Federal (PRF) com a Polícia Ferroviária. Isso geraria uma força integrada, potencializando esforços de segurança nas diversas modalidades de transporte.
Cardoso, após o evento, expressou sua decepção com a falta de avanços. “Faltou a nossa regulamentação. Chegaram até a criar um departamento no Ministério da Justiça, mas a porta está fechada”, lamentou, ressaltando o desejo por mudanças efetivas.
A Memória que Fuel nossa Luta
O discurso proferido em 2009 não só refletia uma promessa, mas trazia consigo a esperança de muitos que esperavam a regulamentação como um passo crucial para a segurança ferroviária no país. A presença de Luiz Fernando Pezão, ex-vice-governador do Rio, e Lindbergh Farias, ex-prefeito de Nova Iguaçu, no evento, traz à tona a memória de um momento que ainda ressoa no presente. Ambos estavam na plateia, demonstrando que essa luta transcende gerações e continua vigente.
Um Compromisso Reavivado
Durante essa visita, Lula fez questão de destacar seu compromisso atual com a melhoria e conclusão de obras que foram deixadas de lado em gestões anteriores. O presidente lançou o Novo PAC, um programa que tem como objetivo reativar e finalizar projetos que estão parados, como creches e unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida. Essa nova iniciativa visa não apenas a responsabilidade administrativa, mas também a transformação da imagem do Brasil, que não deve permanecer mais como o "país do futuro".
Um Futuro Promissor?
Lula expressou em suas palavras que a "irresponsabilidade administrativa não será mais tolerada" e que novos rumos devem ser tomados. “Não podemos mais passar um século sendo tratados como ‘país do futuro’. Tem que ser do agora”, afirmou, estabelecendo um tom de urgência e compromisso com o presente.
Essa mudança de postura é essencial num país que tem vivenciado longos períodos de investimentos deixados de lado. Mas, para que esse novo compromisso se torne realidade, é necessário o envolvimento ativo da sociedade civil, exigindo de seus representantes que honrem as promessas feitas ao longo do tempo.
Reflexão e Participação
Por fim, fica a pergunta: como podemos, enquanto sociedade, nos engajar mais ativamente nas discussões sobre regulamentações e políticas públicas que impactam nosso cotidiano? A participação e a vigilância são fundamentais para assegurar que promessas, como a da regulamentação da Polícia Ferroviária Federal, não sejam apenas palavras ao vento, mas sim compromissos verdadeiros que promovam segurança e desenvolvimento.
Essa história nos lembra que a construção de um futuro melhor exige não apenas promessas, mas também ações concretas. Assim, a expectativa do povo deve ser um elemento crucial nas decisões que moldam o nosso país. Afinal, a mudança começa com cada um de nós. Está pronto para fazer parte dessa transformação?