A Volatilidade das Ações dos EUA: Um Olhar sobre as Últimas Semanas
Nas últimas semanas, o cenário das ações nos Estados Unidos tem sido marcado por uma volatilidade intensa. Embora o início de março tenha trazido um rali promissor, os principais índices do mercado acabaram enfrentando perdas substanciais, principalmente devido a uma liquidação dramática no final do mês. Esse movimento foi acentuado pelas ações das grandes empresas de tecnologia e das pequenas empresas, que sentiram o peso das preocupações com a estagflação — uma situação econômica desafiadora que combina crescimento lento com inflação alta.
A Performance dos Principais Índices
Na última análise fechada em 28 de março:
- S&P 500: 5.580, com uma desvalorização de 1,53% na semana.
- Dow Jones: 41.583, apresentando uma queda relativamente suave de 0,96%.
- Nasdaq: 17.322, o mais impactado, com uma queda de 2,59%.
- Russell 2000 (índice de pequenas empresas): 2.023, com uma redução de 1,64%.
Esses números refletem um clima de incerteza que permeou o mercado, com investidores cautelosos diante de indicadores econômicos negativos.
O Rali que Não Durou
O dia 24 de março começou com um otimismo renovado entre os investidores, que buscavam oportunidades nas ações de tecnologia e pequenas empresas. Esse entusiasmo foi alimentado pelo clima mais ameno em Washington em relação às tarifas, além de um PMI (Índice de Gerentes de Compras) de Serviços da S&P Global que superou as expectativas.
As estrelas do dia incluíram:
- Tesla: +12%
- AMD: +7%
- Palantir: +6,37%
Essa onda positiva, porém, não se sustentou por muito tempo. No dia seguinte, o sentimento começou a mudar com a divulgação do Índice de Confiança do Consumidor da Conference Board, que caiu abruptamente 7,2 pontos em março, para 92,9.
O Impacto da Confiança do Consumidor
A queda na confiança do consumidor é alarmante por diversas razões. O componente de expectativas, que avalia a perspectiva de renda, negócios e mercado de trabalho, foi o que mais afetou o índice, registando seu nível mais baixo em 12 anos. Por que isso é tão crucial? Uma baixa confiança financeira geralmente leva os consumidores a cortar gastos, afetando diretamente o consumo, que representa cerca de dois terços do PIB dos EUA.
Chip Lupo, analista da WalletHub, explica que essa retração na confiança é uma “bandeira vermelha”, indicando que nossa recuperação econômica pode estar estagnando. Quando os consumidores se sentem inseguros, eles tendem a adiar compras significativas e reduzir o pagamento de dívidas, o que pode ter um efeito dominó na economia.
Volatilidade Máxima
A volatilidade continuou a florescer durante a semana, especialmente no dia 28 de março, quando o índice de volatilidade CBOE VIX fechou acima de 20. Essa situação foi alimentada por dados econômicos negativos, incluindo uma alta no índice de preços PCE core, que subiu 2,8% ao ano em fevereiro, superando as expectativas.
Robert Ruggirello, diretor de investimentos da Brave Eagle Wealth Management, destacou que esses dados são um sinal de uma inflação persistente, mesmo diante de uma possível desaceleração. O que isso significa para os investidores? A incerteza sobre a inflação pode ter um impacto profundo nas decisões do Federal Reserve sobre a taxa de juros, criando um ambiente ainda mais instável para o mercado.
O Que as Expectativas de Inflação Revelam?
Recentemente, a Universidade de Michigan indicou um aumento contínuo nas expectativas de inflação, que atingiram 5% em março, o maior aumento desde outubro de 2022. Esse cenário é acompanhando por uma queda no índice de Expectativas do Consumidor, que caiu para 52,6, alinhando-se com as descobertas da Conference Board.
Kent Kenwell, analista da eToro, observa que esses dados são particularmente preocupantes, pois a confiança do consumidor é um motor vital para a economia. Se essa confiança continuar em queda, podemos esperar uma redução nos gastos, o que pode afetar toda a economia.
O Desafio da Estagflação
As expectativas elevadas de inflação, aliadas à baixa confiança do consumidor, alimentam as preocupações com a estagflação, que representa um perigo real para a economia. A estagnação pode afetar os lucros das empresas, enquanto a inflação elevada força o Fed a manter taxas de juros altas, o que por sua vez impacta as avaliações de mercado.
Em meio a essas incertezas, a recente queda nas ações do grupo conhecido como “Magnificent Seven” — que incluem gigantes da tecnologia como Nvidia, Alphabet e Meta — também reflete os desafios enfrentados pelo mercado. A frustração com o IPO da CoreWeave, que teve um desempenho abaixo do esperado, apenas agravou a situação.
O Lado Positivo?
Apesar de todo esse ambiente desafiador, Ruggirello mantém uma perspectiva positiva, argumentando que os preços das ações agora estão mais razoáveis após a correção. As ações do “Magnificent Seven” estão sendo negociadas com múltiplos mais próximos aos do mercado como um todo, o que representa uma nova oportunidade para investidores que estavam de fora desse movimento recente.
Exemplificando:
- Nvidia: caiu de um múltiplo de 45 para 24 vezes os lucros.
- O S&P 500: desvalorizou de 25 para 21 vezes os lucros.
Os investidores que perderam a última alta podem agora encontrar oportunidades adequadas para entrar no mercado.
O Caminho à Frente
À medida que avançamos, é essencial que os investidores estejam atentos às dinâmicas do mercado e aos indicadores econômicos. A confiança do consumidor e as expectativas de inflação serão cruciais para entender a direção futura da economia.
O que você pensa sobre o cenário atual do mercado? Acredita que as ações estão subvalorizadas, ou o risco de estagflação é real demais para ignorar? O espaço para discussão está aberto, e as opiniões são sempre bem-vindas.
A volatilidade certamente não desaparecerá tão cedo. Portanto, esteja preparado, informe-se e não hesite em compartilhar suas perspectivas sobre onde estamos e para onde estamos indo.